Sunday, 30 July 2017

Martha's Vineyard - Dia 1

Pensei que seria legal fazermos uma viagem de verão. Como o André estava em Boston a trabalho, comecei a investigar alguns lugares relativamente perto de lá pra gente visitar. Algumas buscas no google revelaram os principais candidatos: praias pro norte de Boston (Singing Beach sendo de destaque), praias de Rhode Island, praias de Cape Cod, ilhas de Nantucket e Marthas Vineyard. Depois de muito pesquisar eu decidi que seria legal ir pra este último, pois era o que tinha as melhores reviews e as fotos mais bonitas.
Saímos de Boston domingo de manhã bem cedo e dirigimos até Woods hole (2hs de viagem pro sudeste a partir de Cambridge), onde tem ferry para Marthas Vineyard (abreviado para MV no resto do post). A gente estaciona o carro num dos estacionamentos gigantes da empresa de ferry e um ônibus nos leva até o terminal da balsa (ferry). Dá pra levar o carro na ferry ao custo de $165, mas achamos muito caro e não justificável usar carro na ilha para os programas que havíamos planejados fazer. O estacionamento custou $15 por dia, bem menos que os $165. A viagem de balsa dura 45 minutos e nós fomos para a cidadezinha de Oaks Bluff, que foi onde reservei o hotel MV Surfer Paradise, de excelente localização: perto do ferry terminal, bem no centrinho, perto da praia, restaurantes etc. O hotel em si não tem nada demais, e a cama era mole demais, entretanto pelo preço que pagamos foi uma boa escolha para 2 noites (ainda assim saiu mais que $500. Quem quiser visitar MV tem que preparar o bolso!).

Almoço em Martha's Vineyard
Explorando Gigerbread Cottages

Demos a maior sorte com o tempo, que foi calor e ensolarado durante os 3 dias que passamos lá. A ferry chegou era mais de 1 da tarde, e fomos direto pro hotel, que ficava ali do lado, fazer check-in. Pra nossa sorte nosso quarto já estava pronto, então largamos as coisas e fomos procurar um lugar pra almoçar. Os Estados Unidos é um país extremamente caro. Eu acho absolutamente ridículo a quantidade de gorjeta que tem que se deixar em restaurante. E nem venha com essa de “ah, mas é o salário deles”. Por que os malditos donos de restaurante não pagam um salário pros funcionários, ao invés dos clientes terem que dar gorjeta como forma de salário? O resultado é que incluindo gorjeta e imposto (que nunca está incluído no preço) uma refeição sai bem caro. Na real, comida de forma geral é muito cara aqui. Depois de um almoço típico americano (sanduíche com batata frita. O do André um sanduíche de lagosta, típico dessa região onde moramos) nós fomos caminhar por umas das principais atrações turísticas de MV, que são as ruas dos Gingerbread Cottages. Pelo que li sobre a história deles, era um lugar de camping onde começaram a construir casinhas que parecem de bonecas, pequeninhas e coloridas. Agora são várias, distribuídas por ruazinhas estreitas que parecem um labirinto. Qualquer um pode caminhar por ali sem pagar nada, mas como tem gente que mora lá (ou alugam a casa pro verão) é obviamente necessário respeitar o lugar e não ficar jogando lixo nem fazer barulho. E se havia alguém lendo na varanda eu pedia permissão antes de bater foto da casa. Pelas fotos dá pra ter uma noção de como os americanos são obcecados com patriotismo e a bandeira do país deles, que está em todos os lugares. A maioria das casas, onde quer que se vá, tem essa bandeira na frente. 
Depois de ter terminado esse passeio resolvemos pegar praia ali do lado do hotel. Nos trocamos e ficamos sentados na areia por um tempo, mas havia muito vento e depois de cerca de 1h voltamos pro hotel pra tomar banho e descansar. Quando bate a fome saímos pra jantar num pub legal que tem em Oaks Bluff. Pra compensar o almoço, eu comi uma saladinha de janta, que estava boa. Entretanto acabamos pedimos sobremesa e esquecemos que na América TUDO é exagerado. As sobremesas eram gigantes e a minha muito doce, nem consegui terminar (pedi um brownie). Acabou que o plano de compensar não deu certo. Achamos que seriam pequeninhas e vieram brownie e cookies monstros, que inclusive guardamos pro dia seguinte.
Copinho de vinho na janta
Vendo a banda tocar no coreto no fim de tarde em Oaks Bluff


Já era noite e resolvemos ver a bandinha da cidade tocar no coreto que tem na praça bem na frente do nosso hotel. Era uma bandinha de pessoas de idade, que tocavam músicas bem americanas. Na frente dessa praça existem casas grandes e bonitas, que depois eu li foram construídas pelas famílias afluentes da ilha quando ela foi colonizada. Ficamos ali vendo a banda tocar, muitas pessoas levaram cadeiras pra sentar e assistir, e me chamou atenção que haviam várias pessoas caminhando ao redor do coreto enquanto a banda tocava, tentando acompanhar o ritmo. Depois de olhar com cuidado vi que metade delas tinham problemas mentais, e cada uma estava com um certo tipo de voluntário caminhando junto, e às vezes dançando de acordo com a música. Haviam crianças jogando pra cima aqueles brinquedos fluorescentes, que de noite aparece bastante, e ao lembrar das minhas atividades do dia, não tive como não pensar na Disney. Agora entendi porque a Disney é do jeito que é. Ela reflete as cidadezinhas americanas: a arquitetura das casas, as ruas quietas, a música no fim de tarde, cheiro de pipoca no ar... Tudo em Oaks Bluff me fez lembrar a Disney. Só faltou o Mickey e alguns brinquedos.

https://youtu.be/DaRe1i8f62g

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