Saturday, 18 May 2019

Visita a Salem

Durante a estadia da minha mae aqui em Boston nós visitamos a cidade de Salém, aqui pro norte, cerca de meia-hora de casa.
Quem já assistiu ao filme "As bruxas de Salém" sabe que nesta cidade no fim dos 1600 diversas pessoas foram enforcadas por serem consideradas "bruxas". É uma história triste, mas bastante relevante ainda nos dias de hoje. Quanto mais eu aprendo sobre eventos do passado mais eu percebo que como sociedade não avançamos tanto quanto poderíamos, pois a intolerância, preconceito e ignorância continuam a reinar, ainda mais com essa "onda" nojenta de extrema direita e nacionalismo que se alastra pelo mundo todo, que é tão nociva como a extrema esquerda (vide o que está acontecendo na Venezuela).
Mas o do resumo do resumo do que aconteceu em Salém é o seguinte: algumas garotas que não tinham mais o que fazer (literalmente) começaram a inventar que haviam sido "enfeitiçadas" por bruxas que estavam pela comunidade de Salém, e apresentavam sintomas de alguma doença misteriosa. Era um tipo de histeria coletiva, que afetou também a mãe de uma das garotas. Naquela época a medicina era muito rudimentar e nada separada das crenças religiosas. O médico não conseguiu justificar os sintomas e concordou que poderia ser bruxaria. Foi o suficiente para que as pessoas acusadas pelas garotas fossem levadas a julgamento e condenadas a morte. Como de era de se esperar, os julgamentos eram falhos, sem a menor lógica, baseados na reação da população às idéias esdruxulas e empolgação de todos em se livrar de pessoas que viviam a margem da sociedade (vide uma negra ex-escrava, uma senhora idosa solitária e assim por diante). Foram no total 20 pessoas enforcadas (um foi morto de outra forma pior ainda).

Minha mãe em Salem



A cidade de Salém naquela época era uma vila pequena, isolada do resto do país. Hoje em dia é uma cidade pequena, mas que nada lembra uma pequena vila. O atrativo da cidade é praticamente todo relacionado a "bruxas", e no período de Halloween é praticamente impossível chegar-se lá, de tão cheia que fica a cidade. É uma cidade com bastante atrações pro seu tamanho, mas vale a pena uma visita. Abaixo tem as coisas que visitamos e outras que não tivemos tempo de ver:
- With trials museum: apesar do nome de museu é na verdade uma apresentação com "bonecos" (tipo do Madame Tussauds) numa sala bem grande, onde o narrador explica todos os acontecimentos desde o começo até a execução das pessoas. Depois uma pessoa explica sobre "bruxaria" no contexto atual, inclusive que existe uma religião reconhecida aqui nos EUA que é das "bruxas" e como o conceito de bruxa evoliu de maneira tortuosa. Na verdade parteiras e curandeiras eram consideradas bruxas, mas eram mulheres normais que ajudavam as pessoas com seus conhecimentos de ervas e plantas que aliviam um ou outro problema de saúde. Mostram também da "caça às bruxas" que acontece no mundo atual, onde certos segmentos da população são perseguidos e considerados impuros, sofrendo todo tipo de violência, exclusão e injustiças.
Na frente do Witch Trials Museum

- Judges house: a casa do juiz que julgou e condenou as pessoas à morte. Não chegamos a visitar, então não sei se é interessante.
- Memorial das vítimas: é um memorial super simples, de pedra, numa pracinha logo na frente do Peabody museum, com o nome e a história de cada pessoa que foi morta por ser considerada bruxa. (entrada gratuita)
- Cemitério ao lado do memorial: onde o juiz e outras pessoas estão enterradas (entrada gratuita)
- Witch village: uma réplica em tamanho natural da vila de Salém na época da caça às bruxas (não fomos)

A cidade tem também diversas outras atrações, como um calçadão com bares, restaurantes e lojas, a maioria sendo relacionada a Haloween e bruxas.
Almoçamos num restaurante delicioso, chamado Sea Level Oyster Bar, onde vale muito a pena comer.
Almoço em Salém


Outra atração que é das mais famosas e a "House of the 7 Gables". Eu não sabia nada desta casa até visitar Salem, a começar pelo significado da palavra "gable", que é aquele triângulo que se forma no telhado das casas quando do lados do telhado se juntam. Esta casa é famosa por causa do livro escrito por Nathaniel Hawthorne, um famoso escritor americano, descendente do juiz das caças ás bruxas. No livro ele conta a história de um crime que aconteceu naquela casa.
Fomos visitar a casa com minha mãe, e o bom é que tinha audio guide em português pra ela. Um guia vai nos levando pelos cômodos da casa e explicando que na verdade a casa sempre teve (e continua tendo) como objetivo ajudar pessoas da sociedade de Salem em diversas coisas, como oficina onde se pode aprender uma variedade de skills. Hoje em dia também fazem cerimônias de cidadania.

As portas da casa e o teto são rebaixados como nas casas de antigamente, que nem nas casas da Europa, e achei legal que o guia explicou que o motivo do teto ser rebaixado não é porque as pessoas eram mais baixas, mas sim pra conservar o calor, o que faz sentido. Da mesma forma as camas eram pequenas, e achávamos que  corroborava a idéia de que as pessoas eram mais baixas que hoje em dia, mas o guia explicou que naquela época era comum acharem que era necessário dormir de lado encolhido porque fazia bem pra saúde.
Um dos cômodos da casa

A casa foi restaurada e reformada diversas vezes durante os anos, e os cômodos são mobiliados da forma de antigamente, mas nada de luxo extremo como palácios de realeza, apesar de que praquela época a casa era uma mansão se comparada com as demais casas. O escritor Nathaniel morou na casa, que na verdade pertencia a prima dele, e a usou como inspiração pra escrever o livro com o nome "House of the 7 Gables". No começo dos 1900s uma mulher chamada Caroline Emmerton comprou a casa e reformou pra que ela se tornasse um museu, e adicionou algumas coisas na casa pra a mesma refletisse acontecimentos do livro (como uma escada escondida na parede pra justificar certo personagem aparecer do nada" na sala de jantar).
Voltando sobre a prima do Nathaniel, a dona da casa, ela herdou bastante dinheiro e virou mulher de negócios bem sucedida, administrando bem o patrimônio dela. Ela nunca se casou, pois sabia que se casasse todo o dinheiro dela passaria pro marido.

Na frente da casa tem um jardim bonitinho com vista pro mar (Salem é uma cidade no litoral) e do outro lado do jardim de a casa onde o escritor Nathaniel nasceu, que incrivelmente foi transportada do lugar onde ele nasceu (não lembro o nome da cidade) até ali, e hoje é um museu contando a história da vida e obra dele.

Jardim da House of the 7 Gables


Em Salém tem também o Peabody Museum, que dizem ser bem legal, mas nós não visitamos.

Terminamos a visita tomando um chá (outros café) e vendo a estátua da "Feiticeira", aquele programa de tv bem antigo que eu, minha mãe e irmãs adorávamos assistir quando pequenas.
O André comprou o livro House of the 7 Gables pra gente ler, mas ainda não comecei.

O vídeo da nossa visita a Salem está aqui: https://youtu.be/i5p2nueRYcQ

Saturday, 11 May 2019

Walden Pond

Em junho de 2018 eu comprei um livro chamado Walden Pond, do escritor americano Henry Thoreau. O primeiro contato que tive com esta obra foi quando assisti o filme Sociedade dos Poetas mortos, há muitos anos atrás. Lembro bem da frase "“I went to the woods because I wished to live deliberately, to front only the essential facts of life, and see if I could not learn what it had to teach, and not, when I came to die, discover that I had not lived.", mas naquela época não tinha a menor idéia de que era parte de um livro. Na verdade eu só fiquei sabendo da existência deste livro e sabendo mais sobre o autor depois de ter me mudado pra Boston. Estava em Londres em 2018 e vi o livro Walden pra vender numa livraria em Trafalgar square, e resolvi comprá-lo. Foi o começo de o que pra mim uma longa jornada de leitura.
Não sou especialista na obra e não tenho pretensão de analisá-la, somente relatar o que eu gostei e a minha visita a Walden Pond.
O livro, de forma extremamente sucinta, é o relato super detalhado dos dois anos e pouco que Thoreau viveu numa cabana construída por ele mesmo em Walden Pond em 1845. No livro ele conta em bastante detalhes como ele construiu a casa, o que ele comia, como era a floresta, as flores, o lago e tudo ao redor durante as diferentes estações do ano. Muitas passagens são bem filosóficas, como a frase que coloquei no primeiro parágrafo deste post.
Comecei a ler o livro no mesmo dia que comprei em junho de 2018, sentada num Costa Cafe em Londres, e o terminei na praia em Floripa em fevereiro de 2019. Uma vez de volta Boston, aproveitei o primeiro dia de sol durante um fim de semana na primavera pra visitar Walden Pond.
Almoçamos na beira de um riozinho em Concord, cidadezinha charmosa com igrejas e casas pitorescas, cheias de lojas de antiguidades.
Poucos minutos de carro dali encontra-se Walden Pond. Tem um estacionamento pago no lado oposto de onde se encontra o lago.
O dia estava lindo e haviam diversas pessoas pegando sol nas áreas das margens do lago onde havia areia formando pequenas praias.  Havia inclusive diversas pessoas nadando no lago. Pelo que vimos é um lugar bem procurado no verão para aqueles que querem se banhar nas águas cristalinas do lago. Não esperava que o lago fosse tão grande nem tão bonito! Eu e o André (o Enee ficou em casa pois infelizmente não se pode levar cachorro lá) caminhamos pelo caminho demarcado nas margens em direção à área onde ficava a cabana que Thoreau construiu. Neste caminho pode-se observar e admirar a água cristalina e limpa do lago, muito bem descrita por Thoreau em Walden, durante as quatro estações do ano.
Logo na frente onde era a casa de Thoreau o lago forma uma enseada e a cor da água é verde esmeralda. O local onde ficava a casa hoje é demarcado por pedras.
Náo pude deixar de pensar se as árvores ao redor do local eram as mesmas da época de Thoreau, pois é legal imaginar que eu poderia estar olhando a paisagem que o inspirou tanto. Bom, mesmo não tendo sido as mesmas árvores, o lago é o mesmo que o inspirou!
Em outra oportunidade quero voltar e caminhar ao redor do lago todo, caminhada que deve durar cerca de 1:30, mas como o Enee já estava sozinho faz tempo resolvemos deixar esta caminhada pra outro dia.
Vi algumas pessoas sentadas na beira do lago lendo, e imagino que estavam lendo Walden. Que boa idéia ler o livro nas margens do lago que serviu de scenário pro escritor!
Um colega meu que fez faculdade de filosofia me ensinou  que o livro foi uma resposta a revolução industrial, o que faz sentido, pois ele queria viver de forma simples, sem se preocupar em ter a maior casa, ou os melhores móveis, ou o melhor jardim, ou se matar de trabalhar pra competir com os demais sobre quem teria as melhores coisas.
No estacionamento pode-se visitar uma réplica da casa que ele constriu e ver como ele viveu de forma modesta.
Parte do motivo que demorei tanto pra ler o livro é que é meio... digamos... chato e muitas partes, mas fiquei feliz que persisti e li até o final e tirei minhas conclusões sobre a leitura e a mensagem do livro. Serviu-me também para alimentar minha curiosidade que me levou a conhecer um lago muito bonito.
Da próxima vez que for a Concord quero visitar o museu sobre o autor.

Filme do passeio: https://youtu.be/i0cqLn_83Z0




Sunday, 23 December 2018

Assistindo jogos típicos americanos em Boston


Eu já havia comentado neste blog que aqui nos EUA esportes são levados a sério desde a escola. Os americanos investem bastante no treinamento e infra-estrutura pra desenvolver talento nos mais variados esportes. Eles têm dinheiro, apoio e vontade. O resultado disso é que sempre se dão super bem nas olimpíadas.
Esse apoio começa mesmo cedo na escola, e em alguns esportes, como futebol americano e basquete, os jogos unversitários sempre enchem os estádios.
Aqui em Boston existem 4 esportes que tem tradicão: baseball (o Red Sox ganhou o mundial de 2018), futebol americano, hockey no gelo e basquete.
Este final de ano fomos assistir 2 jogos em 2 deles, que vou relatar aqui.
Em ambos os casos eu fui no site do ticketmaster procurar ingressos pros 2 jogos. Esse site é uma robalheira, pois eles cobram taxas altíssimas pra emitir os tickets, mas como detêm o monopólio não tem outra forma. Ao usar outros sites corre-se o risco de comprar ingressos não existentes.
Eu procurei ingressos pros jogos mais baratos, pois dependendo do adversário o preço sobe bastante. Outra coisa que influencia no preço, além da localização dos assentos (obviamente), é quão cedo na temporada é o jogo. Quanto mais os times vão passando pras finais, mais caro ficam os ingressos.
No começo de novembro nós fomos assistir hockey no gelo, onde o time de Boston, o Bruins, jogou contra o Vancouver Canucks, do Canadá. Pra ter uma idéia, o jogo contra outro time canadense, o Mapleleafs, alguns dias depois, custava U$100 a mais por ingresso.
Nós fomos de carro até um estacionamento perto do trabalho do André, no centro, e de lá pegamos um metrô até o TD Garden, o estádio onde aconteceria o jogo. O estacionamento do estádio custa U$50, mas resolvemos que era caro demais e por isso pegamos essa outra opção.

Assistindo o Boston Bruins

Eu gosto bastante de assistir hockey no gelo, mas não entendo as regras. Claro que o óbvio eu sei, mas tem várias coisas que acontecem que eu não entendo. Eu gosto de vê-los patinar. É incrível como são ágeis e em forma, trocando de direção facilmente naquele gelo escorregadio. Eu sei patinar no gelo, mas mal consigo andar de costas. Esses caras de repente acham patinar mais fácil que caminhar. O jogo fluía rápido e não houve brigas, coisa que é (ou era) bem comum no hockey no gelo. Assistir ao jogo no estádio é uma experiência legal, pois tem a torcida de todo mundo vibrando pro mesmo time. Neste dia tinham uns jogadores do Patriots, o time de futebol americano, assistindo o jogo lá no estádio. As pessoas ficam tomando cerveja, refrigerante e comendo cachorro quente, pizza e chicken nuggets com batata frita. Muitos usavam um gorro ou camisa amarelos com preto, cores do time do Boston Bruins. Eles já ganharam o campeonato algumas vezes, acho que 5 vezes, 2011 tendo sido a última vez. Neste jogo os canadenses levaram a melhor e ganharam por 8 a 5. Os torcedores do Bruins não estavam nem um pouco felizes e chegaram a vaiar os jogadores.

                                                 Assistindo o Boston Celtics

No dia 23 de dezembro nós fomos ver o Boston Celtics, o time de basquete, jogar contra o Charlotte Hornets. Desta vez nós deixamos o carro no estacionamento da linha de metrô aqui perto de casa, que pára lá perto do estádio, e foi bem melhor pra voltar pra casa depois.  Fiquei impressionada em perceber que praticamente uma vez a cada duas semanas eles tem que mudar o centro do estádio pra colocar e tirar o rinque de gelo (como se pode ver neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=MYiWHz32cl4, obviamente não feito por mim).
Tanto da outra vez quanto desta nossos lugares eram mais em cima, dos ingressos mais baratos, mas dava pra ver super bem o jogo, pois o estádio não é tão grande quanto o de futebol (americano ou não). Lembro que quando fui ver o Brasil jogar futebol em Londres, não dava pra ver a bola, de tão longe era.
Compramos daqueles nuggets de frango com batata fritas pra se misturar aos torcedores locais, e logo começou a tocar o hino dos EUA, sempre cantado ao vivo por alguém local. Na verdade não é só um jogo de basquete, mas sim um evento: show de luzes, cheerleaders, apresentações de acrobacia com basquete no intervalo (que foi muito legal por sinal), homenagens, tinha um telão gigante que ficava filmando os torcedores, que ficavam fazendo de tudo pra aparecer. Muitos usavam roupas de tema natalinos, outros faziam um tipo de dancinha, diversos usando roupas verde no tom da cor do time do Celtics.
Claro que o mais legal foi assistir o jogo, onde dava pra ver a agilidade e profissionalismo desses jogadores. O tal de Kirie Irving, o melhor e mais famoso jogador do Celtics deu um show. Fez vários pontos e assistências. Houveram diversas jogadas legais, com enterradas de tudo quando é tipo. O Celtics ganhou fácil do Hornets, com quase 30 pontos de diferença.
O jogo terminou logo depois das 8 da noite, horário bom pra ir pra casa numa noite fria e escura de inverno.

https://www.youtube.com/watch?v=R0gcRcKo1z8&feature=youtu.be

Wednesday, 31 October 2018

Halloween - o primeiro nos EUA

Ano passado não escrevi sobre o Halloween porque não fiz nada de interessante. Comprei chocolates pro caso das crianças vizinhas virem pedir doces, mas ninguém veio e acabou que eu e o André comemos todos os chocolates.
Este ano eu resolvi ser mais engajada e participar de algo mais interessante do que comer chocolate em casa, afinal EUA é o melhor lugar pra se ver do que se trata este dia.
Na minha empresa tinham várias pessoas fantasiadas. Eu usei o mesmo chapéu de bruxa que eu tenho desde que um colega de trabalho em Londres me deu de presente. Depois do expediente teve uma festa na empresa, com concurso de fantasias e tudo mais.
Eu com meu chapéu de bruxa no trabalho

Eu poderia ter ido na festa de Halloween da minha empresa, mas resolvi fazer algo no centro de Boston. Encontrei uma amiga que mora no centro de Boston, num lugar chamado Beacon Hill. Eu havia ouvido falar que o Halloween lá é bem legal.
Nós combinamos de fazer uma caminhada com um guia pra ouvir histórias interessantes sobre aquela área da cidade. Por ser bem no dia de Halloween, claro que todas as histórias eram sobre algum crime envolvendo pessoas que moraram por ali.
O tour começou pelo Boston Common, onde segundo a guia as primeiras "bruxas" foram enforcadas, mesmo antes que em Salém. Salém, a famosa cidade onde teve a caça às bruxas, fica aqui perto, mas é impossível de se chegar lá perto de Halloween. As bruxas eram na verdade mulheres normais (coitadas), que foram mortas por sadismo de loucos, pra agradar um público doente mental.

Foram várias histórias contadas durante o tour, mas o legal mesmo foi ter andado pelas ruas de Beacon Hill durante o Halloween. Os moradores daquela área levam bem a sério este dia, e alguns gastam uma fortuna decorando as casas. Haviam teias de aranha, aranhas gigantes (argh!!), fantasmas, e tudo quanto é assombraçao "enfeitando" as casas. Algumas haviam inclusive efeitos especiais, como música e luzes. Lá pelas 5:30 da tarde era possível ver crianças bem pequenas, todas fantasiadas, com seus pais indo pedir doces nas casas. Os moradores mantinham as portas abertas e estavam fantasiados distribuindo doces. Muitas casas estavam tendo festa de Halloween pra amigos e familiares, mas deixavam a porta aberta como se fosse tudo uma grande festa.
A medida que ia escurecendo o público era mais velho, com crianças mais velhas e inclusive adultos fantasiados andando pelas ruas.
Tinha áreas que era até difícil de passar, de tanta gente! Me lembrou um pouco o carnaval no Rio de Janeiro: cheio de gente, fantasias, música e festa. A diferença era a temperatura (se bem que nem estava tão frio).
Lá pelas 9:30 as pessoas foram indo embora e as ruas se esvaziando. Acho que só os fantasmas ficaram pra trás, possivelmente felizes de ter as ruas desertas pra eles de novo.

Video: https://youtu.be/yYCUPRVSqYM



Algumas imagens de Halloween em Beacon Hill


Wednesday, 24 October 2018

Outono em Melrose, MA




No último post eu escrevi da viagem que fizemos pro norte pra ver as paisagens de outono. Acontece que aqui em Massachusetts elas não ficam devendo nada pra Vermont ou New Hampshire. Como aqui é mais pro sul, muitas as árvores aqui perto ainda estão no seu auge de outono. Somos privilegiados de ter tais paisagens na esquina da nossa casa. Essa semana, um dia depois do trabalho, caminhamos pros lagos que tem aqui do lado de casa pra bater umas fotos, que coloco aqui.

Lago perto da minha casa, em Melrose, Massachusetts

https://youtu.be/bjtH_53jDkQ

Hoje, uma semana depois do que escrevi ali em cima, tive que retornar a este post pra colocar as fotos abaixo. Não imaginei que a paisagem poderia ficar ainda mais linda.

Quintal da minha casa

Me sinto num mundo de fantasia, se sou bem sincera. A chuva e o vento levavam as folhas amareladas e douradas, gerando uma chuva absolutamente linda. Todo lugar que eu vou eu paro pra admirar as árvores. Hoje saí pra levar o Enee pra passear e fiquei que nem uma boba batendo foto da minha rua, mas não consigo evitar. A beleza deste outuno é coisa que nunca imaginei que fosse ver. Parece um lugar dos meus sonhos!


Foto batidas na minha rua, em Melrose




Wednesday, 17 October 2018

Smugglers Notch e Stowe, Vermont


Na terça-feira nós fomos novamente pra Church Street pra conhecer o centro durante o dia. Vimos que é uma cidade universitária grande, com bastante gente e um centrinho charmoso. Voltamos na Church Street e meus pais tiveram que comprar alguns items de inverno, pois outono no norte dos EUA é mais frio que inverno do sul do Brasil. Meu pai comprou uma japona e minha mãe um gorro. Pegamos o carro e fomos dirigindo em direção a um lugar que nos foi recomendado por um colega meu: Smugglers Notch. É uma montanha localizada leste de Burlington.
No caminho paramos num tipo de vila logo na subida da montanha, onde almoçamos um sanduíche bem fraquinho, mas deu pra perceber que a estrutura daquele lugar tanto no verão quanto no inverno é de impressionar. São diversas cabines e apartamentos, cercadas de restaurantes, piscinas, e montanha. Americanos sabem mesmo montar estruturas turísticas como ninguém.
À medida que dirígiamos, como estávamos bem mais pro norte e também mais alto, percebemos que o auge das folhas de outuno já havia passado, mas a medida que íamos descendo a montanha percebi porque o meu colega me recomendou aquele lugar. Era um túnel de folhas amarelas e alaranjadas que se extendia pela nossa frente, absolutamente lindo. Passamos por vários hotéis e estações de esqui no caminho, e fiquei bem empolgada pra ir esquiar nesse próximo inverno, quem sabe por lá.
Paramos numa cidadezinha chamada Stowe, que é bem pequena e charmosa, onde descemos pra tomar um chocolate quente e ver algumas lojas, sendo que acabei comprando alguns itens de decoração pra nossa casa.

Meus pais em Church Street
Viajando por Vermont
Abóboras em Stowe


Saindo de Stowe em direção a Waterbury, passamos pelas ruas bem do interior de Vermont, vendo as pequenas vilas no caminho (algumas meio que abandonadas), as paisagens rurais, as folhas de outono, uma viagem bem agradável realmente.
Finalmente chegamos no tal restaurante que havia sido recomendado ao André (era aniversário dele por sinal), chamado Prohibition Pig, pra tão esperada janta. O restaurante não aceita reservas e abre as 16:30. Chegamos lá eram 17 e conseguimos uma mesa bem na janela. Não demorou muito estava lotado! Meus pais acharam engraçado quando na volta ao hotel passamos do lado da fábrica do Ben and Jerry. Por essa eles não esperavam!
Eu fui pra academia do hotel novamente, e aproveitei mais um pouco da piscina térmica.
No caminho de volta pra Boston, no dia seguinte, fizemos um percurso um pouco maior pra passar por algumas cidadezinhas que me haviam sido recomendadas: Middlebury e Quechee. Só as vimos de passagem na verdade, pois queríamos logo chegar em Boston pra pegar o Enee, que havia ficado com uma amiga.

Meus pais em Stowe
Celebrando aniversário do André em Waterbury

https://www.youtube.com/watch?v=9JdMI77z3vg

No restante da estadia dos meus pais visitamos também alguns lugares dos arredores de Boston, como Manchester by the Sea e Rockport, além de ter visto uma orquestra no aniversário do meu pai.
Essas duas semanas vão ficar na memória pelas belas paisagens, compras, boa comida, companhia da família e momentos alegres.


Outros vídeos da visita dos meus pais
https://www.youtube.com/watch?v=CsdvFiJ9evA
https://www.youtube.com/watch?v=HqEk2IUvrfU

Monday, 15 October 2018

Leaf Peeping em New Hampshire e Vermont


Aproveitando a visita dos meus pais aqui em Boston, tirei uns dias de férias e fizemos uma viagem pro norte pra ver as famosas paisagens de outono dessa parte do país. New England tem as mais bonitas paisagens de outono, traindo visitantes dos Estados Unidos e de outros países também. Aqui, o termo utilizado pra descrever a atividade de ver paisagens de outono chama-se Leaf Peeping, e uma busca no google mostra várias sugestões de roteiro. Ao planejar tal viagem é importante consultar um mapa com a previsão de quando as folhas estarão no seu “auge”, que varia de acordo com a posição geografia e altitude do lugar a ser visitado (um site legal que me passaram no trabalho é este aqui: https://www.goodhousekeeping.com/life/travel/a22874288/fall-foliage-map-2018/)
Fiquei mais de 1 semana pesquisando na internet roteiros e pedindo dicas pro pessoal do trabalho, muitos nativos de estados vizinhos aqui na Nova Inglaterra. Nos posts seguintes vou relatar nossa viagem.
Saímos de Boston num domingo ensolarado, depois de diversos dias de chuva. Disseram-me que apesar deste outono ter sido mais chuvoso do que o normal, este ano as cores das árvores estão bem mais bonitas que no ano passado. Ano passado não lembro de ter visto as cores de outono, se bem que eu viajei nesta época pro Brazil, e em cerca de 2-3 semanas as árvores mudam de verde claro pra marrom, ou seja, é um processo muito rápido.
Seguimos a estrada I-93 em direção ao norte, pra cidade de Lincoln, no estado de New Hampshire. À medida que viajávamos norte, conseguíamos ver a diferença na paisagem, com várias árvores já de cores bem alaranjadas pelo caminho. Fomos até a cidade de North Woodstock, onde paramos pra almoçar. Dali, passamos pela cidadezinha de Lincoln, onde começa a rodovia 112, mais conhecida por Kancamagus, uma das estradas cênicas do país. Em certos trechos havia muito trânsito, sendo que a velocidade não passava de 20km por hora, com paradas frequentes. Isso não estava em nenhum site de pesquisa (detalhe convenientemente esquecido). Tinha muita, mas muita gente na rodovia em alguns pontos, o que confesso me irritou um pouco... Paramos poucas vezes pra bater fotos, pois a vista das árvores na estrada em si já era lindíssima, e também porque não demoramos a perceber que não é fácil bater fotos bonitas das folhas com câmeras de celular.
Começo da viagem
Paisagens da Kancamagus, New Hampshire

Nosso primeiro hotel ficava num lugar chamado North Conway. Numa certa altura da rodovia 112 nós poderíamos escolher entre seguir reto até Conway (onde termina a 112), ou entrar a esquerda e passar por uma estrada chamada Bear Notch. Escolhemos esta segunda opção, e acho que foi uma boa decisão, pois não havia trânsito algum e a paisagem era de tirar o fôlego a cada curva, com árvores de folhas que iam de vermelho, passando por laranja e amarelo, e algumas ainda verdes. Uma explosão de cores! Em alguns pontos as árvores pareciam formar um túnel pra gente passar por dentro. Inesquecível! Fotos não fazem justiça à beleza do que vi (as minhas fotos com certeza não).
Ficamos cerca de 2 horas na rodovia, até chegarmos no nosso hotel. Depois do check-in e pausa pro banheiro, saímos novamente e fomos ver algumas daquelas pontes de madeira, típicas dessa região do país. Vimos duas delas, ambas cercadas de paisagens de outono. Jantamos no restaurante de um hotel chamado The Porch, numa vila chamada Jackson. É um lugar muito, mas muito charmoso, com um bar com música ao vivo e um restaurante bem aconchegante, com lareira e tudo. A comida era deliciosa, o ambiente agradável e convidativo. Gostaria muito de voltar naquele lugar no inverno, pra me hospedar durante uma viagem de esqui.
Nem preciso dizer que nesta região existem dezenas de estações de esqui. Quem sabe neste próximo inverno eu consigo ir esquiar.
No dia seguinto saímos do hotel mais tarde por causa da previsão de chuva, e fomos nos famosos Outlets the North Conway. São diversos deles, e nós fomos num chamado Settlers Green. Meus pais que ficaram fuçando as lojas pra comprar presentes pros demais familiares no Brasil, e alguns itens pra eles mesmos. Eu acabei comprando uma blusa de linha grossa pro inverno e uma bota quentinha de uma marca chamada Checkers, que é muito confortável. Tenho usando bastante essa bota. Os preços nem sempre são tão mais baratos, tem que saber procurar.


Uma lojinha charmosa perto de Jackson, NH
Ponte de madeira típica da região
Restaurante The Porch
André lendo de manhã cedo, com 2 graus na rua


Comemos um lanche rápido num Starbucks, com o objetivo de almoçar num restaurante recomendado ao André por uma colega de trabalho dele, que ficava num lugar chamado Waterbury, no estado de Vermont. Acabou que o restaurante só abre pra janta e aquele lanchinho foi nosso almoço. Pé na estrada pela rota 302 até Vermont, onde paramos na fábrica do sorvete Bem and Jerrys, possivelmente o meu preferido. O André e meus pais comeram um sorvete cada, mas estava frio e eu não me empolgo de comer sorvete no frio. Nós fizemos a tour pela fábrica, onde nos explicaram como o sorvete é feito (ficamos numa plataforma alta em cima da fábrica, com paredes de vidro por onde observávamos a produção), e depois nos deram um pouquinho do sabor cookies pra experimentar. O meu sabor preferido é o Brownie Fudge. Eles contaram também a história de como começou o sorvete com o diferencial de ter pedaços grandes saborosos dentro, seja de brownie, cookie, ou o que quer que seja o sabor, foi porque um dos inventores sempre teve dificuldade em sentir o sabor das coisas e então resolveu exagerar no tamanho dos pedaços pra ver se ele conseguia sentir o sabor.
Saindo da fábrica fomos até nosso hotel em Colchester, perto de Burlington. Meus pais se impressionaram de saber como estávamos perto do Canadá. Montreal fica pouco mais de 1 hora de carro dali. No hotel eu e o André fomos pra academia e depois na piscina térmica, que meus pais também usaram.
De noite fomos pro centro de Burlington jantar. Passamos pela Church street, cujas árvores estavam iluminadas por luzinhas tipo de natal. Apesar de ser uma segunda-feira os restaurantes estavam cheios, e tivemos que procurar uma alternativa ao que havíamos escolhido, que acabou sendo uma opção deliciosa, chamado The Gryphon. Todos comemos bastante pra compensar a falta de almoço.




Fábrica do Ben and Jerrys
Eu e minha mãe em Burlington





https://www.youtube.com/watch?v=aizCIepyjMM

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...