Friday 22 November 2019

Seattle - Greys Anatomy + reencontro com ex-colegas da UFSC em Seattle

Sexta-feira o dia amanheceu com neblina de novo. Pretendíamos subir na torre Space Needle com nosso casal de amigos, pois eles haviam conseguido ingressos de graça pra gente (custa $40 por pessoa subir lá!!). O plano era ir de manhã, mas com a neblina e a previsão de limpar o tempo de tarde resolvemos deixar pra ir na torre mais no fim do dia. Já eram 11 da manhã quando chegamos no Pier 55, um lugar de vários piers de onde saem barcos de passeio pra diversos lugares ali dos arredores, onde também se encontram lojas e restaurantes. Como não havia sol e o frio era maior que o dia anterior não achamos vantagem ficar ali.
Pelos arredores do Pier 55

Caminhamos de volta pro Pike market, que era ali perto. Fomos ver outras lojas e o André acabou comprando um mapa e eu um calendário ilustrado.
Almoçamos num restaurante chamado Matts on the market, que aparentemente é bem tradicional. A comida estava melhor que a do dia anterior.

Almoço no Matts in the Market em Seattle

Dali fomos até os arredores da Space Needle. Estacionamos o carro e fomos ver o prédio que funciona como exterior no seriado Greys Anatomy, que se passa em Seattle. Na verdade o show é filmado em Los Angeles, e a entrada do hospital no seriado fica também em Los Angeles. Só aquela parte redonda de vidro que aparece de longe que fica ali em Seattle.
A procura do McSteamy de Greys Anatomy


Ali perto ficam também o Mopop (museu do Pop e Rock) e o Chihuly Gardens e Museu do vidro. Este último nós visitamos, e foi bem interessante. O cara chamado Chihuly é um artista de vidro, que estudou em Murano, ao lado de Veneza, e produzia verdadeiras obras de arte com vidro.  Ele fez várias exibições pelo mundo e seus candelabros de vidro são famosos. Só vendo pra ter idéia de como é bonito. Ele tem uma escola onde ensina sua arte para outros artistas.






Obras de vidro em Chihuly Gardens

Resolvemos ir num lugar tomar algo e fazer um lanche num pub ali perto, onde tocava Rock n Roll pesado. Parecia lugar de filme, de tão estereótipo que eram as pessoas que ali estavam, incluindo o garçon. Pedi uma diet coke e um pedaço de torta de berries, que não consegui comer mais que uma garfada de tão doce.
Às 4:30 nossos amigos chegaram e fomos subir na Space Needle. Era pôr-do-sol quando estávamos lá em cima e conseguimos ver a cidade de Seattle toda iluminada lá de cima.
Karlinha e eu na Space Needle, em Seattle


Fomos jantar num restaurante perto da casa deles em Kirkland, depois de termos ficados um tempão presos no trânsito de Seattle, numa sexta-feira à noite.
Mais tarde eu, o André e o Thiago saímos de novo pra encontrar o resto do pessoal que havia chegado pro encontro da turma da faculdade, que foi o motivo principal dessa nossa viagem viagem.
Diversas pessoas que se formaram em Ciência da Computação da UFSC, turma de 2000, que moram na América do Norte foram. Ano passado mandei email pra algumas delas sugerindo um encontro e o Thiago ofereceu a casa dele pra ser o local pro churrasco. Estávamos em 7. Fomos num pub tomar um drink e começar a colocar a conversa em dia. O papo foi longe, mas eu e o André voltamos mais cedo que os demais e mesmo assim fomos formir eram mais de meia-noite.
Começo das celebrações - Computação UFSC turma de 2000

No sábado foi o churrasco na casa do Thiago e da Karla (que eram nossos amigos mais próximos quando moramos na Nova Zelândia). Passamos o dia conversando, bebendo (eu fiquei longe do álcool), relembrando os velhos tempos e histórias engraçadas, alguns deles assistiram um jogo de futebol (um deles torce pro Flamengo, que estava jogando e ganhou algum campeonato), jogando truco e descobrindo mais sobre a trajetória da vida de cada um desde a saída da universidade até hoje.
Jogatina rolando solta (TRUCO!!)

 O Thiago fez um churrasco excepcionalmente bom. Eu só ia comer churrasco vegetariano (com haloumi, mushroom e abobrinha) e recusei até coração de galinha, que sempre gostei bastante. Quando eu havia terminado de comer e fui lá pra rua (tinha um patio heater na rua) ele estava tirando costela. Faziam anos que eu não comia costela e o cheiro estava convidativo. Resolvi pegar um pedacinho bem pequeninho pra provar e o gosto estava delicioso. Acabei comendo diversos pedaços. Um dos meus colegas, que recentemente virou vegetariano, também acabou comendo. Me lembrou a minha infância, quando eu comia costela em churrasco feito por amigos dos meus pais.

Churrasco de costela feito pelo melhor churrasqueiro que eu conheço

Foi muito engraçado jogar truco de novo. Eu havia esquecido algumas regras e aos poucos eu (e os demais) fomos relembrando.
Por serem todos agora "homens de família" a festa foi mais tranquila do que as da época da faculdade e terminou num horário decente. Eles foram embora antes das 22hs.
Nós com nossos anfitriões e amigos de longa data, em Seattle, onde eles moram

Agora estamos num vôo de volta pra Boston, que atrasou duas horas por causa do mau tempo em Boston. O piloto falou que vai dar bastante turbulência. Estou rezando pra todos os anjos pra chegar bem em casa e pegar o Enee. Não viajo mais de avião nesta época do ano no norte do hemisfério norte. Mas gostei bastante do passeio.



Thursday 21 November 2019

Seattle - Atrás das bandas grunge dos anos 90

Depois de mais de 3 horas de atraso, numa quarta-feira de noite, finalmente decolamos em direção a Seattle, no extremo oeste do Estados Unidos, completo oposto de Boston. Foram 6:30 de viagem pelos céus escuros e frios, pousando em Seattle às 2 da manhã horário local, 5 da manhã horário de Boston. Sem ter que passar por segurança nem esperar mala, fomos direto pegar o carro de aluguel. Éramos os únicos no prédio grande e moderno das empresas de aluguel de carro e tudo o que foi necessário foi digitar o código de reserva na máquina de uma das empresas de aluguel de carro e escanear a carteira de motorista. Um recibo foi impresso com a instruções de onde pegar o carro, sem termos que interagir com ninguém. As chaves estavam na ignição. Enquanto os trouxas da direita e esquerda fazem guerrinha ideológica, a automação continua a tomar conta e empregos somem porque as máquinas fazem o trabalho das pessoas. Não tem volta, e seria bom que se falasse sobre isso ao invés de diversas coisas que nada mais são que tempestades em copo d´água. Devo dizer que sou totalmente a favor da automação e tecnologia.
Seattle estava totalmente encoberta por uma neblina espessa; mal conseguíamos ver o caminho na direção da casa dos nossos amigos, num lugar chamad Kirkland, cerca de 30 min de Seattle. Chegamos na casa deles eram mais de 2 da manhã e depois de uma curta recepção fomos logo dormir.
Nosso primeiro dia em Seattle foi ótimo. Eu já havia planejado os pontos turísticos que eu e o André iríamos visitar neste dia, com foco nas bandas grunge de Seattle dos anos 90. A primeira banda que de Rock que eu comecei a ouvir foram os Beatles. Depois disso fui migrando pras bandas de Rock um pouco mais alternativo, e logo achei o Nirvana, Pearl Jam, Green Day, Soundgarden, The Offspring, Smashing Pumpkins pra citar algumas. Seattle era, nos anos 90, a mecca do rock grunge, tribo de algumas dessas bandas que eu mencionei. Eu me vestia com jeans, camiseta de alguma banda e uma camisa de flanela por cima. Foi assim por grande parte da minha adolescência.
Existe um tour em Seattle que tem como tema Rock and Roll em Seattle (Stalking Seattle - Rock & Roll Tour) e passa por diversos lugares de interesse. O problema é que quando eu descobri essa tour já não havia mais lugar pra nenhum dos dias da nossa estadia em Seattle. Entretanto no site dessa tour tem a lista de cada um dos pontos de parada. Isso foi o suficiente pra eu escolher os de meu interesse e adicionar no nosso roteiro.
A primeira parada foi no Kerry Park, um mirante que tem vista pro centro de Seattle, com a torre Space Needle ao fundo. Demos sorte com o tempo e estava um dia lindo de sol, o que sempre ajuda a gente a aproveitar melhor uma viagem. Esse mirante fica num bairro bem residencial de Seattle. As casas ao redor deste mirante são provilegiadas de ter aquela vista.
Cidade de Seattle vista de Kerry Park

O segundo ponto do tour, onde só passamos na frente, foi no Paramount Theater, um prédio antigo onde o Nirvana gravou um CD.  Não longe dali vimos uma estátua do Jimmy Hendrix tocando guitarra.
Jimmy Hendrix em Seattle

A terceira parada foi numa área meio suspeita onde tem a casa de shows El Corazon, onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez. Estacionamos o carro e pra chegar na frente da casa de show pra ver mais de perto (que naquela hora do dia estava vazia), passamos por um grupo de pessoas que estavam sentadas embaixo de um viaduto, ao lado de um carro com as portas abertas e cheio de cacos de vidro ao redor. O André ficou com um pouco de receio de passar ali, mas pra ser sincera eu não fiquei. Não me exponho a situações que não acho seguras, mas por ser luz do dia e ser centro de Seattle não julguei que pudesse ter perigo. Queria bater uma foto na frente do El Corazon.
Na frente da casa de shows onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez

Demos um tempo no tour do rock e fomos até Pike Market, um mercado bem grande que fica na beira do mar. Por ser um dia de semana não estava tão cheio como costuma ser nos finais de semana. São 3 andares de mistura de lojas, barraquinhas, bares, restaurantes e mercado de frutos do mar frescos. Por ser um dia bonito, diversas pessoas compravam lanches e levavam pra terraço ao ar livre com vista pro mar pra aproveitar o dia de sol (apesar de estar meio frio).
Banca de frutos do mar em Seattle

Nós almoçamos numa brewery (loja-fábrica de cerveja) onde eu comi um crab roll (sanduíche de siri) e o André fish and chips. Eles serviram o fish and chips com vinagre, como se faz na Inglaterra. Os chips eram como os de lá também (mais grosso, ao invés de finos como a batata frita que normalmente se serve nos Estados Unidos).
Almoço de Fish & Chips estilo inglês

Brewery no Pike Market em Seattle

Eu queria achar uma camiseta do Nirvana pra levar pro meu sobrinho, mas me admirei que no mercado em Seattle não haviam opções. Achei um único modelo, que ele já tem. Perguntei onde eu poderia achar camisetas de banda à venda e no centro de informações fui informada de chamado Subpop Records, cerca de 10 minutos dali.
Pra ser sincera não havia ouvido falar de tal nome, e ao chegar lá vimos que esse lugar era dentro de um prédio de escritórios. Eu não sabia o que pensar e fiquei ali na frente procurando mais detalhes sobre esse nome Subpop na internet, quando entram 3 caras no prédio. Resolvi entrar atrás deles e dentro do elevador estava lendo sobre Subpop quando um deles pergunta o que eu queria na Subpop. Falei que queria comprar alguns artigos de bandas grunge como posters e camisetas e eles falaram que ali é o escritório da gravadora Subpop, que lançou o Nirvana, e não uma loja. Perguntei onde eu poderia achar tais artigos e ele me recomendou um lugar chamado Easy Street Records, no oeste de Seattle.
Resolvemos voltar a fazer o tour do Rock antes que escurecesse e fomos até um parque chamado Volunteer Park, onde se vê uma escultura que é um círculo preto com um buraco no meio, como se fosse um donut preto gigante. O nome desta escultura é Black Sun, e foi ela que inspirou a música Black Hole Sun do Soundgarden.
Black (Hole) Sun em Seattle

Já eram quase 4 da tarde quando nos pusemos em direção a Viretta Park, em Lake Washington Boulevard, a casa onde o Kurt Cobain morou e onde ele escolheu morrer. Lake Washington Blvd é uma rua na beira de um lago grande, onde as casas ou ficam na beira do lago (algumas casas tem até pier particular) ou ficam em posição mais elevada em relação ao lago, com uma linda vista. Li que ali moram altos executivos da Boeing (a fábrica é perto de Seattle), Microsoft (fica perto de Seattle) ou Starbucks (originalmente de Seattle). Foi numa destas casas que Kurt e Courtney Love moraram por um tempo curto.
Viretta Park fica exatamente ao lado da casa que foi deles e é um lugar quieto e bonito.
O parque tem 2 bancos, ambos pichados com mensagems para Kurt Cobain.
Vendo as mensagens deixadas por fans do Nirvana em Viretta Park

Um deles tinha, inclusive duas garrafas de cerveja e uma folha de papel embaixo delas, com uma mensagem escrita por uma menina que nasceu 3 dias antes do suicídio de Kurt Cobain, onde ela escreve como as músicas dele a tocaram. Parecia ter sido deixada ali há poucos dias.
Carta deixada por uma fã de Kurt Cobain


Fiz uma prece pra alma tormentada dele e deixei a minha mensagem pra ele no banco, e uma em nome de uma das minhas irmãs, que é ainda muito fã dele.

Deixei minha mensagem pro Kurt

Eu bati umas fotos da parte da casa onde dá pra ver por cima dos muros altos, mas não me atrevi a fazer o que algumas pessoas fazem, que é meio desreipeitoso, onde elas deitam na entrada da casa pra bater fotos por baixo do portão. A casa não é mais da Courtney Love. Foi vendida há vários anos atrás, e agora vi que está a venda de novo, pela barganha de 7.5 milhões de dólares.
Casa onde Kurt Cobain morou em Lake Washington

O Greenhouse onde o corpo dele foi encontrado foi destruído, pois segundo a Courtney Love queria evitar que pessoas tentassem entrar lá pra se drogarem ou de repente até mesmo se suicidarem. Pra quem não sabe, Kurt foi viciado em heroína e se matou com um tiro na cabeça. Eu li um livro sobre a vida dele e ele era bem perturbado, por diversos motivos. Ele nasceu numa cidade chamada Aberdeen, cerca de 2 horas dali.
Era pôr-do-sol quando entramos no carro pra sair dali, e fomos até a próxima parada ouvindo Nirvana no player do carro.
Pôr-do-sol em Lake Washington, Seattle

Foi o fim do nosso tour do Rock em Seattle, mas não o fim do nosso dia.
Fomos até o Easy Street Records, um tipo de loja que não é fácil de ser encontrada hoje em dia. Eles vendem CDs, LPs e merchandise de diversas bandas. Achei algumas camisetas de banda e escolhi uma do Nirvana pra dar pro meu sobrinho.
Easy Street Records

Eles têm também um café que serve comida até certo horário. Estava com fome e ia pedir comida ali, mas a cozinha não estava mais atentendo naquele dia, então só tomamos alguma coisa e fomos procurar um restaurante pra jantar. Eram 17:30, mas pro nosso corpo já eram 20:30 por causa da diferença de horário entre Boston e Seattle. Achamos um restaurante japonês ali perto e jantamos ali. Aparentemente Seattle tem bons restaurantes japonês. O André gostou bastante da comida.
Por ser quase inverno, ao sairmos do restaurante já estava escuro, mas evitamos o pior da hora do rush. Fomos pra casa dos nossos e depois de mais um papo e ajudar a entreter a filhinha de 2.5 anos deles, fomos dormir cansados.

https://youtu.be/hI5wPyA3-tw

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...