Wednesday 30 September 2020

Novos ares no verão da pandemia

 O acampamento de verão da minha empresa não aconteceu este ano. Ou melhor, aconteceu de forma diferente. Como todos, a minha empresa está tentando se adaptar e usando a criatividade pra promover interação segura entre os funcionários durante o verão. Mandaram para cada funcionário uma caixa pra casa de cada um com um “kit acampamento de quarentena”. No meu veio uma rede, uma camiseta branca com um kit de Tie Dye, e um livro de colorir com desenhos relacionados a impressão 3D. Quem quisesse podia entrar no Zoom num determinado dia pra sessão de abrir as caixas ao mesmo tempo.

Esta foto minha foi usada em material de marketing da minha empresa. Modelo :D

 Durante o mês de setembro participei das programadas por eles, todas realizadas ao ar livre. Eu me inscrevi em todas! Pela primeira vez fiz o tal de Tie Dye, onde amarra-se camisetas de uma determinada forma dependendo do tipo de desenho que se deseja fazer na camiseta, molha-se a camiseta e depois usa-se tintas de cores diferentes (ou da mesma cor) para colorir a camiseta. Esta atividade foi realizada no estacionamento da minha empresa. Não havia muita gente, mas foram algumas pessoas que eu conhecia, algumas que fazem Tie Dye desde criança (eu nunca havia ouvido falar até recentemente) e elas me ajudaram com o básico. Uma vez pronta a “arte”, coloca-se a camiseta num saquinho onde ela deve ficar por 8 horas. Depois tira-se o excesso de tinta e lava-se na água quente. Feito isso a tinta fica na camiseta a longo prazo.

Meu kit tie-dye


Num final de semana participamos de um hike organizado como parte do “acampamento”  no Arnold Parker Forest. Havia cerca de 20 pessoas no nosso grupo de hiking e fizemos uma caminhada pela floresta de cerca de 1:20 de duração. Não foi uma caminhada bonita, mas foi legal fazer alguma coisa ao ar livre com outras pessoas da empresa. O Enee, como sempre, foi o centro das atenções. Ficava correndo de um lado pro outro, subia em pedras, entrava no lago pra nadar, pedia carinho, enfim, uma diversão. Participei também numa sessão pelo zoom de como fazer pickles (que já esqueci como fazer) e por último eu e o Enee fomos no picnic, que marcou fim das atividades ao ar livre organizadas pela empresa.


Eu e André com as camisetas Tie-dye que eu havia feito        Hiking com o pessoal da empresa 



Nas vezes em que sentíamos que precisávamos de ares diferentes visitamos algum lugar aqui por perto mesmo. Um dia fomos passear no centro de Boston com o Enee, caminhando pelo Boston Common. 

Passeando pelo Boston Common

Outros dias fazíamos trilhas curtas nas reservas aqui perto de casa mesmo. São 2 lagos que ficam menos de 5 minutos de distância daqui de casa, com trilhas ao redor deles. A caminhada em loop ao redor de um deles ficou praticamente nossa caminhada diária, que servia de exercício pra mim, que estava finalmente conseguindo aos poucos, voltar a atividade física normal depois dos meus poblemas de saúde do ano anterior.

Duas das trilhas ao redor dos lagos aqui perto de casa


Fomos também pra Cambridge, pros lados onde moramos por 1 ano, pra passear pelos parques que constumávamos levar o Enee pra passear quando ele era puppy. Além disso, todo fim de semana fazíamos uma trilha com o Enee em algum lugar com lago, pois a atividade preferida dele é nadar. Basta ver um lago que ele já entra pra nadar.

Picnic em Danebury Park, Cambridge    Enee saindo do Fresh Pond, em Cambridge


Diria que conseguimos participar de uma boa variedade de passeios seguros este verão de pandemia.

https://youtu.be/Q3SRiaUOA9Q

















Monday 7 September 2020

Primeira vez num kayak

Aqui nos EUA as instruções são claras: não ficar em lugar fechado com outras pessoas, usar máscara, manter distância. Isso não significa ficar trancado em casa (como o CDC mesmo falou), mas sim escolher atividades de baixo risco. Foi o que fizemos durante todo verão, pois queríamos aproveitar a estação de forma segura. Uma das atividades que experimentamos fazer foi andar de caiaque.

Labour day, ou Dia do Trabalho, é o feriado que marca o fim do verão nos Estados Unidos, celebrado no começo de setembro. A partir deste dia o clima de verão já não está mais presente no norte do país, onde as temperaturas começam a ficar amenas na casa dos 19-20 graus, os dias começam a encurtar e começa-se a ver pelas lojas decoração de Halloween e temas outonais.

Neste feriado nós demos sorte com o clima, pois todos os dias têm sido de sol e temperatura de 25 graus. Ainda de isolamento social por causa do COVID-19 resolvi marcar alguma atividade ao ar livre e marquei de fazermos kayaking. O André já havia andado de kayak diversas vezes e eu nunca me empolguei, mas pensei que seria um passeio diferente para o qual poderíamos levar o Enee junto.

Boston e Cambridge têm diversas empresas que oferecem aluguel de kayaks e nós fomos numa chamada “Boston Paddle”. O website, apesar de simples, é bastante organizado e eficiente. Mostra as localidades com horários ainda disponíveis (cada aluguel é de 3hs) e efetua-se o pagamento de forma segura no site mesmo. O aluguel de um kayak pra duas pessoas custou U$52, incluindo tax. A nossa localidade de preferência teria sido Cambridge, mas já estava lotada. Escolhemos então Allston, no sul de Cambridge.


O dia estava perfeito pra fazer tal passeio, pois o sol não estava muito quente e o vento era pouco. O local tem estacionamento gratuito e um kiosk onde faz-se o check-in. Era obrigatório estar de máscara e manter distância das demais pessoa na curta fila e todos respeitavam, o que é importante. Os coletes salva-vidas dos humanos eram limpos e fornecidos por uma pessoa de máscara. O Enee tinha o colete salva-vidas dele que nós havíamos comprado há pouco tempo. Uma vez vestidos foi a nossa vez de sentar-se no kayak. Quem tem mais força é melhor sentar-se atrás, que é onde tem mais espaço também. O André foi atrás e eu na frente com o Enee. Tinha mais espaço para as pernas do que eu havia imaginado, e foi tranquilo levar o Enee e mochila com algumas coisas. Eu vesti uma roupa meio enjambrada (não sou “caiaqueira” profissional), mas o objetivo era estar o mais confortável possível no caso de cairmos na água. Usei uma calça a prova d´água (comprada na Nova Zelândia), sapatos de praia (comprados na Croácia pra poder andar nas praias de pedra do Mediterrâneo), e uma blusa de manga comprida de academia. Nossas coisas estavam dentro de sacos plásticos vedados dentro de uma mochila de tecido sintético. Se caíssemos estaríamos preparados! Boné e protetor solar nas partes expostas ao sol também foram parte da preparação.

O único que chegou perto de cair foi o Enee. No começo ele estava tremendo de nervoso, pois era tudo novo pra ele, mas logo já se acostumou e ficava olhando tudo e caminhando pelo kayak. Às vezes ficava latindo tentando pegar um dos remos, ou tentava tomar a água do rio de dentro do barco (quase caindo). Ele queria ficar no meu colo, o que deixava complicado eu remar, mas não me importei tanto pois o André fez a maior parte do trabalho duro no remo. Aos poucos fui me inteirando e comecei inclusive a tentar coordenar nossos movimentos dentro do barco para que remássemos em sincronia. Passamos na frente de Harvard e chegamos até perto da Boston University, com o intento de chegar até a Esplanade para fazer um picnic. Só que àquela altura já estávamos remando a uma hora e resolvemos mudar de plano para aproveitar o passeio ao invés de fazer picnic com pressa. Na ida estávamos a favor do vento, o que significa que na volta estaríamos contra o vento e por isso cansaríamos mais depressa. Fomos remando bem devagar no caminho de volta, parando às vezes para ver o cenário ao nosso redor. Ao passarmos embaixo de uma das várias pontes do trajeto gritávamos para ouvir o eco da nossa voz, que por causa da acústica embaixo da ponte ampliava a voz. Dividíamos o rio com pequenos iates e outros barcos motorizados, além de diversos outros caiaques e remadores que pareciam ser profissionais. Lembrei-me de quando eu assistia as corridas de remo de Oxford vs Cambridge no Tâmisa, quando morava em Londres.

O Enee fez o maior sucesso! Todo mundo que passava olhava e sorria ao vê-lo de colete amarelo fosforescente todo feliz dentro do kayak.

Ficamos 2:15 no passeio, o que foi suficiente para esse primeiro dia. Antes de voltar pra casa nós fomos fazer nosso picnic em Danehy Park, o parque que fica ao lado da casa onde moramos em Cambridge. As mesas de picnic na sombra estavam tomadas já, mas achamos uma que fica bem no topo da elevação no meio do parque, que tem uma vista bonita pra vegetação rasteira selvagem que tem do outro lado. Eu havia preparado pra mim uma salada de folhas com ovo, grão de bico, cenoura, tomate e pepino. O molho de azeite e vinagre estava a parte pra eu colocar na hora. Guardei a salada numa lancheira cooler com um saquinho com gelo em gel pra ficar fresca. Estava deliciosa! Ainda tinha levado nozes salgadas. Foi um almoço muito bom, ao lar livre.


Em casa ainda tive fôlego de lavar os dois carros por dentro e por fora, enquanto o André terminou de pintar o teto da sala. Depois ficamos na no deck do jardim tomando um drink pra terminar um dia fantástico. 

Gostamos tanto do passeio que duas semanas depois resolvemos repetir, desta vez escolhendo a localidade de Medford, onde tem o Mystic river. Confesso que gostei bem mais deste passeio. Era bem mais tranquilo e a beleza da paisagem já outonal estava de tirar o fôlego. O rio era bem mais calmo, não haviam tantas pessoas e foi bastante agradável, tanto que ficamos mais tempo no passeio. O Enee a essa altura já estava altamente confiante e andava pelo caiaque, a ponto de ficar em pé na ponta hahaha






https://youtu.be/l9LETOsFz_w

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...