Wednesday, 1 December 2021

De Boston a Floripa de carro - Parte 1

Por onde começo meu relato desta viagem, pela incepção, pelo planejamento, ou conto somente da viagem em si? Diferentemente das viagens anteriores, esta foi tão difícil decidir e planejar  que parece injusto não explicar os obstáculos pelos quais passamos e como resolvemos cada um.  

Por que decidimos ir ao Brasi ainda durante a pandemia?

Nosso visto de entrada dos EUA precisava ser renovado. O visto que nos permite estar e trabalhar nos EUA é valido até 2023, mas sem o visto de entrada (são coisas diferentes diferentes) estávamos "presos" lá. Se saíssemos, não entrávamos de novo. Renovar o visto de dentro dos EUA é possível, mas é um processo bastante demorado, durante o qual não podemos sair do país. Outra opção seria ir para um país com consulado, mas as instruções passadas para nós pelos advogados de imigração é que o façamos ou do nosso país natal, ou de algum país onde tenhamos vínculos fortes (como Inglaterra, por exemplo, de onde já fizemos este processo de renoação). Renovar este visto no Brasil fazia sentido pra gente, pois já aproveitamos pra ver nossas famílias.

Por causa da pandemia, o tempo de processamento do visto era incerto, poderia levar 2 semanas ou mais. De repente 2 meses. Por isso resolvemos levar o Enee conosco para o Brasil. Como deixá-lo por 2 meses?

Viajar de avião com cachorro não é coisa simples. Passei diversas semanas pesquisando tudo o que era necessário para levá-lo conosco: certificados de vacinação, certificado de saúde internacional, exigências da USDA, da CDC, as autoridades brasileiras, da empresa aérea, quanto tempo de antecedência da viagem cada documento deveria ser produzido e por quanto tempo são válidos.

Planejamos nossa viagem de forma que pudéssemos fazer de carro os trechos onde fosse possível pra deixar a viagem menos estressante pro Enee, e aí já aproveitávamos pra conhecer alguns lugares dos EUA, esse país gigante como o Brasil.

Nosso roteiro foi Washington DC, South Carolina, Orlando, São Paulo, Paraná, Florianópolis, em cerca de 8 dias. Orlando a São Paulo foi feito de avião com a Latam. 

Muitas pessoas fazem a viagem de Massachusetts até Orlando de carro em 2 dias, mas nós não queríamos passar mais que 8 horas dentro do carro num mesmo dia. 

Já havíamos conversado sobre visitar Washington DC numa outra oportunidade, mas não rolou. Desta vez era caminho, então fazia sentido conhecer a capital deste país controverso e fascinante. O carro estava lotado com 4 malas grandes, duas malas pequenas e a casinha do Enee (onde ele viajaria pro Brasil). A viagem de carro foi longa, cerca de 8:30hs, com paradas estratégicas para esticar as pernas e comer alguma coisa. Nossa trilha sonora durante a viagem foi o audiobook da Michelle Obama.

No carro em direção a DC

Chegamos de noite em DC e fomos direto pro hotel, de onde o André e Enee saíram pra passear pro cachorro descansar do carro.



No dia seguinte de manhã fomos direto visitar a biblioteca do congresso, para a qual eu tinha antecipadamente reservado ingressos online. 
Hall da biblioteca do congresso

A entrada é gratuita, mas a sala de leitura (ao lado), que é bem bonita, não é parte da visita. Digo, pode-se vê-la de cima, mas não se pode ir dentro da sala de leitura. Existem vários elementos da história americana lá dentro, como o fundador, em quais circunstâncias ela foi fundada, exposições, etc. Foi o único prédio em DC que visitamos de dentro. São tantos museus e coisas pra ver, que facilmente poderíamos ter passado diversos dias lá.

Voltamos ao hotel pegar o Enee e passamos o resto do dia caminhando pelas principais áreas de DC, como o Capitólio (fechado para visitação desde a tentativa de golpe de Janeiro 2021), os prédios ao redor como os diversos ministérios. Todas as construções são bastante imponentes.

A próxima parada foi a Casa Branca, que só pudemos ver de trás porque o campo na frente dela estava fechado devido a um evento que aconteceria mais tarde, de acender as luzes de natal da árvore que fica na frente dela.

Tivemos bastante sorte com o clima, pois foi um dia de sol e temperatura bastante amena, cerca de 17 graus. inclusive passei um pouco de calor. O bom foi que ao contrário da alta temporada, não havia multidões por todos os lugares, então deu pra nós conhecermos tudo com calma e bater fotos "limpas".









Passamos pelo memorial da segunda guerra, o memorial do Lincoln, do Martin Luther King, do Roosevelt (com o cachorro dele fazendo parte do memorial - foi o meu preferido!), do Thomas Jefferson, passamos pelo parque na frente do museu Smithonian (não entramos), chegando de novo na frente do Capitólio já de noitinha, vendo tudo iluminado pelas das luzes do entardecer, incluindo a árvore de natal ali na frente.



Depois de ter passado o dia caminhando, o Enee desabou na cama e não queria saber de mais nada a não ser descansar, igual a nós. E assim, nos despedimos de Washington DC. 


Vídeo da parte 1 da viagem   https://youtu.be/yeariEH3iq0

Wednesday, 30 September 2020

Novos ares no verão da pandemia

 O acampamento de verão da minha empresa não aconteceu este ano. Ou melhor, aconteceu de forma diferente. Como todos, a minha empresa está tentando se adaptar e usando a criatividade pra promover interação segura entre os funcionários durante o verão. Mandaram para cada funcionário uma caixa pra casa de cada um com um “kit acampamento de quarentena”. No meu veio uma rede, uma camiseta branca com um kit de Tie Dye, e um livro de colorir com desenhos relacionados a impressão 3D. Quem quisesse podia entrar no Zoom num determinado dia pra sessão de abrir as caixas ao mesmo tempo.

Esta foto minha foi usada em material de marketing da minha empresa. Modelo :D

 Durante o mês de setembro participei das programadas por eles, todas realizadas ao ar livre. Eu me inscrevi em todas! Pela primeira vez fiz o tal de Tie Dye, onde amarra-se camisetas de uma determinada forma dependendo do tipo de desenho que se deseja fazer na camiseta, molha-se a camiseta e depois usa-se tintas de cores diferentes (ou da mesma cor) para colorir a camiseta. Esta atividade foi realizada no estacionamento da minha empresa. Não havia muita gente, mas foram algumas pessoas que eu conhecia, algumas que fazem Tie Dye desde criança (eu nunca havia ouvido falar até recentemente) e elas me ajudaram com o básico. Uma vez pronta a “arte”, coloca-se a camiseta num saquinho onde ela deve ficar por 8 horas. Depois tira-se o excesso de tinta e lava-se na água quente. Feito isso a tinta fica na camiseta a longo prazo.

Meu kit tie-dye


Num final de semana participamos de um hike organizado como parte do “acampamento”  no Arnold Parker Forest. Havia cerca de 20 pessoas no nosso grupo de hiking e fizemos uma caminhada pela floresta de cerca de 1:20 de duração. Não foi uma caminhada bonita, mas foi legal fazer alguma coisa ao ar livre com outras pessoas da empresa. O Enee, como sempre, foi o centro das atenções. Ficava correndo de um lado pro outro, subia em pedras, entrava no lago pra nadar, pedia carinho, enfim, uma diversão. Participei também numa sessão pelo zoom de como fazer pickles (que já esqueci como fazer) e por último eu e o Enee fomos no picnic, que marcou fim das atividades ao ar livre organizadas pela empresa.


Eu e André com as camisetas Tie-dye que eu havia feito        Hiking com o pessoal da empresa 



Nas vezes em que sentíamos que precisávamos de ares diferentes visitamos algum lugar aqui por perto mesmo. Um dia fomos passear no centro de Boston com o Enee, caminhando pelo Boston Common. 

Passeando pelo Boston Common

Outros dias fazíamos trilhas curtas nas reservas aqui perto de casa mesmo. São 2 lagos que ficam menos de 5 minutos de distância daqui de casa, com trilhas ao redor deles. A caminhada em loop ao redor de um deles ficou praticamente nossa caminhada diária, que servia de exercício pra mim, que estava finalmente conseguindo aos poucos, voltar a atividade física normal depois dos meus poblemas de saúde do ano anterior.

Duas das trilhas ao redor dos lagos aqui perto de casa


Fomos também pra Cambridge, pros lados onde moramos por 1 ano, pra passear pelos parques que constumávamos levar o Enee pra passear quando ele era puppy. Além disso, todo fim de semana fazíamos uma trilha com o Enee em algum lugar com lago, pois a atividade preferida dele é nadar. Basta ver um lago que ele já entra pra nadar.

Picnic em Danebury Park, Cambridge    Enee saindo do Fresh Pond, em Cambridge


Diria que conseguimos participar de uma boa variedade de passeios seguros este verão de pandemia.

https://youtu.be/Q3SRiaUOA9Q

















Monday, 7 September 2020

Primeira vez num kayak

Aqui nos EUA as instruções são claras: não ficar em lugar fechado com outras pessoas, usar máscara, manter distância. Isso não significa ficar trancado em casa (como o CDC mesmo falou), mas sim escolher atividades de baixo risco. Foi o que fizemos durante todo verão, pois queríamos aproveitar a estação de forma segura. Uma das atividades que experimentamos fazer foi andar de caiaque.

Labour day, ou Dia do Trabalho, é o feriado que marca o fim do verão nos Estados Unidos, celebrado no começo de setembro. A partir deste dia o clima de verão já não está mais presente no norte do país, onde as temperaturas começam a ficar amenas na casa dos 19-20 graus, os dias começam a encurtar e começa-se a ver pelas lojas decoração de Halloween e temas outonais.

Neste feriado nós demos sorte com o clima, pois todos os dias têm sido de sol e temperatura de 25 graus. Ainda de isolamento social por causa do COVID-19 resolvi marcar alguma atividade ao ar livre e marquei de fazermos kayaking. O André já havia andado de kayak diversas vezes e eu nunca me empolguei, mas pensei que seria um passeio diferente para o qual poderíamos levar o Enee junto.

Boston e Cambridge têm diversas empresas que oferecem aluguel de kayaks e nós fomos numa chamada “Boston Paddle”. O website, apesar de simples, é bastante organizado e eficiente. Mostra as localidades com horários ainda disponíveis (cada aluguel é de 3hs) e efetua-se o pagamento de forma segura no site mesmo. O aluguel de um kayak pra duas pessoas custou U$52, incluindo tax. A nossa localidade de preferência teria sido Cambridge, mas já estava lotada. Escolhemos então Allston, no sul de Cambridge.


O dia estava perfeito pra fazer tal passeio, pois o sol não estava muito quente e o vento era pouco. O local tem estacionamento gratuito e um kiosk onde faz-se o check-in. Era obrigatório estar de máscara e manter distância das demais pessoa na curta fila e todos respeitavam, o que é importante. Os coletes salva-vidas dos humanos eram limpos e fornecidos por uma pessoa de máscara. O Enee tinha o colete salva-vidas dele que nós havíamos comprado há pouco tempo. Uma vez vestidos foi a nossa vez de sentar-se no kayak. Quem tem mais força é melhor sentar-se atrás, que é onde tem mais espaço também. O André foi atrás e eu na frente com o Enee. Tinha mais espaço para as pernas do que eu havia imaginado, e foi tranquilo levar o Enee e mochila com algumas coisas. Eu vesti uma roupa meio enjambrada (não sou “caiaqueira” profissional), mas o objetivo era estar o mais confortável possível no caso de cairmos na água. Usei uma calça a prova d´água (comprada na Nova Zelândia), sapatos de praia (comprados na Croácia pra poder andar nas praias de pedra do Mediterrâneo), e uma blusa de manga comprida de academia. Nossas coisas estavam dentro de sacos plásticos vedados dentro de uma mochila de tecido sintético. Se caíssemos estaríamos preparados! Boné e protetor solar nas partes expostas ao sol também foram parte da preparação.

O único que chegou perto de cair foi o Enee. No começo ele estava tremendo de nervoso, pois era tudo novo pra ele, mas logo já se acostumou e ficava olhando tudo e caminhando pelo kayak. Às vezes ficava latindo tentando pegar um dos remos, ou tentava tomar a água do rio de dentro do barco (quase caindo). Ele queria ficar no meu colo, o que deixava complicado eu remar, mas não me importei tanto pois o André fez a maior parte do trabalho duro no remo. Aos poucos fui me inteirando e comecei inclusive a tentar coordenar nossos movimentos dentro do barco para que remássemos em sincronia. Passamos na frente de Harvard e chegamos até perto da Boston University, com o intento de chegar até a Esplanade para fazer um picnic. Só que àquela altura já estávamos remando a uma hora e resolvemos mudar de plano para aproveitar o passeio ao invés de fazer picnic com pressa. Na ida estávamos a favor do vento, o que significa que na volta estaríamos contra o vento e por isso cansaríamos mais depressa. Fomos remando bem devagar no caminho de volta, parando às vezes para ver o cenário ao nosso redor. Ao passarmos embaixo de uma das várias pontes do trajeto gritávamos para ouvir o eco da nossa voz, que por causa da acústica embaixo da ponte ampliava a voz. Dividíamos o rio com pequenos iates e outros barcos motorizados, além de diversos outros caiaques e remadores que pareciam ser profissionais. Lembrei-me de quando eu assistia as corridas de remo de Oxford vs Cambridge no Tâmisa, quando morava em Londres.

O Enee fez o maior sucesso! Todo mundo que passava olhava e sorria ao vê-lo de colete amarelo fosforescente todo feliz dentro do kayak.

Ficamos 2:15 no passeio, o que foi suficiente para esse primeiro dia. Antes de voltar pra casa nós fomos fazer nosso picnic em Danehy Park, o parque que fica ao lado da casa onde moramos em Cambridge. As mesas de picnic na sombra estavam tomadas já, mas achamos uma que fica bem no topo da elevação no meio do parque, que tem uma vista bonita pra vegetação rasteira selvagem que tem do outro lado. Eu havia preparado pra mim uma salada de folhas com ovo, grão de bico, cenoura, tomate e pepino. O molho de azeite e vinagre estava a parte pra eu colocar na hora. Guardei a salada numa lancheira cooler com um saquinho com gelo em gel pra ficar fresca. Estava deliciosa! Ainda tinha levado nozes salgadas. Foi um almoço muito bom, ao lar livre.


Em casa ainda tive fôlego de lavar os dois carros por dentro e por fora, enquanto o André terminou de pintar o teto da sala. Depois ficamos na no deck do jardim tomando um drink pra terminar um dia fantástico. 

Gostamos tanto do passeio que duas semanas depois resolvemos repetir, desta vez escolhendo a localidade de Medford, onde tem o Mystic river. Confesso que gostei bem mais deste passeio. Era bem mais tranquilo e a beleza da paisagem já outonal estava de tirar o fôlego. O rio era bem mais calmo, não haviam tantas pessoas e foi bastante agradável, tanto que ficamos mais tempo no passeio. O Enee a essa altura já estava altamente confiante e andava pelo caiaque, a ponto de ficar em pé na ponta hahaha






https://youtu.be/l9LETOsFz_w

Wednesday, 5 August 2020

Home, sweet home - verão 2020

Este ano, por motivos óbvios, o nosso verão foi mais quieto e isolado, como o da maioria das pessoas.

Nós temos a sorte de ter um quintal grande e espaçoso, onde o André fez uma horta com tudo quanto é vegetal, que comemos frescos durante o verão inteiro: abobrinha, couve-flor, rabanete, tomate, além de temperos como manjericão, cebolinha, salsinha, hortelã, entre outros. Ele se dedicou bastante a esta horta e fazia todo tipo de poção pra tirar pestes sem ter que usar agrotóxicos. Às vezes dava certo, outras vezes nem tanto e a planta era atacada por pragas que a matavam. Ou então esquilos, que adoravam roubar nossos tomates. O Enee os vive perseguindo, mas ainda não conseguiu pegar nenhum desses ladrões safados!

                      Couver-flor da hora                                   Tomate, abobrinha e pepino orgânicos



Cozinhamos bastante em casa, mais do que o normal, e já inventamos tudo quando é receita, principalmente vegetariana (não quero mais comer bichos!). Fizemos uma receita de abobrinha recheadas com quinoa, milho e cogumelos que fica deliciosa! Se eu já comia pouca carne, agora mesmo que quase não como. Carne vermelha faz meses que não como, frango muito raramente, ficando mais no peixe mesmo. Acabo as refeições sem me sentir pesada, principalmente de noite, então vou basear minha alimentação primariamente em vegetais e proteínas sem ser carne animal.

Além da horta, passamos o verão decorando e cuidando do jardim. O pátio que fizemos ano passado ganhou um sofá, uma mesa e uma cadeira, que de manhã pegava sol e de tarde fica na sombra de uma das árvores. Passamos diversos dias sentados ou deitados ali. O André às vezes trabalhava de lá nos dias mais quentes. Comprei uma mesinha de ferro com duas cadeiras, dessas de bistrô, uma mini fonte que serve de banho para pássaros, e alguns vasos com flores. Ficou um espaço muito legal, o qual utilizamos bastante durante a primavera e verão. 

Drink no fim de tarde                                                           Enee se refrescando na sombra
  

Terraço novo com as flores


Com o passar das semanas e dos meses observávamos quais flores iriam ser as próximas a florirem e quais teriam as folhas verdes a vir no lugar das flores. Eu passei a cortar a grama toda semana, tirar ervas daninhas e remover folhas das árvores que haviam caído dos anos anteriores, fazendo a minha parte pra manter o quintal em ordem e o jardim bonito. Em algumas poucas ocasiões chamamos uma ou duas pessoas pra virem tomar um drink ou almoçar conosco aqui fora. As poucas interações presenciais que tivemos com outras pessoas foi da forma mais segura possível: fora de casa, mantendo distância, todos usando máscara. 

Mas a maior parte do verão nós passamos só nós 3 mesmo, fazendo jantares ao ar livre no nosso quintal, observando a natureza ao nosso redor, ouvindo o banjo e o violino da banda de músicos que são nossos vizinhos. As músicas alegres e muito bem tocadas marcaram nossas noites de verão, tanto que mandei um cartão de apreciação pra eles, que nos responderam alguns dias depois.

Refeições no deck de casa, com a privacidade do nosso quintal





A beleza da natureza era admirada todos os dias

E Enee, como os demais cachorros, só se beneficiou com a pandemia. Nos tem em casa todos os dias e passou o verão brincando no quintal, caçando algum esquilo ou coelho, cheirando alguma coisa.

Enee adora nos ter todos os dias em casa

Fizemos bastante esporta ao ar livre, como caminhadas e kayak (como já relatei em outro post), fazia exercício no deck de casa com alguns pesos, voltei a pular corda (minhas costas parecem estar fortes o suficiente agora), jogamos bola e até badminton (de criança). Mas não importa. Meu objetivo nesse verão foi passar o máximo de tempo possível ao ar livre. 

Num período tão sombrio e de tanta incerteza só posso ser grata de ter minha saúde, emprego onde posso trabalhar de casa, um lugar confortável pra morar, marido, cachorro e família, mesmo que estes últimos estejam distantes, estão todos bem. E assim vamos vivendo dia após dia, esperando essa fase difícil acabar. Temos ajudado como podemos àqueles que estão precisando, fazendo doações e estando "presentes" por vídeo sempre que possível.

Highlights do nosso verão: https://youtu.be/YfEycWHx3bw

Wednesday, 15 July 2020

Lago Chargoggagoggmanchauggagoggchaubunagungamaugg

 

Todo verão gostamos de fazer pelo menos uma viagem para conhecer um lugar novo. Este ano, por causa da pandemia, decidimos ir a lugares onde não precisássemos passar a noite pra minimizar o risco de contrair a doença.

Na nossa semana de férias no começo de julho nós fizemos o que os americanos chamam de “staycation”, junção das palavras “stay” (ficar) com “vacation” (férias), ou seja, ficar em casa nas férias (ou não viajar). Fizemos 2 passeios durante a semana de férias enquanto o resto dos dias ficamos curtindo nossa casa e nosso quintal (mais detalhes sobre isso em outro post).

Meus pais assistem programas sobre venda e reforma de casas aqui nos EUA, que passam num canal da TV a cabo lá do Brasil, e num desses programas a pessoa queria uma casa num lago chamado Chargoggagoggmanchauggagoggchaubunagungamaugg, que é um nome indígena que aparentemente significa “English knifemen and Nipmuck Indians at the boundary or neutral fishing place” e é o mais longo nome de qualquer coisa aqui dos EUA. O nome em inglês é “Webster Lake”, que fica uma hora a oeste daqui de casa.


Levamos o Enee e fomos preparados pra fazer um picnic ao redor do lago. O estacionamento custava U$10 e era bastante grande, com lugar para estacionar ônibus e carros grandes. Depois vimos que o lago tem rampa para barcos, o que explica parte da infraestrutura que tem lá.  Tinha um gramado com parquinho pra crianças, quadra de basquete e uma praia com salva-vidas. Não sei se era por ser uma terça-feira, mas havia poucas pessoas. Infelizmente não pudemos ficar naquela área pois descobrirmos ser proibido levar cachorro na praia ou mesmo na área verde onde tem o parquinho. A salva-vidas informou que haviam trilhas que saem do estacionamento onde poderíamos levar o Enee. Fomos procurar tais trilhas, mas não sei se encontramos aquela à qual ela se referiu. Caminhamos cerca de 3 minutos pela margem do lago, numa pequena trilha, e logo chegamos numa mini praia, cercada de árvores. Foi o suficiente pra montarmos nosso picnic lá. 



O Enee adorou, pois ele podia entrar naquela parte do lago, onde não havia ninguém por perto além de nós e de alguns patos. Estava bastante quente e eu cheguei a entrar no lago com ele (só até certa o joelho). Deitamo-nos em cima da coberta de picnic, colocada estrategicamente embaixo da sombra das árvores, e eu tirei uma soneca. Comemos nosso picnic e fomos dirigir ao redor do lago pra conhecer a área. Obviamente tive que parar pra bater fotos na placa onde tem o nome do lago, que eu não sei pronunciar. Na verdade, poucas pessoas sabem, e pra ajudar aqui vai um vídeo com a música que ensina a pronúncia correta, que os moradores de lá aprendem na escola como forma de memorizar o nome do lago. Eu queria ter encontrado uma loja de souvenirs pra comprar uma camiseta ou alguma outra coisa com o nome do lago, mas não encontramos nada. Não era um lugar turístico e a cidade era bem sem graça.

https://www.youtube.com/watch?v=Ldld7ZMuCsc&feature=youtu.be

 

Nosso outro passeio na semana de férias foi pra Province town (PTown), em Cape Cod. Nós havíamos visitado esta cidade no verão do ano passado, tendo ido de barco até lá por causa do trânsito intenso que é comum no verão. Uma viagem de 2:30 facilmente se transforma numa de 4:00 no verão. Neste ano, por causa da pandemia, nós fomos de carro e não pegamos trânsito algum. Paramos na pequena cidade história de Chatham, uma das primeiras a serem fundadas na região. Lá vimos as casas típicas da região do Cape: grandes, imponentes, cinzas com janelas claras e lindos jardins de hortênsias azuis e brancas. Não nos demoramos por ali e depois de uma urta caminhada seguimos em direção a PTown, onde deixamos o carro num estacionamento central e fomos caminhar pela cidade para explorá-la com calma, pois da última vez que estivemos lá não tivemos oportunidade de fazê-lo. Entramos em algumas poucas lojas, onde compramos dois itens de decoração para a nossa casa. 


Achamos um restaurante com mesas na rua e sentamo-nos numa mesa na sombra, para almoçar. Foi minha primeira refeição em um restaurante desde o começo da pandemia e deu pra perceber o quanto as coisas estão diferentes. Mesas na rua, longes uma das outras, cardápios pelo celular (através de leitura de código de barras em cima da mesa), todos os atendentes de máscara. A cidade estava vazia em comparação com o ano anterior, mas foi bom ver algum movimento. Fomos até uma das praias que aceita cachorro e queríamos achar um lugar quieto pra poder soltar o Enee. Tivemos que caminhar bastante, pois apesar da praia não estar cheia, pelo fato de todos estarem deixando bastante espaço entre um e outro (cerca de 10 metros) a impressão que dava é que tivemos que caminhar até o fim da praia. Soltamos o Enee, que não gostou nem um pouco das ondas e não quis entrar no mar de jeito nenhum. 



A água não estava ruim e eu consegui entrar um pouco, mas fiquei no raso com medo de tubarões. Não é raro aparecerem tubarões por ali. Inclusive ano passado um brasileiro foi morto num ataque de tubarão numa das praias de Cape Cod. Ficamos pouco tempo na praia, cerca de 1h, porque o Enee começou a passar mal vomitando na areia algumas vezes. Não sabemos se era por causa do calor forte ou se porque ele acabou comendo areia, mas decidimos que não valia a pena ficar ali com ele passando mal, coitadinho. No outro dia ele já estava bem novamente, brincando no quintal. Nós descansamos bastante nos últimos 2 dias de férias pra voltar ao trabalho (remoto, de casa) na semana seguinte. Foi uma boa semana de férias, onde aproveitamos alguns passeios de forma segura durante a pandemia.

Video desses 2 passeios: https://youtu.be/TdEODzJP2zE

Saturday, 25 April 2020

Retornando aos Estados Unidos durante a pandemia

No fim de fevereiro começou a ficar claro que a situação do vírus estava fora de controle e era uma questão de tempo até que as coisas ficassem difíceis no Brasil inteiro. Eu estava acompanhando de perto as notícias dos jornais europeus e americanos e logo antes de Florianópolis ter sido "fechada" eu e minha mãe fomos no super mercado comprar mantimentos para cerca de 2 meses, assim comos os remédios de uso contínuo pra ela e meu pai. Não demorou para que as coisas começassem a faltar no super mercado, principalmente álcool gel. Pra nós nunca falou nada das coisas essenciais, mas deu pra perceber que a cadeia de suprimentos estava com dificuldades de manter o abastecimento, por motivos óbvios. 

Ficamos socialmente isolados, como a maioria no país e mundo, seguindo as notícias na televisão e na internet. Não demorou a aparecerem teorias da conspiração nos grupos de whatsapp e ao povo ir na onda dos políticos e politizarem a pandemia, ignorarem a ciência, mesmo sem querer, declararem sua ignorância e/ou incapacidade de pensamento crítico. Eu só saía de casa pra levar o lixo no andar térreo no prédio onde meus pais moram. Somos privilegiados em vários sentidos: eu estava trabalhando à distância, então não faltava dinheiro pra mim, meus pais moram num apartamento grande, com um terraço de bom tamanho, então não nos sentíamos enclausurados, como muitas pessoas que moram em lugar pequeno sem acesso ao ar livre. 

O meu retorno a Boston estava marcado pro começo de abril, mas eu sabia que devia estar preparada para mudanças de planos. Durante o período em que fiquei com meus pais eu ajeitei tudo pra que eles pudessem e soubessem usar diferentes aplicativos para que não precisassem sair de casa, organizava a lista de compras para entrega em casa, idem com farmácia e tantas coisas coisas que normalmente eles faziam em pessoa. Tudo o que podia foi substituído por aplicativos. Fazíamos reuniões virtuais com as minhas irmãs, uma na Espanha e a outra em Floripa mesmo. Era o começo da adaptação ao novo normal.

Eu estava acompanhando pelo site da Latam a situação dos vôos, e demorou um bom tempo para que eles deixassem de cobrar taxa de remarcação, mesmo com a pandemia a toda. Quando finalmente anunciaram que seria possível trocar a data do vôo (uma única vez) sem pagar taxa de remarcação, haviam notícias constantes de cancelamentos de vôo. Eu voei muitos anos com a Latam quando morei em Londres, e continuei a voar com eles morando em Boston porque são a única empresa que voa direto Guarulhos -> Boston Logan, mesmo sabendo por experiência própria que eles não são das melhoras empresas aéreas de se lidar. A medida que a data do meu vôo se aproximava eu tentava entrar em contato com a Latam, que compreensivelmente estavam dando prioridade para embarques próximos no atendimento das linhas telefônicas. Quando finalmente consegui falar com um atendente, perguntei com quanto tempo de antecedência saberia se o vôo a Boston seria cancelado, pois a última coisa que eu queria fazer era sair de Floripa e ao chegar em Guarulhos descobrir que o vôo seria cancelado. A resposta foi que não tinha como saber com certeza antes de chegar em Guarulhos. Esta resposta obviamente não foi boa o suficiente pra mim. Os dias foram passando e já era quase fim de abril quando percebi que o risco da fronteira entre Brasil e EUA fechar era grande. Comecei a pesquisar que outras empresas aéreas estavam voando assiduamente para os EUA. Não achava nenhuma opção que não precisasse de 3 conexões. Quanto mais conexão, maior a exposição e risco de pegar COVID-19. Minha mãe sugeriu que eu visse passagens para Orlando, que apesar de não ser rota direta com Boston é "no caminho", ao invés de outros destinos de escalas no meio dos EUA, o que adicionaria diversas horas de viagem. Vi que a Azul estava voando sempre 3 vezes na semana pra Orlando, e que em 2 dias teria um vôo disponível. Na pior das hipóteses eu alugaria um carro em Orlando e iria até Boston dirigindo. Aí vi que a Azul tem parceria com a Jetblue (mesma empresa eu acho), e voa direto Orlando -> Boston. Fechou! Comprei a passagem pra dentro de 2 dias: Floripa -> Campinas/SP -> Orlando -> Boston. Foi extremamente difícil deixar meus pais sozinhos. Eu estava os ajudando e fazendo companhia pra eles. Eu adoro estar com meus pais, conversar com eles, ver programas de TV, tocar piano, relembrar histórias, e devolver um pouco tudo o que fizeram por mim quando eu era criança, então estava me sentindo culpada e triste. Por outro lado o André estava sozinho com o Enee em Boston. E se ele precisasse de algo? Mas o que me fez ir foi que pensei o que aconteceria se eu ficasse doente. O André poderia cuidar de mim, mas meus pais não, pois são do grupo de risco. Foi com o coração pesado que me despedi dos meus pais no aeroporto de Floripa no fim de abril, de máscara e rapidamente, não exatamente a melhor forma de se despedir da família.

Aeroporto de Floripa fim de abril 2020 - vazio

O aeroporto novo de Floripa (que por sinal é lindo!) estava completamente vazio. No avião estavam todos de máscara e fiquei surpresa de ver que o vôo até campinas estava cheio. Dei sorte que não veio ninguém no assento do meio. Eu fui na janela até Campinas e havia uma pessoa no corredor. Sentei bem na frente no avião. Estava munida de 7 máscaras, vários pares de luvas descartáveis, lenços humedecidos e bastante álcool gel na bagagem de mão. Nas malas também bastante álcool gel, máscaras de pano e diversos rolos de papel higiênico, pois o André falou que em Boston era impossível achar estes items. Ao chegar no meu assento coloquei luvas, peguei lenço humedecido, taquei álcool gel e desinfetei tudo no meu assento, cinto, mesa, janela, enfim, tudo o que pudesse encostar durante o vôo. Não aceitei comer nem beber nada que me foi oferecido.

O aeroporto de Campinas tinha várias seções fechadas e somente uma sessão bem pequena aberta, onde haviam algumas lojas e restaurantes, todos varios. Fiquei 5 horas esperando o vôo de conexão, o que não foi nada divertido. Comi o que eu havia levado comigo e só comprei água mineral. O vôo até Orlando saiu pelas 11 da noite e foi dos melhores vôos da minha vida. Fui de classe executiva (paguei a mais pra ter mais segurança) e tinha bastante distância entre eu e qualquer outra pessoa no avião. Como a poltrona deita 180 graus dormi a noite inteira; nem jantei. No fim do vôo assisti um filme e logo chegamos em Orlando. A viagem me pareceu rápida, foi sem turbulência e super confortável. 


Classe executiva da Azul até Orlando - super aprovada

O aeroporto de Orlando estava a maior tristeza. Estive lá diversas vezes na minha vida e era sempre super cheio. Diversas lojas temáticas dos parques de Orlando, milhares de turistas chegando e saindo, o hub de conexão dos terminais era sempre super cheio, onde tem aquele hotel com sacadas viradas pra dentro do aeroporto, com folhagens verdes decorando-as. Desta vez estava tudo fechado. Nenhuma loja aberta, aeroporto completamente deserto. Salvo alguns poucos lugares de comida e pouquissimas pessoas. No meu vôo haviam várias pessoas que aproveitaram os preços baixos das passagens pra tentar a sorte em visitar a Disney, mas os parques estavam todos fechados.

Tinha 6 horas até minha conexão com Boston, então fiz check-in no hotel do aeroporto. Sempre tive curiosidade de ver como era aquele hotel, então consegui matar essa curiosidade pelo menos. O check-in foi feito de forma eletrônica, longe do balcão. Fui direto pro quarto, que era escuro e ainda era possível sentir o cheiro de um pouco de tabaco da época onde ainda era possível fumar em lugares fechados. É um hotel mais antigo, pois em 1990 quando fui com minha família para Orlando pela primeira vez, este hotel já existia. Larguei as coisas no quarto e saí pra comprar algo pra comer no McDonalds, que trouxe pra comer no quarto.

Almoço no hotel do aeroporto de Orlando - Abril 2020

Depois fui sentar na beira da piscina do hotel, de onde dá pra ver as pistas de decolagem e pouso. Só vi 3 pessoas durante minha curta estadia: a pessoa do check-in,  uma camareira e uma outra mulher que chegou na piscina quando eu tava saindo.

 Aí tomei um banho e fiquei descansando até a hora do meu vôo pra Boston, que estava bastante vazio e foi bem tranquilo também. 

Voo da Jetblue de Orlando até Boston - Abril 2020

O André estava me esperando no aeroporto em Boston e logo cheguei em casa. Como eu havia dormido bastante no vôo não estava tão cansada, e depois de outro banho completo (lavando o cabelo e tudo) pude ainda dar oi e brincar com o Enee, que fazia 4 meses que não via.

Fiquei em casa por 15 dias, grata por ter dado tudo certo e eu ter chegado bem e sem ter me contaminado. Foi bom saber que tomei a decisão certa, pois no dia seguinte da minha chegada a fronteira dos EUA com o Brasil foi fechada, e o meu vôo original da Latam pra Boston foi cancelado. Pedi o reembolso da viagem de retorno fim de maio. Estou escrevendo este post em dezembro, e até agora nada do meu dinheiro. Desde então, nossa vida mudou como a do resto do mundo, mas eu André, meus pais e resto da família continuamos bem e isso que importa.

Algumas cenas da viagem de volta: https://youtu.be/MNiaPhS2puA

Sunday, 8 March 2020

Reencontro UFSC CCO 2000 + CCJ 1994 em Floripa

No meu último post, em Novembro 2019, relatei a viagem a Seattle e o encontro da turma de 2000 de Ciência da Computação da UFSC, com a presença de alguns dos colegas que estão morando nos Estados Unidos ou Canadá. Pois neste post conto um pouco do encontro da turma de 2000 de Ciência da Computação da UFSC, com a presença de alguns dos(as) colegas que estão morando em Floripa ou arredores.
Vim ao Brasil em Fevereiro pra fugir do inverno do hemisfério norte e ver minha família, que neste ano coincidiu com 20 anos de formatura em ciência da computação (CCO) na UFSC.
A ilha de Floripa é um lugar lindo, por onde morei a maior parte da minha ida, que sinto em dizer não conheço tão bem quando poderia. Cada vez que eu venho tento ver um lugar novo, e desta vez, pra unir o útil ao agradável minha sugestão para o encontro foi um passeio à Costa da Lagoa.
Existem algumas possibilidades de se fazer o passeio. Nós pegamos o barco do restaurante Bela Ilha, um dos diversos restaurantes que se encontra na Costa da Lagoa, que pega os passageiros do trapiche P.3 (https://goo.gl/maps/bAdcNV33uMszZjnd6) e em cerca de 20 minutos depois de uma viagem pela Lagoa da Conceição, nos deixou na frente to restaurante.
Outra possibilidade é fazer uma trilha da Costa da Lagoa, que demoraria cerca de 1:30hs, mas que por diversos fatores resolvemos por não fazer.
Minha colega e nosso professor e orientador de TCC

A terceira possibilidade é pegar um barco pago, turístico, que leva as pessoas até o último restaurante da Costa da Lagoa, que dizem ser o melhor deles.
Estávamos em 11 pessoas (contando maridos e filhos de algumas) includindo um de nossos professores, que foi também meu orientador de TCC e quem não via desde a formatura. De formandas estávamos em 5 e foi interessante que nenhum dos meninos formandos apareceu. Até fizemos graça dizendo que dizem não ter tantas mulheres em exatas, e pro nosso encontro só apareceram mulheres. Se bem que uma das nossas professoras, que não pôde se juntar a nós pro almoço, mas que apareceu no trapiche pra nos dar um abraço, nos contou que atualmente são praticamente zero meninas em Ciência da Computação. Possivelmente porque hoje em dia existem outros cursos menos focados em cálculo, como Sistemas de Informação, que acaba sendo a preferência delas.
Mulheres de CCO UFSC 2000

Deram-nos uma mesa na sombra e fomos muito bem guarnecidos com bebidas geladas e sequência de camarão típica dos restaurantes praieiros de Floripa, que nos manteve ocupados durante a conversa sobre diversos tópicos, que se sucedeu por algumas horas.
Tivemos direito a imagens aéreas com o drone do marido de uma das ex-colegas pra complementar o vídeo do passeio (https://www.youtube.com/watch?v=y0jUv4s5Rlc&t=14s) e fotos que coloco aqui no post.

Turma na Costa da Lagoa, Floripa

Não muito antes deste encontro eu consegui encontrar alguns dos colegas de formatura do segundo grau do Colégio Coração de Jesus (hoje chama-se Menino Jesus), turma de 1994. Vários de nós estudamos no mesmo colégio por mais de 10 anos, muitos inclusive sempre na mesma turma. Diversos de nós também mantivemos amizades até hoje com alguns da turma. Eu sempre mantive contato com duas meninas de quem era bastante amiga no colégio, e uma delas vejo sempre que venho ao Brasil e ela me visitou em Londres algumas vezes quando eu morava lá. Sou inclusive madrinha da filha dela.
Ano passado, que fez 25 anos de formatura, eles organizaram um encontro no LIC onde foram mais de 100 pessoas, mas que infelizmente não fui porque não estava no Brasil. Um grupo do Whatsapp foi criado para organizar o encontro e nos primeiros dias eram cerca de 2000 mensagens diárias das pessoas se reencontrando, tanto que não aguentei e saí cerca de 5 dias depois de ter entrado. Quando cheguei ao Brasil pedi pra ser adicionada de novo e foi quando combinamos o mini-encontro. Foram cerca de 10 pessoas, alguns que eu não via desde 1994. Foi tão bom conversar com essas pessoas como se o tempo não tivesse passado, conhecendo o rumo que a vida de cada um tomou desde então... Alguns casaram e tiveram filhos, outros só casaram, outros já se divorciaram, alguns médicxs, advogadxs, psicólogxs, empreendedores de diversas áreas, enfermeirxs, engenheirxs, outros ficam com os filhos, enfim, tinha bastante papo pra pôr em dia.

Mini-encontro do 3ao 1994 do CCJ em Floripa


Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...