Thursday, 29 August 2019

Visita ao estado do Maine: Um piano num coreto


No dia seguinte continuamos viagem em direção ao norte, passando pelas cidadezinhas de Rockport e Rockland. Nesta última paramos pra almoçar e dar uma volta pra esticar a pernas, quando nos deparamos com um coreto numa pracinha, com vista pro mar. Neste coreto havia um piano colorido, em estado funcional. Sentei-me e toquei algumas músicas. Não é sempre que se tem a oportunidade de tocar em tal setting.

A próxima cidade onde paramos chamava-se Candem. Não estávamos planejando parar ali, mas ela era charmosa, parecia as idades do interior da Inglaterra. Era mais uma cidade na costa, com um parque florido de grama bem aparada. Entramos em algumas lojas pra ver se achávamos algo pra nossa casa e acabei comprando um vaso com flores pra mesa da nossa sala de jantar (nunca achei que fosse ter uma sala de jantar!).




Dormimos num “hotel de beira de estrada” (conhecidos aqui como Motel, mas nao no mesmo sentido do Brasil) bem bonitinho. Foi barato, mas o quarto era super charmoso. Tinha até uma piscina, mas não chegamos a usar porque o tempo náo estava convidatido para um mergulho. Arriscamos fazer uma caminhada com Enee pelos arredores do hotel, por uma trilha feita por um hospital das redondezas, com objetivo de incentivar os moradores locais a se exercitarem pra manter a saúde. Num determinado ponto da trilha dava pra acessar o mar descendo por umas pedras. Não havia mais ninguém por lá. O André e Enee desceram até a o mar e eu fiquei sentada numa das pedras, batendo fotos dos 2.



Cidade de Candem, ME e arredores

E foi no dia seguinte, um dia chuvoso, que chegamos em Bar Harbor, cidade bem no nordeste dos Estados Unidos, perto do Canadá. Ficamos num resort mais antigo, cerca de 30 min de caminhada do centro de Bar Harbor. Naquela área existem diversos hotéis, pois é de fácil acesso ao Parque Nacional Acadia, cuja visita vou contar no próximo post. Tem um ônibus grátis que passa nestes hotéis e leva os hóspedes até o centro de Bar Harbor, onde é difícil estacionar. Pois foi o que fizemos.


Esperando o free shuttle ate o centro de Bar Harbor
Caminhando pela orla de Bar Harbor
Centrinho da cidade


A cidade de Bar Harbor é pequena, mas não chega a ser uma vila. Dá pra ver que é bastante turística e tem bastante bares, restaurantes e lojas. Fomos numa loja especializada em pipoca de diversos sabores. Eu peguei um saquinho de pipoca de mirtilo. Era boa, mas depois de ter comido algumas ficou enjoativa, de tão doce. Fomos até o fim da cidade e pegamos o caminho que leva até o caminho da orla, que passa entre o mar e as casas bonitas que ficam de frente pro mar. Naquela hora a chuva havia parado, então deu pra gente caminhar tranquilamente.




Achamos um pub ali perto e tomamos uma cerveja. O pub era dog friendly, e além do Enee havia outro cachorro lá dentro com os donos.


Enee experimentando uma Coors light (brincadeira)

 Acabamos jantando no mesmo pub. Confesso que aquela altura já não aguentava mais comer fora. Voltamos caminhando pro hotel, e devo dizer que os 35 minutos de caminhada foram muito bem-vindos depois da janta.





Video da parte 2: https://youtu.be/r1jtaz8xaN4

Tuesday, 27 August 2019

Visita ao estado do Maine: Faróis e Lagostas


Fim de agosto tiramos uma semana de férias e fomos conhecer o estado do Maine, que é perto o suficiente de Massachusetts pra ser explorado de carro. O nosso filhote Enee foi conosco, o que requer um planejamento um pouco mais elaborado, pois precisamos ficar em hotéis que aceitem cachorro, além de planejar refeições em lugares onde possamos levá-lo junto conosco.  A maioria dos restaurantes que tem mesa ao ar livre deixa ter o cachorro perto, mas às vezes temos que deixá-lo dentro do crate dele no quarto do hotel.
A primeira parada da viagem foi na cidade que Kennebunkport, que já havíamos visitado no começo de dezembro de 2017. Lembro que foi o primeiro dia frio daquele inverno, mas apesar disso ficamos na rua pois estávamos com o Enee, que ainda era filhotinho, junto no restaurante que fomos. Devo dizer que não éramos os únicos nessa situação. Naquela visita, por ser perto do natal, a cidade estava enfeitada com luzes e temas natalinos, que sempre se destacam quando já está escuro, o que naquela época do ano acontece logo antes das 5. Desta vez a visita foi no extremo oposto, bem no calor de verão. Ao invés de 2 graus, estava perto de 30, e por ser dia de semana a cidade não estava tão movimentada. A viagem da nossa casa até lá foi perto de 1:30 horas e foi bem tranquila. Fomos direto pra uma lanchonete que é famosa pelo sanduíche de lagosta, que é chamado de Lobster roll. Maine é conhecido pelo melhor lobster roll do país.


Enee e eu em Kennebunkport

A lanchonete fica logo antes da ponte que chega no centro da cidade, e apesar de ser uma terça-feira perto da 1 da tarde, havia uma fila relativamente grande, e a espera contando a fila e o tempo de preparação da comida foi de cerca de 45 minutos. Eu comi camarão a milanesa e André comeu o famoso lobster roll, do qual ele gostou bastante. Ao lado da lanchonete tem uma loja que vende frutos do mar frescos e ficamos sabendo que a loja e lanchonete são frequentadas pelo ex-presidente George Bush e família. Parece que quando chefes de estado de outros países são recebidos na casa dos Bush eles mandam buscar o sanduíche de lagosta ali. Tem uma parede com fotos do Bush e uma carta de agradecimento da esposa dele ao restaurante.

Lobster roll em Kennebunkport
Parede do restaurante com fotos e cartas da família Bush
Casas do Bush Compound
Detalhe de uma ponte em Kennebunkport

Ao seguir viagem passamos pelo que eles chamam de Bush Compound, que são casas da família Bush que ficam numa ponta do litoral. Tinha bastante gente batendo fotos da casa deles, de longe. Eu bati uma de dentro do carro mesmo, pra mostrar como é. Pra constar, não sou fã deles.

Nossa próxima parada foi Portland, uma cidade da qual havíamos ouvido falar muito bem. Fomos deixar nossas coisas no hotel e descansar um pouco (eu não estava muito bem nos primeiros dias de viagem) e depois fomos pra promenade de Portland, que é um lugar muito legal pra levar algo pra beliscar, uma bebida, e sentar no morro de grama olhando o mar. Já era pôr-do-sol quando chegamos lá, mas mesmo assim haviam diversos grupos de pessoas sentadas na grama, conversando, aproveitando a noite clara e amena.


Promenade em Portland

Fomos até o centro da cidade dar uma olhada onde ficam os bares e restaurantes, e chegamos até um porto onde tem diversos restaurantes, entre eles um chamado Dimillos, que é dentro de um barco bem grande e havia sido recomendado pelo meu chefe. Entramos com o intuito de somente tomar um drink, pois havíamos jantado uma salada que havíamos trazido de casa (sim, farofeiros... nós não conseguimos passar uma semana só comendo fora, sentimos falta das nossas saladas), mas acabamos comendo uma sobremesa ali. 


Pôr-do-sol em Portland promenade
André analisando o cardápio do Dimillos

O barco era bem grande e tinha mesas dentro e fora, no deck. Eles nos deixaram sentar no deck com o Enee, e ele, como sempre, fez o maior sucesso. Aliás, ele fez sucesso a viagem inteira. No Maine todo mundo parece gostar de cachorro, e o Enee parece até uma celebridade, pois vem gente pedir pra bater foto com ele, passar a mão nele, e algumas pessoas vêm pra contar que tiveram um Welsh Terrier em algum momento de suas vidas e gostam de falar sobre seus companheiros que já se foram.

Cheers! Restaurante Dimillos

No dia seguinte fomos visitar uma casa histórica "Victorian Mansion" no centro de Portland. Foi legal....zinha. Nada impressionante se comparada com as mansões européias.






 Mas naquele dia o objetivo era visitar Cape Elizabeth, ou Cabo Elizabete, que fica perto de Portland e tem um farol muito bonito que eu queria conhecer. Colocamos Cape Elizabeth Lighthouse no GPS e acabamos num lugar na beira do mar (obviamente, por ser um farol era na beira do mae), mas onde não conseguíamos ver farol algum. Havia um restaurante na beira do mar, com mesinhas na rua, e ao lado pedras, onde o mar batia com certa violência. O André comeu outro lobster roll, e eu nem lembro o que comi (é difícil uma refeição de viagem me marcar. Existiram exceções: um restaurante em Praiano, na Costa Amalfitana, e um restaurante em Tallin, na Estônia).
Depois de comer fomos caminhar nas pedras com o Enee. A gente brinca que ele é tipo cabra, pois adora subir em cima de tudo, principalmente pedras. Ele achou o máximo ficar correndo pelas pedras, descobrindo cheiros novos na beira do mar. A paisagem era bonita, mas eu queria ver o farol! Caminhamos até quase a ponta do caminho nas pedras, mas o farol ainda estava longe. Muitas fotos depois voltamos pro restaurante e perguntamos como chegar no farol. Fomos informados que não é possível chegar perto do farol, que o acesso havia sido bloqueado há alguns anos atrás. Fiquei bastante decepcionada.... Dirigimos até uma reserva ali perto e pagamos $10 pra entrar. Fiquei novamente decepcionada, pois apesar de ser bem cuidada, não tinha nada de interessante pra ver.  Estava $10 mais pobre e não tinha visto o farol que eu queria tanto ver.


Pedregulhos à beira-mar em Cape Elizabeth Lighthouse
O farol de Cape Elizabeth ao fundo
André e Enee se diverdindo pelas pedras





Video desta primeira parte: https://youtu.be/4KncBa0zDxk

Resolvi entrar no google pra ver se achava mais detalhes do farol que eu tinha visto na pesquisa da viagem, pra ver quando o acesso foi fechado, pois a minha pesquisa havia mostrado um farol acessível numa paisagem diferente. Aí descobri que havíamos ido no farol errado, que na verdade nós queríamos ter ido no farol de Fort Williams. Ainda bem que havia bastante tempo, pois foi pra lá que nos dirigimos.

Foi mais lindo do que eu imaginei que fosse ser. Eu achei aquela paisagem simplesmente perfeita, como numa pintura. O farol é acessado por um parque bem grande, super bem cuidado, com grama verde e bem conservada, flores e trilhas. Sentamos pra comer um sanduíche e ficar olhando o farol (depois descobrimos que o melhor lugar pra sentar e observar o farol é de uma mesa de picnic que fica bem em cima do morro, logo em frente saindo do estacionamento antes de descer pro nível onde está o farol). 



Eu não lembro muitos detalhes sobre a história do farol, tipo quando foi construído nem nada, então não vou relatar nada neste sentido. Sentamo-nos num banco na metade da trilha e ficamos absorvendo a vista a nossa frente: o penhasco e os pássaros sobrevoando, o mar com as ondas batendo nas pedras, e o verde ao redor, a trilha ao longo da orla. Se eu soubesse pintar paisagens, eu pintaria esta. Fiquei um tempão apreciando cada detalhe.

Diversas fotos de diversos pontos de vista 
do farol Fort Williams, em Cape Elizabeth


Continuamos caminhando pela trilha até chegar no outro lado, de onde conseguimos ver Portland e um outro farol bem a distância, que parecia abandonado.
A casa que fica ao lado do farol é hoje em dia um museu, mas infelizmente não estava aberto naquele dia. Era lá onde as pessoas que cuidavam do farol moravam. Li que um poeta de Portland, dos anos de antigamente, caminhava da cidade até o farol pra buscar inspiração pros seus poemas. Compreensível buscar inspiração naquele local.
Terminei o dia realizada. Se forem ao Maine, não percam o farol de Fort Williams!



Jantamos num restaurante italiano em Portland. Nao lembro do nome nem do que comi...




Sunday, 14 July 2019

Ilha de Nantucket

A Ilha de Nantucket fica ao sul de Cape Cod, ao lado de Martha's Vineyard. Ambas são destinos bem procurados no verão. Visitamos Martha´s Vineyard em 2017 (https://grazintheus.blogspot.com/2017/07/) e gostamos tanto que pensamos em voltar, mas preferimos conhecer Nantucket. A visita foi curta, somente 3 dias, mas deu pra conhecer um pouco desta ilha histórica da costa da Nova Inglaterra.
Pegamos o ferry de um lugar chamado New Bedford, cerca de 1:30 de Boston. Deixamos o carro no estacionamento do porto e depois de 90 min de viagem atracamos na marina de Nantucket. O transfer do hotel já estava nos esperando e logo estávamos fazendo check-in no "The Nantucket Hotel and Resort", perto do centrinho da ilha.
A primeira impressao da ilha foi que as casas são todas do mesmo estilo, bem parecidas com o estilo das casas do Cape (Cape Cod é sempre abreviado pra Cape).
Enquanto nosso quarto não ficava pronto, almoçamos no restaurante do hotel e fomos pra piscina. Tudo o que eu queria era entrar numa piscina e ficar relaxando. Peguei sol e quando estava bem calor entrei na água refrescante. Pra mim, verão tem que ter calor, sol, piscina e praia.
Ficamos boa parte da tarde ali descansando e de noite saímos pra jantar e conhecer melhor o centro de Nantucket. Uma das maiores diferenças pra Martha's Vineyard é que Nantucket é uma ilha com mais história, enquanto Marthas Vineyard é um charme mais tradicional. Por muito tempo foi uma comunidade de baleeiros, e várias das casas ali foram construídas no século 19, muitas com um charme meio europeu. Outra diferença é que apesar de Nantucket também ser um lugar turístico de renome, me pareceu ter menos turistas.
No centro tem vários restaurantes, bares, um super mercado, lojas de roupa, galerias de arte e de antiguidades e por aí vai. Na esquina de uma das ruas do centro tem uma sorveteria que é a mais famosa da cidade, com filas bastante extensas a maior parte do tempo. Até queríamos um sorvete depois da janta, mas a fila dobrava a esquina  (o horário mais procurado pra sorvete) e desistimos.
André relaxando na piscina
Marina em Nantucket
Cheers!
Passeando por Nantucket 

No dia seguinte nós alugamos bicicletas e fomos até a praia/vila de Sconset. Foram cerca de 30 min por uma ciclovia até lá. É uma vila bem pequena mas com casas fanstásticas! Demos uma olhada na praia, que tem a areia quente por causa da areia meio escura. Por este motivo não era convidativo entrar no mar, pois a água era escura ali também. Aquela praia tem bastante focas e nós vimos uma que ficava mergulhando e nadando enquanto admirávamos a paisagem. É uma praia tranquila, pra quem quer quitetu.
Passeio de bicicleta até Sconset
Farol na praia de Sconset

Fomos pedalando pela rua admirando as mansões de Sconset, todas com jardins lindos e super bem cuidados. No fim da rua havia um farol e um campo de golf.
Almoçamos um sanduíche e um sorvete que compramos no mini-mercado da vila e apesar do sol escaldante, retocamos o protetor solar (eu estava de blusa fina de manga comprida e boné) e voltamos de bicicleta por uns 40 min até a Surfside Beach, uma praia bem bonita, com faixa de areia branca e extensa. Esta praia tinha bem mais pessoas e tinha mais infraestrutura, como chuveros e lugar pra comprar comida.  É uma praia pra famílias e pessoas que querem jogar algum esporte ou nadar.
Voltamos pro centro e Nantucket e depois de devolver as bicicletas fomos pro hotel, onde fomos direto nos trocar e pular na piscina. Tendo pedalado naquele calor grande parte do dia (foi mais de 30 graus), mergulhar naquela água era tudo o que eu queria. Foi excelente!!
Passeando por Sconset
Aproveitando a piscina do hotel


Mais tarde encontramos um colega de trabalho do André no Iate Clube de Nantucket pra um drink. Foi ele e a namorada dele. Ficamos conversando sobre Nantucket e ele nos contou que a avó dele comprou 3 casas na ilha em 1920, que passou pros pais dele e pros tios, então ele cresceu passando os verões ali e continua a tradição. Nos contou que a história de Moby-dick, a baleia, teve muitos elementos de inspiração de eventos e pessoas ali de Nantucket por parte do autor. Inclusive a casa deste colega do André tem referência no livro como sendo a casa de uma das personagens!
No nosso último dia nós exploramos outras partes do centro da cidade e percebemos como as pessoas que frequentam a ilha tem dinheiro! O preço médio de uma casa lá é 1 milhão de dólares. Preço médio! Existem lojas só de roupas e acessórios pra quem tem iate. O preço dos items das lojas de antiguidades é simplesmente inacreditável. Compramos alguns souvenirs e depois de almoçar um sanduíche delicioso do café Provisions, localizado no centro, voltamos pra piscina do hotel, onde esperamos a hora de embarcar de volta pra casa.
Acabamos não experimentando o tal sorvete, mas nos falaram que não é o sorvete em si que é especial, mas sim o cone ou waffle onde ele é servido, que é feito na hora. Realmente o cheiro era delicioso quando passávamos ali perto.
Brandpoint Lighthouse
Aproveitando mais a piscina do hotel
Passeando por Nantucket
Ferry de volta pra casa

Conversando com algumas pessoas da minha empresa sobre Nantucket acabei descobrindo outras pessoas que têm casa lá, que tem passado de geração em geração. São as pessoas que ou tiveram sorte ou visão de investimento há muitos anos atrás, e agora os descendentes estão usufruindo.

Praia de Surfside Beach
Video da viagem: https://www.youtube.com/watch?v=zGwOLqre_NM&feature=youtu.be

Sunday, 23 June 2019

Little Women e Louisa May Alcott

Quando eu era adolescente eu lembro de ter assistido um daqueles filmes antigos, que passavam na sessão da tarde, do qual eu havia gostado bastante, pois era sobre 4 irmãs e suas histórias, dia-a-dia, brigas, tristrezas e alegrias. Como eu tenho duas irmãs me identifiquei bastante com o filme. A Elizabeth Taylor era uma das meninas, pra ver quão antigo era o filme! Eu não lembrava o nome do filme e não foi até ter assistido um episódeo do seriado Friends há diversos anos atrás, no qual eles comentam sobre o livro e a história, que eu acabei descobrindo que o filme era baseado no livro chamado Little Women (Pequenas Mulheres - no sentido de juventude). Quando morava na Nova Zelândia eu comprei e li o livro, e logo em seguida eu assisti uma versão mais nova do filme. Como já era adulta (20 e poucos anos) eu consegui perceber certos temas abordados na história que na época de adolescente eu não conhecia e consegui aproveitar melhor a história, mas ainda mantendo o mesmo interesse de quando eu vi a versão mais antiga do filme.

Jardim logo na entrada da casa


A introdução acima foi pra explicar o motivo que eu me interessei em visitar a casa da autora do livro, Louisa May Alcott, que hoje em dia é um museu sobre o livro, a autora e sua família. A casa fica na cidade de Concord, MA, menos de 30 minutos da minha casa. Eu já relatei um pouco sobre essa cidade e sua importância na história da independência dos EUA, mas à medida que vou me educando sobre tal história, seu personagens, e lendo livros de autores americanos de época similar, vou entendendo cada vez mais sobre este país do qual eu não sou fã, mas que tem história tão fascinante e complexa, e confesso que aos poucos tenho me interessado em aprender cada vez mais sobre essa região onde estou morando.

A casa da família Alcott fica numa área bem verde logo antes da cidade de Concord. A família dela era adepta do transcendentalismo, que eu nem conhecia a respeito. O estilo de vida deles e seus ideais bem progressistas, até para os dias de hoje: eram veganos, defendiam crescimento sustentável, proteção ao meio ambiente, eram adeptos do abolicionismo (naquela época ainda havia escravidão nos EUA), e do feminismo, tanto quee as 4 meninas da família eram tratadas como os seres humanos capazes que eram, numa época onde mulher não recebia nenhuma educação, e duas delas tornaram-se grande artitas. O pai dela era professor, escritor e intelectual, e inclusive abriu uma escola de filosofia ao lado da casa dos Alcotts. Como é típico de pessoas deste estilo, ele era inteligente e tinha excelentes idéias, mas não conseguia ganhar dinheiro o suficiente pra sustentar a família. Este foi um dos motivos que as meninas tinham pra se tornar melhores nas suas artes de escolha e vender seus trabalhos, pra ganhar dinheiro. A Louisa tornou-se escritora e a mais nova das 4 irmãs, May, era artista. Era uma excelente pintora e escultora. A casa museu tem vários quadros pintados pela irmã mais nova, que foi treinada na Europa, sendo que um deles foi exibido no museu do Louvre por um tempo. Inclusive May foi quem apresentou o escultor Daniel Chester French as suas ferramentas de esculpir e o ensinou o básico. Mais tarde ele esculpiu diversas estátuas "importantes", como a de Abraham Lincoln (no memorial na capital Washington) e de John Harvard (da universidade de Harvard onde todo mundo até hoje coloca a mão no sapato como forma de pedir inteliência e bate uma foto).

Louisa escreveu o livro Little Women naquela casa, numa mesa de madeira que o pai construiu pra ela. As histórias que ela contou no livro foram realmente histórias dela e das irmãs delas, que aconteceram em outra casa, mas que ela resolveu contar como se tivessem acontecido naquela casa. Uma das irmãs dela, a "Beth", que morreu no livro, realmente faleceu na vida real e nem chegou a morar naquela casa. O casamento da irmã dela realmente aconteceu na sala daquela casa, e teve como convidados nada mais nada menos que escritores como Henry Thoreau, Emerson e Nathaniel Hawthorne como convidados. Eu achei o máximo que eu conhecia sobre a história de Nathaniel Hawthorne (vejam meu post anterior sobre a visita a cidade de Salem) e sobre Thoreau (vejam meu post sobre a visita a Walden Pond), e inclusive percebi como a gente aproveita mais os passeios quando tem contexto e sabe da história. Por exemplo, a guia contou que Louisa comentou que Thoreau sabia descrever a natureza como ninguém. Pra quem leu Walden, isso faz todo sentido. Pra quem não leu, é uma declaração sem importância fácil de esquecer.

Louisa mudou poucas coisas da realidade no seu livro, mas uma delas foi que não foi o pai dela que serviu na guerra, mas sim ela, que serviu como enfermeira e inclusive escreveu um livro de relatos sobre essa experiência. Ela pegou febre tiphoide e teve que se tratar com mercúrio. Desde então a saúde dela nunca mais foi a mesma e ela passava a maior parte do tempo confinada no quarto dela. Logo ela, que era super ativa e inclusive baseou a personagem Jo do livro nela, e queria sempre estar correndo, subindo em árvores etc. Deve ter sido muit difícil.

Ela nunca quis se casar, pois acreditava que casamento tirava a liberdade da mulher (naquela época com certeza, e hoje em dia pra muita gente ainda é assim), e queria a mesma coisa pra Jo no livro. Só que a editora forçou-a a casar a personagem Jo e ela não teve escolha: teve que fazê-la casar-se. Outra história interessante sobre como o livro foi publicado é que não é o tipo de história pela qual homens e meninos se interessem. O editor nem conseguiu terminar o livro parece, mas deu pra sobrinha dele ler, e ela adorou o livro e ele percebeu que as demais mulheres da família também. Foi aí que ele viu o potencial do livro.

Casa dos Alcott

Construção ao lado da casa, que foi a escola de filosofia


Na casa a gente visita ambientes como a cozinha, que tem um tanque que a Louisa comprou por $100 na época, salário anual do pai dela. Ela ficou famosa e rica em vida com a venda dos seus livros. O escritório do pai dela é outro lugar interessante, onde ele recebia pessoas do seu círculo pra discutir idéias abolicionistas, e inclusive secretamente recolheram dinheiro pra ajudar John Brown, de quem eu nunca tinha ouvido falar e fui ler a respeito do seu papel no movimento abolicionista dos EUA.

Depois da visita eu e minha colega Karen comos até o centrinho de Concord pra ela conhecer, e almoçamos por ali mesmo. Era um dia lindo de sol, calor, e nos sentamos no mesmo lugar onde fui com minha mãe quando ela veio pra cá me visitar. A Karen é de San Diego e falou que detesta o frio de Boston também.
Almoço em Concord


Eu não tinha muitas expectativas sobre a visita na casa da Louisa May Alcott e não tinha idéia sobre o contexto famíliar e círculo social do qual eles faziam parte. Tudo o que eu aprendi nesta visita sobre a vida dela e de sua família me fascinou. O fato de eu saber sobre eventos e pessoas daquela mesma época, que tiveram suas histórias interlaçadas com a dela, tornou a visita mais empolgante ainda.

Vi que a Greta Gerwig dirigiu uma nova versão de Little Women, a ser lançada em Dezembro deste ano, e que diversas cenas foram filmadas ali. Mal posso esperar pra assistir!

https://www.imdb.com/title/tt0041594/ - o que eu assisti quando adolescente, com a Elizabeth Taylor
https://www.imdb.com/title/tt0110367/ - o que eu assisti depois de ter lido o livro, com a Winona Ryder, Susan Sarandon e Kirsten Dunst

Saturday, 18 May 2019

Visita a Salem

Durante a estadia da minha mae aqui em Boston nós visitamos a cidade de Salém, aqui pro norte, cerca de meia-hora de casa.
Quem já assistiu ao filme "As bruxas de Salém" sabe que nesta cidade no fim dos 1600 diversas pessoas foram enforcadas por serem consideradas "bruxas". É uma história triste, mas bastante relevante ainda nos dias de hoje. Quanto mais eu aprendo sobre eventos do passado mais eu percebo que como sociedade não avançamos tanto quanto poderíamos, pois a intolerância, preconceito e ignorância continuam a reinar, ainda mais com essa "onda" nojenta de extrema direita e nacionalismo que se alastra pelo mundo todo, que é tão nociva como a extrema esquerda (vide o que está acontecendo na Venezuela).
Mas o do resumo do resumo do que aconteceu em Salém é o seguinte: algumas garotas que não tinham mais o que fazer (literalmente) começaram a inventar que haviam sido "enfeitiçadas" por bruxas que estavam pela comunidade de Salém, e apresentavam sintomas de alguma doença misteriosa. Era um tipo de histeria coletiva, que afetou também a mãe de uma das garotas. Naquela época a medicina era muito rudimentar e nada separada das crenças religiosas. O médico não conseguiu justificar os sintomas e concordou que poderia ser bruxaria. Foi o suficiente para que as pessoas acusadas pelas garotas fossem levadas a julgamento e condenadas a morte. Como de era de se esperar, os julgamentos eram falhos, sem a menor lógica, baseados na reação da população às idéias esdruxulas e empolgação de todos em se livrar de pessoas que viviam a margem da sociedade (vide uma negra ex-escrava, uma senhora idosa solitária e assim por diante). Foram no total 20 pessoas enforcadas (um foi morto de outra forma pior ainda).

Minha mãe em Salem



A cidade de Salém naquela época era uma vila pequena, isolada do resto do país. Hoje em dia é uma cidade pequena, mas que nada lembra uma pequena vila. O atrativo da cidade é praticamente todo relacionado a "bruxas", e no período de Halloween é praticamente impossível chegar-se lá, de tão cheia que fica a cidade. É uma cidade com bastante atrações pro seu tamanho, mas vale a pena uma visita. Abaixo tem as coisas que visitamos e outras que não tivemos tempo de ver:
- With trials museum: apesar do nome de museu é na verdade uma apresentação com "bonecos" (tipo do Madame Tussauds) numa sala bem grande, onde o narrador explica todos os acontecimentos desde o começo até a execução das pessoas. Depois uma pessoa explica sobre "bruxaria" no contexto atual, inclusive que existe uma religião reconhecida aqui nos EUA que é das "bruxas" e como o conceito de bruxa evoliu de maneira tortuosa. Na verdade parteiras e curandeiras eram consideradas bruxas, mas eram mulheres normais que ajudavam as pessoas com seus conhecimentos de ervas e plantas que aliviam um ou outro problema de saúde. Mostram também da "caça às bruxas" que acontece no mundo atual, onde certos segmentos da população são perseguidos e considerados impuros, sofrendo todo tipo de violência, exclusão e injustiças.
Na frente do Witch Trials Museum

- Judges house: a casa do juiz que julgou e condenou as pessoas à morte. Não chegamos a visitar, então não sei se é interessante.
- Memorial das vítimas: é um memorial super simples, de pedra, numa pracinha logo na frente do Peabody museum, com o nome e a história de cada pessoa que foi morta por ser considerada bruxa. (entrada gratuita)
- Cemitério ao lado do memorial: onde o juiz e outras pessoas estão enterradas (entrada gratuita)
- Witch village: uma réplica em tamanho natural da vila de Salém na época da caça às bruxas (não fomos)

A cidade tem também diversas outras atrações, como um calçadão com bares, restaurantes e lojas, a maioria sendo relacionada a Haloween e bruxas.
Almoçamos num restaurante delicioso, chamado Sea Level Oyster Bar, onde vale muito a pena comer.
Almoço em Salém


Outra atração que é das mais famosas e a "House of the 7 Gables". Eu não sabia nada desta casa até visitar Salem, a começar pelo significado da palavra "gable", que é aquele triângulo que se forma no telhado das casas quando do lados do telhado se juntam. Esta casa é famosa por causa do livro escrito por Nathaniel Hawthorne, um famoso escritor americano, descendente do juiz das caças ás bruxas. No livro ele conta a história de um crime que aconteceu naquela casa.
Fomos visitar a casa com minha mãe, e o bom é que tinha audio guide em português pra ela. Um guia vai nos levando pelos cômodos da casa e explicando que na verdade a casa sempre teve (e continua tendo) como objetivo ajudar pessoas da sociedade de Salem em diversas coisas, como oficina onde se pode aprender uma variedade de skills. Hoje em dia também fazem cerimônias de cidadania.

As portas da casa e o teto são rebaixados como nas casas de antigamente, que nem nas casas da Europa, e achei legal que o guia explicou que o motivo do teto ser rebaixado não é porque as pessoas eram mais baixas, mas sim pra conservar o calor, o que faz sentido. Da mesma forma as camas eram pequenas, e achávamos que  corroborava a idéia de que as pessoas eram mais baixas que hoje em dia, mas o guia explicou que naquela época era comum acharem que era necessário dormir de lado encolhido porque fazia bem pra saúde.
Um dos cômodos da casa

A casa foi restaurada e reformada diversas vezes durante os anos, e os cômodos são mobiliados da forma de antigamente, mas nada de luxo extremo como palácios de realeza, apesar de que praquela época a casa era uma mansão se comparada com as demais casas. O escritor Nathaniel morou na casa, que na verdade pertencia a prima dele, e a usou como inspiração pra escrever o livro com o nome "House of the 7 Gables". No começo dos 1900s uma mulher chamada Caroline Emmerton comprou a casa e reformou pra que ela se tornasse um museu, e adicionou algumas coisas na casa pra a mesma refletisse acontecimentos do livro (como uma escada escondida na parede pra justificar certo personagem aparecer do nada" na sala de jantar).
Voltando sobre a prima do Nathaniel, a dona da casa, ela herdou bastante dinheiro e virou mulher de negócios bem sucedida, administrando bem o patrimônio dela. Ela nunca se casou, pois sabia que se casasse todo o dinheiro dela passaria pro marido.

Na frente da casa tem um jardim bonitinho com vista pro mar (Salem é uma cidade no litoral) e do outro lado do jardim de a casa onde o escritor Nathaniel nasceu, que incrivelmente foi transportada do lugar onde ele nasceu (não lembro o nome da cidade) até ali, e hoje é um museu contando a história da vida e obra dele.

Jardim da House of the 7 Gables


Em Salém tem também o Peabody Museum, que dizem ser bem legal, mas nós não visitamos.

Terminamos a visita tomando um chá (outros café) e vendo a estátua da "Feiticeira", aquele programa de tv bem antigo que eu, minha mãe e irmãs adorávamos assistir quando pequenas.
O André comprou o livro House of the 7 Gables pra gente ler, mas ainda não comecei.

O vídeo da nossa visita a Salem está aqui: https://youtu.be/i5p2nueRYcQ

Saturday, 11 May 2019

Walden Pond

Em junho de 2018 eu comprei um livro chamado Walden Pond, do escritor americano Henry Thoreau. O primeiro contato que tive com esta obra foi quando assisti o filme Sociedade dos Poetas mortos, há muitos anos atrás. Lembro bem da frase "“I went to the woods because I wished to live deliberately, to front only the essential facts of life, and see if I could not learn what it had to teach, and not, when I came to die, discover that I had not lived.", mas naquela época não tinha a menor idéia de que era parte de um livro. Na verdade eu só fiquei sabendo da existência deste livro e sabendo mais sobre o autor depois de ter me mudado pra Boston. Estava em Londres em 2018 e vi o livro Walden pra vender numa livraria em Trafalgar square, e resolvi comprá-lo. Foi o começo de o que pra mim uma longa jornada de leitura.
Não sou especialista na obra e não tenho pretensão de analisá-la, somente relatar o que eu gostei e a minha visita a Walden Pond.
O livro, de forma extremamente sucinta, é o relato super detalhado dos dois anos e pouco que Thoreau viveu numa cabana construída por ele mesmo em Walden Pond em 1845. No livro ele conta em bastante detalhes como ele construiu a casa, o que ele comia, como era a floresta, as flores, o lago e tudo ao redor durante as diferentes estações do ano. Muitas passagens são bem filosóficas, como a frase que coloquei no primeiro parágrafo deste post.
Comecei a ler o livro no mesmo dia que comprei em junho de 2018, sentada num Costa Cafe em Londres, e o terminei na praia em Floripa em fevereiro de 2019. Uma vez de volta Boston, aproveitei o primeiro dia de sol durante um fim de semana na primavera pra visitar Walden Pond.
Almoçamos na beira de um riozinho em Concord, cidadezinha charmosa com igrejas e casas pitorescas, cheias de lojas de antiguidades.
Poucos minutos de carro dali encontra-se Walden Pond. Tem um estacionamento pago no lado oposto de onde se encontra o lago.
O dia estava lindo e haviam diversas pessoas pegando sol nas áreas das margens do lago onde havia areia formando pequenas praias.  Havia inclusive diversas pessoas nadando no lago. Pelo que vimos é um lugar bem procurado no verão para aqueles que querem se banhar nas águas cristalinas do lago. Não esperava que o lago fosse tão grande nem tão bonito! Eu e o André (o Enee ficou em casa pois infelizmente não se pode levar cachorro lá) caminhamos pelo caminho demarcado nas margens em direção à área onde ficava a cabana que Thoreau construiu. Neste caminho pode-se observar e admirar a água cristalina e limpa do lago, muito bem descrita por Thoreau em Walden, durante as quatro estações do ano.
Logo na frente onde era a casa de Thoreau o lago forma uma enseada e a cor da água é verde esmeralda. O local onde ficava a casa hoje é demarcado por pedras.
Náo pude deixar de pensar se as árvores ao redor do local eram as mesmas da época de Thoreau, pois é legal imaginar que eu poderia estar olhando a paisagem que o inspirou tanto. Bom, mesmo não tendo sido as mesmas árvores, o lago é o mesmo que o inspirou!
Em outra oportunidade quero voltar e caminhar ao redor do lago todo, caminhada que deve durar cerca de 1:30, mas como o Enee já estava sozinho faz tempo resolvemos deixar esta caminhada pra outro dia.
Vi algumas pessoas sentadas na beira do lago lendo, e imagino que estavam lendo Walden. Que boa idéia ler o livro nas margens do lago que serviu de scenário pro escritor!
Um colega meu que fez faculdade de filosofia me ensinou  que o livro foi uma resposta a revolução industrial, o que faz sentido, pois ele queria viver de forma simples, sem se preocupar em ter a maior casa, ou os melhores móveis, ou o melhor jardim, ou se matar de trabalhar pra competir com os demais sobre quem teria as melhores coisas.
No estacionamento pode-se visitar uma réplica da casa que ele constriu e ver como ele viveu de forma modesta.
Parte do motivo que demorei tanto pra ler o livro é que é meio... digamos... chato e muitas partes, mas fiquei feliz que persisti e li até o final e tirei minhas conclusões sobre a leitura e a mensagem do livro. Serviu-me também para alimentar minha curiosidade que me levou a conhecer um lago muito bonito.
Da próxima vez que for a Concord quero visitar o museu sobre o autor.

Filme do passeio: https://youtu.be/i0cqLn_83Z0




Sunday, 23 December 2018

Assistindo jogos típicos americanos em Boston


Eu já havia comentado neste blog que aqui nos EUA esportes são levados a sério desde a escola. Os americanos investem bastante no treinamento e infra-estrutura pra desenvolver talento nos mais variados esportes. Eles têm dinheiro, apoio e vontade. O resultado disso é que sempre se dão super bem nas olimpíadas.
Esse apoio começa mesmo cedo na escola, e em alguns esportes, como futebol americano e basquete, os jogos unversitários sempre enchem os estádios.
Aqui em Boston existem 4 esportes que tem tradicão: baseball (o Red Sox ganhou o mundial de 2018), futebol americano, hockey no gelo e basquete.
Este final de ano fomos assistir 2 jogos em 2 deles, que vou relatar aqui.
Em ambos os casos eu fui no site do ticketmaster procurar ingressos pros 2 jogos. Esse site é uma robalheira, pois eles cobram taxas altíssimas pra emitir os tickets, mas como detêm o monopólio não tem outra forma. Ao usar outros sites corre-se o risco de comprar ingressos não existentes.
Eu procurei ingressos pros jogos mais baratos, pois dependendo do adversário o preço sobe bastante. Outra coisa que influencia no preço, além da localização dos assentos (obviamente), é quão cedo na temporada é o jogo. Quanto mais os times vão passando pras finais, mais caro ficam os ingressos.
No começo de novembro nós fomos assistir hockey no gelo, onde o time de Boston, o Bruins, jogou contra o Vancouver Canucks, do Canadá. Pra ter uma idéia, o jogo contra outro time canadense, o Mapleleafs, alguns dias depois, custava U$100 a mais por ingresso.
Nós fomos de carro até um estacionamento perto do trabalho do André, no centro, e de lá pegamos um metrô até o TD Garden, o estádio onde aconteceria o jogo. O estacionamento do estádio custa U$50, mas resolvemos que era caro demais e por isso pegamos essa outra opção.

Assistindo o Boston Bruins

Eu gosto bastante de assistir hockey no gelo, mas não entendo as regras. Claro que o óbvio eu sei, mas tem várias coisas que acontecem que eu não entendo. Eu gosto de vê-los patinar. É incrível como são ágeis e em forma, trocando de direção facilmente naquele gelo escorregadio. Eu sei patinar no gelo, mas mal consigo andar de costas. Esses caras de repente acham patinar mais fácil que caminhar. O jogo fluía rápido e não houve brigas, coisa que é (ou era) bem comum no hockey no gelo. Assistir ao jogo no estádio é uma experiência legal, pois tem a torcida de todo mundo vibrando pro mesmo time. Neste dia tinham uns jogadores do Patriots, o time de futebol americano, assistindo o jogo lá no estádio. As pessoas ficam tomando cerveja, refrigerante e comendo cachorro quente, pizza e chicken nuggets com batata frita. Muitos usavam um gorro ou camisa amarelos com preto, cores do time do Boston Bruins. Eles já ganharam o campeonato algumas vezes, acho que 5 vezes, 2011 tendo sido a última vez. Neste jogo os canadenses levaram a melhor e ganharam por 8 a 5. Os torcedores do Bruins não estavam nem um pouco felizes e chegaram a vaiar os jogadores.

                                                 Assistindo o Boston Celtics

No dia 23 de dezembro nós fomos ver o Boston Celtics, o time de basquete, jogar contra o Charlotte Hornets. Desta vez nós deixamos o carro no estacionamento da linha de metrô aqui perto de casa, que pára lá perto do estádio, e foi bem melhor pra voltar pra casa depois.  Fiquei impressionada em perceber que praticamente uma vez a cada duas semanas eles tem que mudar o centro do estádio pra colocar e tirar o rinque de gelo (como se pode ver neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=MYiWHz32cl4, obviamente não feito por mim).
Tanto da outra vez quanto desta nossos lugares eram mais em cima, dos ingressos mais baratos, mas dava pra ver super bem o jogo, pois o estádio não é tão grande quanto o de futebol (americano ou não). Lembro que quando fui ver o Brasil jogar futebol em Londres, não dava pra ver a bola, de tão longe era.
Compramos daqueles nuggets de frango com batata fritas pra se misturar aos torcedores locais, e logo começou a tocar o hino dos EUA, sempre cantado ao vivo por alguém local. Na verdade não é só um jogo de basquete, mas sim um evento: show de luzes, cheerleaders, apresentações de acrobacia com basquete no intervalo (que foi muito legal por sinal), homenagens, tinha um telão gigante que ficava filmando os torcedores, que ficavam fazendo de tudo pra aparecer. Muitos usavam roupas de tema natalinos, outros faziam um tipo de dancinha, diversos usando roupas verde no tom da cor do time do Celtics.
Claro que o mais legal foi assistir o jogo, onde dava pra ver a agilidade e profissionalismo desses jogadores. O tal de Kirie Irving, o melhor e mais famoso jogador do Celtics deu um show. Fez vários pontos e assistências. Houveram diversas jogadas legais, com enterradas de tudo quando é tipo. O Celtics ganhou fácil do Hornets, com quase 30 pontos de diferença.
O jogo terminou logo depois das 8 da noite, horário bom pra ir pra casa numa noite fria e escura de inverno.

https://www.youtube.com/watch?v=R0gcRcKo1z8&feature=youtu.be

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...