Sunday 26 August 2018

Summer Camp

Fim de semana passado tivemos uma experiência bem norte americana: acampamento de verão.
Sabe aqueles filmes da sessão da tarde, onde normalmente adolescentes de uns 12-16 anos vão pra um acampamento de verão? Pois é, foi bem num desses! A diferença é que temos mais que o triplo dessa idade, e não foi nossos pais que nos mandaram lá, mas sim a minha empresa, além do fato de que não era obrigatório.
O acampamento foi num lugar chamado Camp Taconic, que fica na região de Berkshire, aqui em Massachusetts.
Eu não sou do tipo de pessoa aventureira, que gosta de ir acampar, e só concordei em ir quando descobri que poderia ficar num quarto de casal no acampamento. A grande maioria dos meus colegas ficou em barracas ou nos alojamentos compartilhados, onde haviam diversas camas num mesmo quarto.
Saímos de Boston sexta-feira pelas 3 da tarde. A viagem normalmente dura cerca de 3 horas, mas por causa do trânsito só chegamos lá pelas 7 da noite.
Havia cerca de 200 pessoas da minha empresa no acampamento, que funciona como acampamento pra adolescentes durante o verão todo. Como é fim do verão, o acampamento recebe outros grupos, não necessariamente de adolescentes. Haviam diversos prédios de alojamento, quadras de esporte, piscinas, sala de jogos, refeitório. Durante o fim de semana tinha várias atividades que a gente podia participar: arvorismo, arco e flecha, pintar camisetas, uns jogos americanos típicos de verão, como kornball, tinha vôlei de praia, caiaques, stand-up paddle etc etc Além disse havia fartura em comida e não faltou álcool! De noite tinha show de arobacias com fogo, música e mais bebida.
Dava também pra assar marshmallows na fogueira, que eles chamam de smors. O André que gosta e comeu bastante, mas eu não quis, pois acho meio doce demais.

Enee e André de caiaque


Pra completar, o tempo estava muito bom! Não digo que estava excelente, pois não passou dos 28 graus, e por isso não consegui entrar na água. De noite a temperatura baixava bastante, pra cerca de 14 graus, então tinha que pôr calça e blusa, além de termos levado uma coberta bem quente. A maioria do pessoal tinha saco de dormir, coisa que não temos.
Socializei bastante com os colegas de trabalho, conheci outros, troquei idéias, relaxei, toquei um piano extremamente velho, vi que eu às vezes me divirto mais assistindo os demais se divertirem do que eu me unindo nas atividades deles (como ficar no pula-pula  que tinha no lago).
Nesta atividade, times tinham que construir algo que flutuasse e fazer uma corrida no lago.
Eu apareço na foto, apesar de não ter participado.

Assim como o Enee foi conosco, vários cachorros foram com seus donos pro acampamento. Devia ter uns 20 cachorros lá. O Enee era o mais peste de todos, mas o que mais fazia sucesso com todo mundo. Tem gente da minha empresa que conhece o Enee, mas não me conhece.
O nosso quarto possivelmente era o pior alojamento que já fiquei na vida, e não achei que iria conseguir passar mais que uma noite láe. Entretanto me diverti tanto que ficamos a segunda noite lá também!



Fotos aéreas do acampamento, feitas com o drone de um dos colegas

E foi assim que percebi que aos poucos vou me adaptando a cultura americana... posso não gostar de muita coisa, mas estou aprendendo a aproveitar melhor as coisas que eu gosto.

Video de algumas partes do fim de semana: https://youtu.be/5FzycVBNKAk

Sunday 19 August 2018

Fim de semana em Rhode Island

Esse verão foi muito ocupado, com a mudanca de casa tomando muito do nosso tempo livre, o trabalho com bastante coisa pra fazer, tentando entrar na rotina num lugar novo, o Enee sendo expulso da segunda "creche" de cachorro... Nao tem sido um verao relaxante. Pra tentar tirar as dezenas de coisas pra fazer da cabeça por uns dias, concordei em tirar um dia de folga numa sexta-feira pra ir no almoco de verão da empresa do Andre, que aconteceria na casa de praia do chefe dele, no estado de Rhode Island.
Deixei o Enee com uma amiga, afinal ficaríamos fora uma noite somente, e fomos em direção ao sul, pra Rhode Island. Eu não lembro o nome do lugar onde é a casa de praia do Paul, o chefe do Andre, mas é num tipo de condomínio na beira de uma baía bem bonita. A casa de praia dele é uma mansão numa reserva, que tem até um trapiche particular. Ele obviamente tem um barco.
Na casa de praia do Paul, chefe do André
No gramado da casa dele havia toldos brancos com mesas embaixo e várias pessoas espalhadas pelas mesas. Chegamos já era depois de meio-dia e estavam servindo almoco, bem estilo americano, com hamburguer e cachorro quente.  De sobremesa teve o que eles chamam de Sunday, mas que na real eram 3 bolas de sorvete estilo napolitano. Estava um dia bem bonito de sol e por isso muita gente foi passear de barco com o Paul. Tinha alguns jogos pras pessoas se divertirem, que eles nos explicaram que são bons pra brincar no verão, com copo na mão (ou seja, dá pra jogar bebendo álcool). Eu só experimentei o tal de Kornball, que consiste jogar uns saquinhos de areia por um buraco numa madeira colocada numa certa distância. Um dos colegas do Andre faz parte de uma banda, e ele tocou e cantou bastante durante o dia. Eu conhecia algumas pessoas da empresa dele, então até que me enturmei.
Saimos de lá já eram mais de 5 da tarde. Fomos até Newport, cidade de Rhode Island onde íamos passar a noite. Haviamos pegado dicas com algumas pessoas do que fazer lá, e assim que largamos as coisas no hotel fomos direto pro Cliff Walk, que é uma caminhada na beira do mar, que passa na frente de várias mansões. É uma caminhada bem agradável na beira do mar.

Cliff Walk em Newport
Pra janta fomos pro centrinho de Newport, uma área super agitada, com várias lojas, bares e restaurantes.
Deu pra perceber que as pessoas que frequentam aquele lugar têm dinheiro... bastante dinheiro! Muitas das casas e carros lá sao pura ostentação, e tem muita gente que parece que tomou banho de marca.
Ao caminhar pela rua principal à procura de um restaurante, eu noto uma pessoa que eu reconhecia de algum lugar.... meu cérebro funcionando bem rápido logo me disse que a pessoa que eu havia reconhecido eh o marido de uma celebridade que eu admiro muito. Não sou de ficar seguindo celebridade nem de pedir autógrafo, mas essa pessoa eu admiro, pois a acho muito inteligente e gostava de assistir o programa dela quando tinha televisão em casa. Essa pessoa é a juíza de direito Judith Scheindlin, conhecida como Judge Judy. Ela foi bem querida e deixou eu bater uma selfie com ela. Fiquei star struck!! hehehe Depois eu li que ela havia acabado de comprar uma casa de 9 milhões de dólares lá em Newport.... Mansão é o que não falta lá...

Eu e a Judith Scheindlin (a Judge Judy)
Conseguir um lugar pra jantar levou um tempo, pois estava tudo lotado! Acabamos indo comer num pub, mas pra nossa surpresa a comida estava muito boa. Comi vieira com bacon (tudo vai bacon aqui!) e vegetais, acompanhada de uma Budlight.
Agora vamos às mansões... No dia seguinte fomos visitar duas das mansões de Newport, que são abertas sao público. Tem uma rua chamada OceanView (eu acho), que eh simplesmente cheia de mansões lindíssimas. Algumas delas são aberts ao público para visitação. Existem tipos diferentes de ingressos, que dão direito a visitar um numero x de mansões. Nós visitamos a The Breakers (a principal, onde tem o centro de visitação pra comprar ingressos) e a The Marble House. Ambas as casas percenteram a uma família chamada Vanderbilt, que fez sua fortuna na época das ferrovias aqui nos Estados Unidos. Naquela mesma época, as coisas na Europa não estavam muito bem, e o dinheiro dessas ricas famílias americanas era muito bem vindo lá no velho continente. O dinheiro ia em troca de projetos de arquitetura pras mansões e pras pecas e pinturas decorativas pras mesmas, todas feitas por artistas europeus, como pinturas, tapecarias, objetos de arte. Alem disso, muitas filhas dessas ricas famílias americanas casaram-se com membros da aristocracia britânica, como duques e condes. As famílias americanas queriam titulos de realeza, e a aristocracia britânica estava falindo. O dinheiro trazido pelas noivas americanas ricas era muito bem vindo lá. Nem todas essas histórias era felizes, com muitas mulheres tendo sido forçadas a casar com algum britânico contra a vontade delas, só pra ganhar título de condessa. Um exemplo foi a filha da Ava Vanderbilt, a que morava na The Marble House. A mãe dela, a tal de Ava, foi uma mulher moderna no sentido de que se divorciou do marido numa época em que divórcio só era aceitável para atrizes. Além disso ela fazia campanha pras mulheres terem direito ao voto. Mas toda essa modernidade não a impediu de forçar a filha a casar com alguém que ela não queria.

Mansões de Newport

Essas mansões foram fechadas quando os Estados Unidos comecaram a cobrar impostos dessas famílias, que ateh então não só tinham mão de obra super barata, como ficavam com cada centavo que ganhavam. Com isso as famílias nao conseguiram mais manter as casas (detalhe que eram casas de veraneio), que acabaram ficando fechadas por vários anos, até serem abertas como museus para o público.
Gostei bastante de ter visitado essas casas e aprendido um pouco mais sobre a história americana daquela época e sobre as famílias das casas, assim como dos funcionários que lá moravam e trabalhavam. Dá pra fazer download de um aplicativo no celular com um audioguide das casas, que a gente vai ouvindo ao andar por elas. O custo do ingresso de 2 casas foi de 29 dolares por pessoa.
As casas era bonitas, mas obviamente bem menores se comparadas aos castelos e palácios europeus, que são muito maiores, mais bonitos, e mais antigos. Mas pra Estados Unidos é algo diferente que valeu a pena conhecer.
Almoçamos um sanduíche na casa de chá chinesa no The Marble House e ali fiquei me imaginando como dona da casa, vendo o mar ali na minha frente, em posição privilegiada hehehe
Comprei um livro de ficção sobre um crime no The Breakers, que ainda estou lendo. Tem sido legal ler o livro e lembrar das partes da mansao que eu visitei.

Video da viagem: Visita a Rhode Island

Sunday 5 August 2018

É praia sim senhor!

Agora que é verão e que temos tido tempo de aproveitar os finais de semana, posso listar algumas coisas que no meu ver são vantagens de Boston sobre Londres (apesar de eu ainda preferir Londres):
calor, praia, carro.
Nos meus 9 anos na Inglaterra os verões duravam cerca de 2 semanas, e era raro dar 30 graus. Nos dias de sol todos os pubs em Londres, com seus beergardens, são lotados, assim com os parques. Os Lidos também ficam lotados, com todo mundo querendo aproveitar cada segundo ao ar livre num dia agradável de sol.
Aqui em Boston o verão me lembra mais os do Brasil, pois dá bastante calor por bastante tempo. Não é incomum termos mais de 30 graus, ás vezes perto de 40. E como no Brasil, as pessoas aproveitam os verões de forma diferente: indo à praia!
Em Londres, a praia mais próxima, Brighton, fica a 1h de trem. Não é uma praia bonita, com pedrinhas no lugar de areia. Nunca peguei praia lá, apesar de ter visitado a cidade algumas vezes.
Aqui em Boston todo mundo vai pra Cape Cod. Assim como em Floripa é normal as pessoas terem casa na praia, aqui é normal as pessoas terem uma casa em Cape Cod, e sempre que dá tempo bom vai todo mundo pra lá. Não preciso nem dizer que o trânsito fica um inferno, e a viagem de 2 horas por demorar 3 vezes mais dependendo de como está o trânsito.
Domingo foi um dia de bastante calor, e quando vi a previsão decidi organizar de passarmos o dia numa das cidadezinhas mais famosas de Cape Cod: Provincetown (também conhecida como P-town). Minha pesquisa mostrou que existem 2 empresas que fazem a travessia de ferry de Boston até P-town. O website de uma delas mostrava que os horários que queríamos estavam já lotados, então pegamos a ferry com a Bay State Cruise Company. Comprei os ingressos pela internet no dia anterior pra ferry que saía às 8:30 da manhã do centro de Boston e voltava às 3:30 da tarde. O ticket pra duas pessoas não é barato: $184. Fomos mais por comodidade, pois ir de carro até P-town seriam 2:30 se não tivesse trânsito, além de obviamente gastar combustível e ter que pagar estacionamento caro ao chegar lá, além do fato de que dirigir por lá não é tarefa agradável por ser uma cidade cheia de pedestres e bicicletas.
A travessia durou 90 minutos e foi tranquila. O Enee foi conosco, e depois do medo inicial de estar num barco pela primeira vez, ele se comportou bem na viagem.
Chegando lá, bem do lado do porto de chegada, alugamos 2 bicicletas e um mini-trailler pra cachorro, sendo puxado por uma delas, onde colocamos o Enee.
P-Town é uma cidadezinha lively e bonitinha, na ponta de Cape Cod. É particularmente famosa com a comunidade LGBT, e lá cachorros são muito bem aceitos nos estabalecimentos.
Cruzamos a cidade de bicicleta em direção a praia de Herring Cove Beach. O passeio durou cerca de 15 minutos, e era super seguro, pois lá os carros têm que andar bem devagar porque tem sempre bastante pedestre e bicicleta pelas ruas da cidade. A paisagem no caminho era bonita: dunas, vegetação e vários laguinhos.
Estacionamos as bicicletas numa parte um pouco mais afastada da praia, pois cachorro não pode ficar na área servida por salva-vidas. Haviam diversos cachorros na praia, todos com seus donos e presos na guia. O Enee adorou ficar cavando na areia e cheirando tudo, mas detestava entrar no mar. Estava bem calor, e eu fui até a água sem esperança de entrar, mas ao chegar lá vi que apesar de mais fria do que eu gostaria, não estava fria demais. Bastava se acostumar um pouco dentro e ela ficava bem refrescante. Quando vi, estava nadando no mar! Que coisa boa... fazia tempo que eu não entrava no mar, bem mais que 1 ano. Estava tentando lembrar onde foi que entrei no mar a última vez, e não consigo. Se duvidar, foi em fevereiro de 2017, visitando o Brasil. Não nadei tanto quanto gostaria, pois o Enee estava irriquieto e saí pra ajudar o André a cuidar dele.
Ficamos na areia um pouco, e depois levantei pra comprar algo pra beliscar. Caminhando em direção a onde tem salva-vidas tinha bastante gente e tinha um complexoprédio de madeira, logo saindo da areia, onde tem banheiro, chuveiro e um bar com mesinhas na rua. Lá comprei algo pra comer, algo pra beber, e voltei onde pra estávamos. Depois de termos forrado o estômago resolvemos caminhar até o outro lado da praia com o Enee, em direção ao farol, o Racepoint Lighhouse. Lá o mar é super tranquilo e cristalino, e dá pra atravessar caminhando (ou nadando, se a maré está alta) até o farol. Tem também um banco de areia bem comprido no meio, por onde as pessoas ficam caminhando. O Enee a essa altura já estava mais acostumado com a água, e apesar de não ter nadado, já entrava no mar com as patinhas e ficava tentando perseguir as ondas.
A essa altura já eram quase 2 da tarde, e o sol estava super quente. Hora de retocar o protetor solar e infelizmente também hora de irmos de volta pro centro de P-town pegar a ferry. Acabou que foi meio corrido devolver as bicicletas e comprar algo pra comer (não almoçamos, só beliscamos algo que eu havia comprado).

Chegada em Provincetown
Enee na praia
Águas cristalinas em Herring Beach
Trailer de cachorro


Era a coisa mais engraçada ver o Enee dentro daquele mini trailler, puxado pela bicicleta do André hehehe Saímos de lá com gostinho de quero mais, e eu super feliz de ter ido numa praia tão bonita quanto aquela.

Passeio a P-Town: https://youtu.be/ijWig1If7rc


No fim de semana seguinte, domingo foi outro dia lindo de sol, e desta vez fomos numa praia chamada Nahant, que fica 20 min de casa. Saímos relativamente cedo, pois o estacionamento lá limitado.
A praia não é bonita, a água não é cristalina, mas é o que tem de mais perto aqui em casa.  A faixa de areia é bem grande e tinha bastante gente. Ficamos lá pegando sol um tempo, eu caminhei até o fim da praia, mas voltamos pra casa logo antes do almoço. Deu pro gasto, e eu estava feliz de ter praia há 20 min de casa.


Nahant Beach




Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...