Pensei que
seria legal fazermos uma viagem de verão. Como o André estava em Boston a trabalho, comecei a investigar alguns lugares
relativamente perto de lá pra gente visitar. Algumas buscas no google revelaram os
principais candidatos: praias pro norte de Boston (Singing Beach sendo de
destaque), praias de Rhode Island, praias de Cape Cod, ilhas de Nantucket e
Marthas Vineyard. Depois de muito pesquisar eu decidi que seria legal ir pra
este último, pois era o que tinha as melhores reviews e as fotos mais bonitas.
Saímos de
Boston domingo de manhã bem cedo e dirigimos até Woods hole (2hs de viagem pro
sudeste a partir de Cambridge), onde tem ferry para Marthas Vineyard (abreviado
para MV no resto do post). A gente estaciona o carro num dos estacionamentos
gigantes da empresa de ferry e um ônibus nos leva até o terminal da balsa (ferry).
Dá pra levar o carro na ferry ao custo de $165, mas achamos muito caro e não
justificável usar carro na ilha para os programas que havíamos planejados
fazer. O estacionamento custou $15 por dia, bem menos que os $165. A viagem de
balsa dura 45 minutos e nós fomos para a cidadezinha de Oaks Bluff, que foi
onde reservei o hotel MV Surfer Paradise, de excelente localização: perto do
ferry terminal, bem no centrinho, perto da praia, restaurantes etc. O hotel em
si não tem nada demais, e a cama era mole demais, entretanto pelo preço que
pagamos foi uma boa escolha para 2 noites (ainda assim saiu mais que $500. Quem
quiser visitar MV tem que preparar o bolso!).
Almoço em Martha's Vineyard
Explorando Gigerbread Cottages
Explorando Gigerbread Cottages
Demos a
maior sorte com o tempo, que foi calor e ensolarado durante os 3 dias que
passamos lá. A ferry chegou era mais de 1 da tarde, e fomos direto pro hotel,
que ficava ali do lado, fazer check-in. Pra nossa sorte nosso quarto já estava
pronto, então largamos as coisas e fomos procurar um lugar pra almoçar. Os
Estados Unidos é um país extremamente caro. Eu acho absolutamente ridículo a
quantidade de gorjeta que tem que se deixar em restaurante. E nem venha com
essa de “ah, mas é o salário deles”. Por que os malditos donos de restaurante
não pagam um salário pros funcionários, ao invés dos clientes terem que dar
gorjeta como forma de salário? O resultado é que incluindo gorjeta e imposto
(que nunca está incluído no preço) uma refeição sai bem caro. Na real, comida
de forma geral é muito cara aqui. Depois de um almoço típico americano
(sanduíche com batata frita. O do André um sanduíche de lagosta, típico dessa
região onde moramos) nós fomos caminhar por umas das principais atrações
turísticas de MV, que são as ruas dos Gingerbread Cottages. Pelo que li sobre a
história deles, era um lugar de camping onde começaram a construir casinhas que
parecem de bonecas, pequeninhas e coloridas. Agora são várias, distribuídas por
ruazinhas estreitas que parecem um labirinto. Qualquer um pode caminhar por ali
sem pagar nada, mas como tem gente que mora lá (ou alugam a casa pro verão) é
obviamente necessário respeitar o lugar e não ficar jogando lixo nem fazer
barulho. E se havia alguém lendo na varanda eu pedia permissão antes de bater
foto da casa. Pelas fotos dá pra ter uma noção de como os americanos são
obcecados com patriotismo e a bandeira do país deles, que está em todos os
lugares. A maioria das casas, onde quer que se vá, tem essa bandeira na frente.
Depois de
ter terminado esse passeio resolvemos pegar praia ali do lado do hotel. Nos
trocamos e ficamos sentados na areia por um tempo, mas havia muito vento e
depois de cerca de 1h voltamos pro hotel pra tomar banho e descansar. Quando
bate a fome saímos pra jantar num pub legal que tem em Oaks Bluff. Pra
compensar o almoço, eu comi uma saladinha de janta, que estava boa. Entretanto
acabamos pedimos sobremesa e esquecemos que na América TUDO é exagerado. As
sobremesas eram gigantes e a minha muito doce, nem consegui terminar (pedi um
brownie). Acabou que o plano de compensar não deu certo. Achamos que seriam
pequeninhas e vieram brownie e cookies monstros, que inclusive guardamos pro
dia seguinte.
Copinho de vinho na janta
Vendo a banda tocar no coreto no fim de tarde em Oaks Bluff
Vendo a banda tocar no coreto no fim de tarde em Oaks Bluff
Já era
noite e resolvemos ver a bandinha da cidade tocar no coreto que tem na praça
bem na frente do nosso hotel. Era uma bandinha de pessoas de idade, que tocavam
músicas bem americanas. Na frente dessa praça existem casas grandes e bonitas,
que depois eu li foram construídas pelas famílias afluentes da ilha quando ela
foi colonizada. Ficamos ali vendo a banda tocar, muitas pessoas levaram
cadeiras pra sentar e assistir, e me chamou atenção que haviam várias pessoas
caminhando ao redor do coreto enquanto a banda tocava, tentando acompanhar o
ritmo. Depois de olhar com cuidado vi que metade delas tinham problemas
mentais, e cada uma estava com um certo tipo de voluntário caminhando junto, e
às vezes dançando de acordo com a música. Haviam crianças jogando pra cima
aqueles brinquedos fluorescentes, que de noite aparece bastante, e ao lembrar
das minhas atividades do dia, não tive como não pensar na Disney. Agora entendi
porque a Disney é do jeito que é. Ela reflete as cidadezinhas americanas: a
arquitetura das casas, as ruas quietas, a música no fim de tarde, cheiro de
pipoca no ar... Tudo em Oaks Bluff me fez lembrar a Disney. Só faltou o Mickey
e alguns brinquedos.
https://youtu.be/DaRe1i8f62g
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