Thursday 21 November 2019

Seattle - Atrás das bandas grunge dos anos 90

Depois de mais de 3 horas de atraso, numa quarta-feira de noite, finalmente decolamos em direção a Seattle, no extremo oeste do Estados Unidos, completo oposto de Boston. Foram 6:30 de viagem pelos céus escuros e frios, pousando em Seattle às 2 da manhã horário local, 5 da manhã horário de Boston. Sem ter que passar por segurança nem esperar mala, fomos direto pegar o carro de aluguel. Éramos os únicos no prédio grande e moderno das empresas de aluguel de carro e tudo o que foi necessário foi digitar o código de reserva na máquina de uma das empresas de aluguel de carro e escanear a carteira de motorista. Um recibo foi impresso com a instruções de onde pegar o carro, sem termos que interagir com ninguém. As chaves estavam na ignição. Enquanto os trouxas da direita e esquerda fazem guerrinha ideológica, a automação continua a tomar conta e empregos somem porque as máquinas fazem o trabalho das pessoas. Não tem volta, e seria bom que se falasse sobre isso ao invés de diversas coisas que nada mais são que tempestades em copo d´água. Devo dizer que sou totalmente a favor da automação e tecnologia.
Seattle estava totalmente encoberta por uma neblina espessa; mal conseguíamos ver o caminho na direção da casa dos nossos amigos, num lugar chamad Kirkland, cerca de 30 min de Seattle. Chegamos na casa deles eram mais de 2 da manhã e depois de uma curta recepção fomos logo dormir.
Nosso primeiro dia em Seattle foi ótimo. Eu já havia planejado os pontos turísticos que eu e o André iríamos visitar neste dia, com foco nas bandas grunge de Seattle dos anos 90. A primeira banda que de Rock que eu comecei a ouvir foram os Beatles. Depois disso fui migrando pras bandas de Rock um pouco mais alternativo, e logo achei o Nirvana, Pearl Jam, Green Day, Soundgarden, The Offspring, Smashing Pumpkins pra citar algumas. Seattle era, nos anos 90, a mecca do rock grunge, tribo de algumas dessas bandas que eu mencionei. Eu me vestia com jeans, camiseta de alguma banda e uma camisa de flanela por cima. Foi assim por grande parte da minha adolescência.
Existe um tour em Seattle que tem como tema Rock and Roll em Seattle (Stalking Seattle - Rock & Roll Tour) e passa por diversos lugares de interesse. O problema é que quando eu descobri essa tour já não havia mais lugar pra nenhum dos dias da nossa estadia em Seattle. Entretanto no site dessa tour tem a lista de cada um dos pontos de parada. Isso foi o suficiente pra eu escolher os de meu interesse e adicionar no nosso roteiro.
A primeira parada foi no Kerry Park, um mirante que tem vista pro centro de Seattle, com a torre Space Needle ao fundo. Demos sorte com o tempo e estava um dia lindo de sol, o que sempre ajuda a gente a aproveitar melhor uma viagem. Esse mirante fica num bairro bem residencial de Seattle. As casas ao redor deste mirante são provilegiadas de ter aquela vista.
Cidade de Seattle vista de Kerry Park

O segundo ponto do tour, onde só passamos na frente, foi no Paramount Theater, um prédio antigo onde o Nirvana gravou um CD.  Não longe dali vimos uma estátua do Jimmy Hendrix tocando guitarra.
Jimmy Hendrix em Seattle

A terceira parada foi numa área meio suspeita onde tem a casa de shows El Corazon, onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez. Estacionamos o carro e pra chegar na frente da casa de show pra ver mais de perto (que naquela hora do dia estava vazia), passamos por um grupo de pessoas que estavam sentadas embaixo de um viaduto, ao lado de um carro com as portas abertas e cheio de cacos de vidro ao redor. O André ficou com um pouco de receio de passar ali, mas pra ser sincera eu não fiquei. Não me exponho a situações que não acho seguras, mas por ser luz do dia e ser centro de Seattle não julguei que pudesse ter perigo. Queria bater uma foto na frente do El Corazon.
Na frente da casa de shows onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez

Demos um tempo no tour do rock e fomos até Pike Market, um mercado bem grande que fica na beira do mar. Por ser um dia de semana não estava tão cheio como costuma ser nos finais de semana. São 3 andares de mistura de lojas, barraquinhas, bares, restaurantes e mercado de frutos do mar frescos. Por ser um dia bonito, diversas pessoas compravam lanches e levavam pra terraço ao ar livre com vista pro mar pra aproveitar o dia de sol (apesar de estar meio frio).
Banca de frutos do mar em Seattle

Nós almoçamos numa brewery (loja-fábrica de cerveja) onde eu comi um crab roll (sanduíche de siri) e o André fish and chips. Eles serviram o fish and chips com vinagre, como se faz na Inglaterra. Os chips eram como os de lá também (mais grosso, ao invés de finos como a batata frita que normalmente se serve nos Estados Unidos).
Almoço de Fish & Chips estilo inglês

Brewery no Pike Market em Seattle

Eu queria achar uma camiseta do Nirvana pra levar pro meu sobrinho, mas me admirei que no mercado em Seattle não haviam opções. Achei um único modelo, que ele já tem. Perguntei onde eu poderia achar camisetas de banda à venda e no centro de informações fui informada de chamado Subpop Records, cerca de 10 minutos dali.
Pra ser sincera não havia ouvido falar de tal nome, e ao chegar lá vimos que esse lugar era dentro de um prédio de escritórios. Eu não sabia o que pensar e fiquei ali na frente procurando mais detalhes sobre esse nome Subpop na internet, quando entram 3 caras no prédio. Resolvi entrar atrás deles e dentro do elevador estava lendo sobre Subpop quando um deles pergunta o que eu queria na Subpop. Falei que queria comprar alguns artigos de bandas grunge como posters e camisetas e eles falaram que ali é o escritório da gravadora Subpop, que lançou o Nirvana, e não uma loja. Perguntei onde eu poderia achar tais artigos e ele me recomendou um lugar chamado Easy Street Records, no oeste de Seattle.
Resolvemos voltar a fazer o tour do Rock antes que escurecesse e fomos até um parque chamado Volunteer Park, onde se vê uma escultura que é um círculo preto com um buraco no meio, como se fosse um donut preto gigante. O nome desta escultura é Black Sun, e foi ela que inspirou a música Black Hole Sun do Soundgarden.
Black (Hole) Sun em Seattle

Já eram quase 4 da tarde quando nos pusemos em direção a Viretta Park, em Lake Washington Boulevard, a casa onde o Kurt Cobain morou e onde ele escolheu morrer. Lake Washington Blvd é uma rua na beira de um lago grande, onde as casas ou ficam na beira do lago (algumas casas tem até pier particular) ou ficam em posição mais elevada em relação ao lago, com uma linda vista. Li que ali moram altos executivos da Boeing (a fábrica é perto de Seattle), Microsoft (fica perto de Seattle) ou Starbucks (originalmente de Seattle). Foi numa destas casas que Kurt e Courtney Love moraram por um tempo curto.
Viretta Park fica exatamente ao lado da casa que foi deles e é um lugar quieto e bonito.
O parque tem 2 bancos, ambos pichados com mensagems para Kurt Cobain.
Vendo as mensagens deixadas por fans do Nirvana em Viretta Park

Um deles tinha, inclusive duas garrafas de cerveja e uma folha de papel embaixo delas, com uma mensagem escrita por uma menina que nasceu 3 dias antes do suicídio de Kurt Cobain, onde ela escreve como as músicas dele a tocaram. Parecia ter sido deixada ali há poucos dias.
Carta deixada por uma fã de Kurt Cobain


Fiz uma prece pra alma tormentada dele e deixei a minha mensagem pra ele no banco, e uma em nome de uma das minhas irmãs, que é ainda muito fã dele.

Deixei minha mensagem pro Kurt

Eu bati umas fotos da parte da casa onde dá pra ver por cima dos muros altos, mas não me atrevi a fazer o que algumas pessoas fazem, que é meio desreipeitoso, onde elas deitam na entrada da casa pra bater fotos por baixo do portão. A casa não é mais da Courtney Love. Foi vendida há vários anos atrás, e agora vi que está a venda de novo, pela barganha de 7.5 milhões de dólares.
Casa onde Kurt Cobain morou em Lake Washington

O Greenhouse onde o corpo dele foi encontrado foi destruído, pois segundo a Courtney Love queria evitar que pessoas tentassem entrar lá pra se drogarem ou de repente até mesmo se suicidarem. Pra quem não sabe, Kurt foi viciado em heroína e se matou com um tiro na cabeça. Eu li um livro sobre a vida dele e ele era bem perturbado, por diversos motivos. Ele nasceu numa cidade chamada Aberdeen, cerca de 2 horas dali.
Era pôr-do-sol quando entramos no carro pra sair dali, e fomos até a próxima parada ouvindo Nirvana no player do carro.
Pôr-do-sol em Lake Washington, Seattle

Foi o fim do nosso tour do Rock em Seattle, mas não o fim do nosso dia.
Fomos até o Easy Street Records, um tipo de loja que não é fácil de ser encontrada hoje em dia. Eles vendem CDs, LPs e merchandise de diversas bandas. Achei algumas camisetas de banda e escolhi uma do Nirvana pra dar pro meu sobrinho.
Easy Street Records

Eles têm também um café que serve comida até certo horário. Estava com fome e ia pedir comida ali, mas a cozinha não estava mais atentendo naquele dia, então só tomamos alguma coisa e fomos procurar um restaurante pra jantar. Eram 17:30, mas pro nosso corpo já eram 20:30 por causa da diferença de horário entre Boston e Seattle. Achamos um restaurante japonês ali perto e jantamos ali. Aparentemente Seattle tem bons restaurantes japonês. O André gostou bastante da comida.
Por ser quase inverno, ao sairmos do restaurante já estava escuro, mas evitamos o pior da hora do rush. Fomos pra casa dos nossos e depois de mais um papo e ajudar a entreter a filhinha de 2.5 anos deles, fomos dormir cansados.

https://youtu.be/hI5wPyA3-tw

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