Wednesday 14 February 2018

Celebrando meu aniversário

Meu aniversário nos últimos anos foi celebrado no Brasil, pois é a época que eu sempre estou lá fugindo do inverno escuro e frio do hemisfério norte e visitando a família. Celebro sempre indo num restaurante de frutos de mar e me enchendo de caipiroskas e camarão à milanesa.
Como este ano não pude ir pra lá nessa época, e como não tenho amigos aqui pra celebrar meu aniversário comigo, e mesmo que tivesse, ninguém iria porque é no mesmo dia que Valentine´s Day, tive que inventar algo diferente pra não deixar passar em branco.
Queria muito ir numa piscina e caminhar na praia, mas aqui em Boston nesta época do ano é impossível eu conseguir fazer isso. Minha idéia pra chegar o mais próximo possível disso era ir num lugar de águas termais, mas aqui pra esses lados não tem nenhum lugar assim. Uma viagem maior, pra um lugar com águas termais, não era possível no momento. Resolvi então procurar um hotel legal que tivesse uma piscina térmica, com água bem quente. Achei um site que listava hotéis com SPA por essa região, e liguei pra alguns pra ver se a temperatura da água da piscina seria quente o suficiente pra eu conseguir nadar. Se a gágua não tiver pelo menos 25 graus, sem chance!
O hotel escolhido foi o Saybrook Point, em Connecticut (https://www.saybrook.com), estado logo abaixo de Massachusetts. Tirei 2 dias de férias durante a semana pra pegar a promoção de Valentine´s Day, o que foi bom pois o hotel estava bem quieto e tivemos muitas opções de quarto a escolher.
Deixamos o Enee no hotel de cachorros aqui do lado de casa e em 2:30 de viagem, num lindo dia de sol, chegamos lá.
O hotel é uma casa grande a antiga, muito bem decorada, com detalhes que deixam os ambientes bem aconchegantes. Fica na beira do mar, ao lado de um pier. Nesta época do ano o pier estava vazio, mas no verão fica cheio de barcos.
Nosso quarto tinha várias janelas e era bem claro, o que gostamos bastante. Tinha uma vista linda pro mar e pro farol.
Vista da janela do nosso quarto


As 4 da tarde fizemos uma massage fantástica no spa do hotel, e depois fiquei tomando chá na sala de espera, pra rehidratar. Como eu sentia falta de fazer uma boa massagem! Depois fomos pra piscina do hotel e fiquei um tempão nos jatos de água quentinha relaxando...

Depois fomos jantar no restaurante do hotel, onde de entrada tinha polenta com camarão enrolado com bacon (americano coloca bacon em tudo!) e de prato principal comi uma massa com frutos do mar muito gostosa.
Uma vez de volta no quarto tinha champagne e chocolates.

No dia seguinte dormimos até tarde e fizemos tudo sem pressa. Não é sempre que não tenho pressa pro próximo compromisso...
No café da manhã uma senhora de 85 anos veio falar conosco e ficamos um tempão conversando. Ela ficou fascinada que moramos em tantos países diferentes, e que falamos outros idiomas, quis saber do nosso trabalho e tudo o mais. Nos contou que o marido dela esteve na guerra da Coréia, e que ficavam trocando cartas até que ele voltasse e eles se casassem. Tiveram 4 filhos, e ele faleceu há 25 anos. Disse que se viu perdida na vida, e começou a aprender a bordar e a fazer enfeites. Mudou-se ali praquela região e fez amizade com um jovem, que ia sempre visitá-la pra com que os filho dele brincassem com os netos dela. Uma vez o tal jovem levou os pais dele pra conhecê-la, e acabou que os pais dele são os donos deste hotel. Eles gostaram muito dos trabalhos manuais dela, e a contrataram pra trabalhar no hotel criando enfeites pros quartos e cuidando da decoração. Acho que por isso o hotel é tão aconchegante num estilo antigo. Esta senhora teve o primeiro emprego na vida depois dos 60 anos. Falou que de vez em quando relê as cartas do marido, na época em que ele estava na Coréia. E continua lá, firme e forte, vivendo a vidinha dela. Pessoas como ela servem de inspiração pra gente não desistir, apesar das adversidades.
Uns 5 dias depois, já de volta a Boston, recebemos um cartão postal da senhora, com uma mensagem bem querida.
Foi uma celebração de aniversário diferente e memorável.


Sunday 4 February 2018

Superbowl - Aprendendo sobre a cultura americana

Uma das coisas que eu quero fazer enquanto estiver morando aqui é aprender mais sobre a cultura americana. Esportes são uma grande parte disso, e futebol americano é o esporte mais popular.
Boston tem times muito bons em 4 esportes: Red Sox em Baseball, Patriots em futebol americano, Bruins em Hockei, e Celtics em Basquete.
Ano passado os Patriots ganharam o campeonato de virada, e me contaram que teve a maior festa nas ruas de Boston pra receber os campeões, apesar do frio intenso.
Aqui todos conhecem a Gisele Bundchen, pois ela é casada com o Tom Brady, um dos melhores jogadores desse esporte. Eles moram numa mansão em Chestnul Hill, um bairro nobre daqui.
Eu fiquei sabendo dessa final no trabalho, quando perguntei pra alguns colegas o que eles iam fazer no fim de semana, e responderam que iriam assistir o jogo. Falei que não sabia do que se tratava, e aí me explicaram não só sobre a fama dos Patriots, mas me explicaram sobre as regras do jogo em si.
Em todo lugar que eu ia, ouvia as pessoas comentarem sobre a grande final: no super mercado havia vários petiscos e bebida em oferta, que iam desaparecendo rápido, na academia as pessoas comentavam que estavam malhando a mais pra poder comer bastante, e assim por diante. Realmente a cidade iria parar pra assistir tal jogo.
O André estaria viajando naquele dia, e acabou que um dos meus colegas de trabalho me convidou pra assistir o jogo na casa dele, pois ele iria receber várias pessoas. Quase desistir de ir, pois era domingo de noite, frio e chuva lá fora, mas me esforcei e fui. Quando a gente pode ir de carro tudo fica mais fácil. Essa é uma das grandes vantagens sobre Londres, onde demora-se séculos pra chegar em qualquer lugar. Abster-me de álcool pra dirigir não é grandes coisa pra mim.
Cheguei na casa do meu colega e uma menina abriu a porta. Perguntei se era o apartment 2. Ela não sabia, mas falou que era a festa do Superbowl e que era pra eu entrar.
Na sala da casa havia uma mesa de centro cheia de comida, e diversas pessoas sentadas no sofá, em cadeiras espalhadas na sala, e até no chão. Durante a noite iam chegando pessoas, algumas convidadas de um dos flatmates do meu colega, que nem estava lá. Praticamente quem quisesse poderia se juntar a nós. Quando cheguei o jogo já havia começado, e puxei uma cadeira pra me juntar aos demais. Meu colega me apresentou pra todo mundo, mas não lembro o nome de ninguém.
Assistindo o Superbowl

O jogo são 2 tempos de meia-hora, com um grande show de intervalo. Entretanto, de bola em jogo mesmo o total são 15 minutos, pois o jogo pára o tempo todo, e além disso tem comercial o tempo inteiro. Sério, a cada 2 minutos tem um comercial. Meu colega me contou que ele nem gosta do esporte, e que muita gente usa essa data pra encontrar amigos ou família e comer bastante. É mais pra socializar do que pra ver o jogo em si.
Ao longo da noite vinha pizza, ostras, salgadinhos de todo tipo, bebidas, mas eu não comi nem bebi nada.
Quando tem um gol (o touch down) aí todo mundo acorda e vibra, pra depois voltar a conversar e comer, enquanto vem mais comercial. Parece que o preço dos comerciais é muito, mas muito caro!
O show do intervalo é um elemento bastante importante também. Esse ano foi o Justin Timberlake, que eu gosto bastante. Inclusive, quando morei em Auckland eu fui num show dele. Pra ter uma idéia, já fazia mais de 2 horas que o jogo havia começado, mas estava ainda na metade. Fui pra casa às 20:30, mas o jogo foi até depois da 22, ou seja, 4 horas no total, com apenas 15 minutos de bola em jogo.
No dia seguinte fiquei sabendo que o Patriots perdeu. Os campeões foram os tais de Eagles. Diz que o país inteiro estava torcendo pro Eagles, pois eles não gostam de Massachusetts (não gostam de liberais). Mas isso será assunto pra outro post.

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...