Friday, 3 December 2021

De Boston a Floripa de carro - Parte 2

O próximo dia de viagem seria o mais comprido de todos, e sem eventos nem visitas interessantes. Foram 9 horas dentro do carro e mais de 600km de Washington DC até a Georgia, passando por Virginia e as Carolinas do Norte e do Sul.

É bastante interessante ver a mudança não só nas paisagens e clima a medida que "descíamos", mas também nas lojas, supermercados, atitude e jeito de se vestir das pessoas. Na Carolina do Sul, o número de negros parece ser maior que o de brancos, o que eu não sabia ser o caso. Eles têm, infelizmente, bastante problemas graves com racismo.

A pernoite foi num hotel qualquer no sul da Geórgia, sendo que na manhã seguinte começamos cedo a viagem até Orlando, na Flórida. Resolvemos tomar café da manhã e Savannah, o que não fazia parte do nosso roteiro, mas como estávamos ha 20 minutos de lá, resolvemos conhecer. Valeu a pena, pois é uma cidade com um centrinho bastante charmoso. O parque Forsyth é lindo, com carvalhos gigantescos, cobertos de barbas-de-bode, que formam alamedas charmosas ladeadas de barraquinhas de comidas locais, pessoas passeando com cachorros, praticando esportes, aproveitando o dia de sol e clima ameno. Compramos um café pra beber enquanto andávamos pelo parque, admirando tudo, inclusive as lindas casas vizinhas ao parque, todas muito antigas e típicas com varandas no segundo andar, decoradas com cadeiras de balanço e samambaias.






Perto de Jacksonville paramos num parque de cachorros fantástico, chamado Dog Wood Park of Jacksonville, com bastante espaço cercado por onde cachorros correm livres e soltos. Tem um lago pra eles nadarem, uma mini-floresta e diversos brinquedos e campos. O Enee amou! Ele merece depois de ter passado tanto tempo dentro do carro.

Lago do parque dos cachorros


Mas tivemos que prosseguir viagem, em direção a Melbourne, onde nossa amiga Fabíola nos esperava na casa dela com o marido e o filho. Os 2 cuidaram do Enee pra nós diversas vezes durante viagems, quando eles moravam em Massachusetts. Foi bom revê-los.

No dia seguinte nosso objetivo era cansar o Enee em preparação pra viagem de avião. Eu fiquei um tempão procurando uma praia que aceitasse cachorro. Achei no Google a tal Canova Beach Park, perto de Melborne. Chegando lá, pra nossa decepção, apesar de cachorros poderem ficar na praia, eles não podem ficar soltos, o que era completamente inútil pro nosso objetivo. Resolvemos meio que ignorar isso e nos afastamos das pessoas pra jogar uma bola pra ele correr na areia. Pra não exagerar, não ficamos tanto tempo quanto gostaríamos. Depois almoçar num restaurante na beira do mar bem legal (comida nem tanto), fomos pra casa arrumar as coisas e dar banho no Enee em prepação pra viagem.



Chegamos no aeroporto de Orlando cerca de 3 horas antes do vôo pra fazer o check-in. O que demorou foi o processamento do pagamento da taxa pra levar cachorro (até agora não sei por que). O aeroporto de Orlando é um lixo, devo dizer. Impossível achar carrinhos pra bagagem, ficava tocando um alarme ensurdecedor o tempo inteiro, o que era irritante e assustava o Enee, o pessoal da Latam não fala português e mal fala inglês (não falar inglês é inaceitável), o que dificultou a comunicação quando a incompetente da mulher que nos acompanhou até o TSA pra eles verificarem a casinha de viagem do Enee nos falou que já era tarde e não poderíamos viajar com ele. O cara da TSA falou pra ela (que possivelmente não entendeu) que caso fosse fora de horário o supervisor dela poderia ligar pra um determinado número pra que viesse alguém o TSA atender, e que ela deveria saber disso. Mas com a cara de tonta dela, nunca vai ser capaz de atender alguém com o mínimo de inteligência.




Bom, cachorro embarcado, só nos restou nós nos dirigirmos até o portão de embarque, já na hora de entrar no avião. Uma vez lá dentro. pedimos pra aeromoça confirmar com o piloto que o Enee estava a bordo, o que ela o fez. Nos restou então tentar relaxar e tentar dormir.

Vídeo desta parte da viagem https://youtu.be/pj36zMpqU1k

Wednesday, 1 December 2021

De Boston a Floripa de carro - Parte 1

Por onde começo meu relato desta viagem, pela incepção, pelo planejamento, ou conto somente da viagem em si? Diferentemente das viagens anteriores, esta foi tão difícil decidir e planejar  que parece injusto não explicar os obstáculos pelos quais passamos e como resolvemos cada um.  

Por que decidimos ir ao Brasi ainda durante a pandemia?

Nosso visto de entrada dos EUA precisava ser renovado. O visto que nos permite estar e trabalhar nos EUA é valido até 2023, mas sem o visto de entrada (são coisas diferentes diferentes) estávamos "presos" lá. Se saíssemos, não entrávamos de novo. Renovar o visto de dentro dos EUA é possível, mas é um processo bastante demorado, durante o qual não podemos sair do país. Outra opção seria ir para um país com consulado, mas as instruções passadas para nós pelos advogados de imigração é que o façamos ou do nosso país natal, ou de algum país onde tenhamos vínculos fortes (como Inglaterra, por exemplo, de onde já fizemos este processo de renoação). Renovar este visto no Brasil fazia sentido pra gente, pois já aproveitamos pra ver nossas famílias.

Por causa da pandemia, o tempo de processamento do visto era incerto, poderia levar 2 semanas ou mais. De repente 2 meses. Por isso resolvemos levar o Enee conosco para o Brasil. Como deixá-lo por 2 meses?

Viajar de avião com cachorro não é coisa simples. Passei diversas semanas pesquisando tudo o que era necessário para levá-lo conosco: certificados de vacinação, certificado de saúde internacional, exigências da USDA, da CDC, as autoridades brasileiras, da empresa aérea, quanto tempo de antecedência da viagem cada documento deveria ser produzido e por quanto tempo são válidos.

Planejamos nossa viagem de forma que pudéssemos fazer de carro os trechos onde fosse possível pra deixar a viagem menos estressante pro Enee, e aí já aproveitávamos pra conhecer alguns lugares dos EUA, esse país gigante como o Brasil.

Nosso roteiro foi Washington DC, South Carolina, Orlando, São Paulo, Paraná, Florianópolis, em cerca de 8 dias. Orlando a São Paulo foi feito de avião com a Latam. 

Muitas pessoas fazem a viagem de Massachusetts até Orlando de carro em 2 dias, mas nós não queríamos passar mais que 8 horas dentro do carro num mesmo dia. 

Já havíamos conversado sobre visitar Washington DC numa outra oportunidade, mas não rolou. Desta vez era caminho, então fazia sentido conhecer a capital deste país controverso e fascinante. O carro estava lotado com 4 malas grandes, duas malas pequenas e a casinha do Enee (onde ele viajaria pro Brasil). A viagem de carro foi longa, cerca de 8:30hs, com paradas estratégicas para esticar as pernas e comer alguma coisa. Nossa trilha sonora durante a viagem foi o audiobook da Michelle Obama.

No carro em direção a DC

Chegamos de noite em DC e fomos direto pro hotel, de onde o André e Enee saíram pra passear pro cachorro descansar do carro.



No dia seguinte de manhã fomos direto visitar a biblioteca do congresso, para a qual eu tinha antecipadamente reservado ingressos online. 
Hall da biblioteca do congresso

A entrada é gratuita, mas a sala de leitura (ao lado), que é bem bonita, não é parte da visita. Digo, pode-se vê-la de cima, mas não se pode ir dentro da sala de leitura. Existem vários elementos da história americana lá dentro, como o fundador, em quais circunstâncias ela foi fundada, exposições, etc. Foi o único prédio em DC que visitamos de dentro. São tantos museus e coisas pra ver, que facilmente poderíamos ter passado diversos dias lá.

Voltamos ao hotel pegar o Enee e passamos o resto do dia caminhando pelas principais áreas de DC, como o Capitólio (fechado para visitação desde a tentativa de golpe de Janeiro 2021), os prédios ao redor como os diversos ministérios. Todas as construções são bastante imponentes.

A próxima parada foi a Casa Branca, que só pudemos ver de trás porque o campo na frente dela estava fechado devido a um evento que aconteceria mais tarde, de acender as luzes de natal da árvore que fica na frente dela.

Tivemos bastante sorte com o clima, pois foi um dia de sol e temperatura bastante amena, cerca de 17 graus. inclusive passei um pouco de calor. O bom foi que ao contrário da alta temporada, não havia multidões por todos os lugares, então deu pra nós conhecermos tudo com calma e bater fotos "limpas".









Passamos pelo memorial da segunda guerra, o memorial do Lincoln, do Martin Luther King, do Roosevelt (com o cachorro dele fazendo parte do memorial - foi o meu preferido!), do Thomas Jefferson, passamos pelo parque na frente do museu Smithonian (não entramos), chegando de novo na frente do Capitólio já de noitinha, vendo tudo iluminado pelas das luzes do entardecer, incluindo a árvore de natal ali na frente.



Depois de ter passado o dia caminhando, o Enee desabou na cama e não queria saber de mais nada a não ser descansar, igual a nós. E assim, nos despedimos de Washington DC. 


Vídeo da parte 1 da viagem   https://youtu.be/yeariEH3iq0

Wednesday, 30 September 2020

Novos ares no verão da pandemia

 O acampamento de verão da minha empresa não aconteceu este ano. Ou melhor, aconteceu de forma diferente. Como todos, a minha empresa está tentando se adaptar e usando a criatividade pra promover interação segura entre os funcionários durante o verão. Mandaram para cada funcionário uma caixa pra casa de cada um com um “kit acampamento de quarentena”. No meu veio uma rede, uma camiseta branca com um kit de Tie Dye, e um livro de colorir com desenhos relacionados a impressão 3D. Quem quisesse podia entrar no Zoom num determinado dia pra sessão de abrir as caixas ao mesmo tempo.

Esta foto minha foi usada em material de marketing da minha empresa. Modelo :D

 Durante o mês de setembro participei das programadas por eles, todas realizadas ao ar livre. Eu me inscrevi em todas! Pela primeira vez fiz o tal de Tie Dye, onde amarra-se camisetas de uma determinada forma dependendo do tipo de desenho que se deseja fazer na camiseta, molha-se a camiseta e depois usa-se tintas de cores diferentes (ou da mesma cor) para colorir a camiseta. Esta atividade foi realizada no estacionamento da minha empresa. Não havia muita gente, mas foram algumas pessoas que eu conhecia, algumas que fazem Tie Dye desde criança (eu nunca havia ouvido falar até recentemente) e elas me ajudaram com o básico. Uma vez pronta a “arte”, coloca-se a camiseta num saquinho onde ela deve ficar por 8 horas. Depois tira-se o excesso de tinta e lava-se na água quente. Feito isso a tinta fica na camiseta a longo prazo.

Meu kit tie-dye


Num final de semana participamos de um hike organizado como parte do “acampamento”  no Arnold Parker Forest. Havia cerca de 20 pessoas no nosso grupo de hiking e fizemos uma caminhada pela floresta de cerca de 1:20 de duração. Não foi uma caminhada bonita, mas foi legal fazer alguma coisa ao ar livre com outras pessoas da empresa. O Enee, como sempre, foi o centro das atenções. Ficava correndo de um lado pro outro, subia em pedras, entrava no lago pra nadar, pedia carinho, enfim, uma diversão. Participei também numa sessão pelo zoom de como fazer pickles (que já esqueci como fazer) e por último eu e o Enee fomos no picnic, que marcou fim das atividades ao ar livre organizadas pela empresa.


Eu e André com as camisetas Tie-dye que eu havia feito        Hiking com o pessoal da empresa 



Nas vezes em que sentíamos que precisávamos de ares diferentes visitamos algum lugar aqui por perto mesmo. Um dia fomos passear no centro de Boston com o Enee, caminhando pelo Boston Common. 

Passeando pelo Boston Common

Outros dias fazíamos trilhas curtas nas reservas aqui perto de casa mesmo. São 2 lagos que ficam menos de 5 minutos de distância daqui de casa, com trilhas ao redor deles. A caminhada em loop ao redor de um deles ficou praticamente nossa caminhada diária, que servia de exercício pra mim, que estava finalmente conseguindo aos poucos, voltar a atividade física normal depois dos meus poblemas de saúde do ano anterior.

Duas das trilhas ao redor dos lagos aqui perto de casa


Fomos também pra Cambridge, pros lados onde moramos por 1 ano, pra passear pelos parques que constumávamos levar o Enee pra passear quando ele era puppy. Além disso, todo fim de semana fazíamos uma trilha com o Enee em algum lugar com lago, pois a atividade preferida dele é nadar. Basta ver um lago que ele já entra pra nadar.

Picnic em Danebury Park, Cambridge    Enee saindo do Fresh Pond, em Cambridge


Diria que conseguimos participar de uma boa variedade de passeios seguros este verão de pandemia.

https://youtu.be/Q3SRiaUOA9Q

















Monday, 7 September 2020

Primeira vez num kayak

Aqui nos EUA as instruções são claras: não ficar em lugar fechado com outras pessoas, usar máscara, manter distância. Isso não significa ficar trancado em casa (como o CDC mesmo falou), mas sim escolher atividades de baixo risco. Foi o que fizemos durante todo verão, pois queríamos aproveitar a estação de forma segura. Uma das atividades que experimentamos fazer foi andar de caiaque.

Labour day, ou Dia do Trabalho, é o feriado que marca o fim do verão nos Estados Unidos, celebrado no começo de setembro. A partir deste dia o clima de verão já não está mais presente no norte do país, onde as temperaturas começam a ficar amenas na casa dos 19-20 graus, os dias começam a encurtar e começa-se a ver pelas lojas decoração de Halloween e temas outonais.

Neste feriado nós demos sorte com o clima, pois todos os dias têm sido de sol e temperatura de 25 graus. Ainda de isolamento social por causa do COVID-19 resolvi marcar alguma atividade ao ar livre e marquei de fazermos kayaking. O André já havia andado de kayak diversas vezes e eu nunca me empolguei, mas pensei que seria um passeio diferente para o qual poderíamos levar o Enee junto.

Boston e Cambridge têm diversas empresas que oferecem aluguel de kayaks e nós fomos numa chamada “Boston Paddle”. O website, apesar de simples, é bastante organizado e eficiente. Mostra as localidades com horários ainda disponíveis (cada aluguel é de 3hs) e efetua-se o pagamento de forma segura no site mesmo. O aluguel de um kayak pra duas pessoas custou U$52, incluindo tax. A nossa localidade de preferência teria sido Cambridge, mas já estava lotada. Escolhemos então Allston, no sul de Cambridge.


O dia estava perfeito pra fazer tal passeio, pois o sol não estava muito quente e o vento era pouco. O local tem estacionamento gratuito e um kiosk onde faz-se o check-in. Era obrigatório estar de máscara e manter distância das demais pessoa na curta fila e todos respeitavam, o que é importante. Os coletes salva-vidas dos humanos eram limpos e fornecidos por uma pessoa de máscara. O Enee tinha o colete salva-vidas dele que nós havíamos comprado há pouco tempo. Uma vez vestidos foi a nossa vez de sentar-se no kayak. Quem tem mais força é melhor sentar-se atrás, que é onde tem mais espaço também. O André foi atrás e eu na frente com o Enee. Tinha mais espaço para as pernas do que eu havia imaginado, e foi tranquilo levar o Enee e mochila com algumas coisas. Eu vesti uma roupa meio enjambrada (não sou “caiaqueira” profissional), mas o objetivo era estar o mais confortável possível no caso de cairmos na água. Usei uma calça a prova d´água (comprada na Nova Zelândia), sapatos de praia (comprados na Croácia pra poder andar nas praias de pedra do Mediterrâneo), e uma blusa de manga comprida de academia. Nossas coisas estavam dentro de sacos plásticos vedados dentro de uma mochila de tecido sintético. Se caíssemos estaríamos preparados! Boné e protetor solar nas partes expostas ao sol também foram parte da preparação.

O único que chegou perto de cair foi o Enee. No começo ele estava tremendo de nervoso, pois era tudo novo pra ele, mas logo já se acostumou e ficava olhando tudo e caminhando pelo kayak. Às vezes ficava latindo tentando pegar um dos remos, ou tentava tomar a água do rio de dentro do barco (quase caindo). Ele queria ficar no meu colo, o que deixava complicado eu remar, mas não me importei tanto pois o André fez a maior parte do trabalho duro no remo. Aos poucos fui me inteirando e comecei inclusive a tentar coordenar nossos movimentos dentro do barco para que remássemos em sincronia. Passamos na frente de Harvard e chegamos até perto da Boston University, com o intento de chegar até a Esplanade para fazer um picnic. Só que àquela altura já estávamos remando a uma hora e resolvemos mudar de plano para aproveitar o passeio ao invés de fazer picnic com pressa. Na ida estávamos a favor do vento, o que significa que na volta estaríamos contra o vento e por isso cansaríamos mais depressa. Fomos remando bem devagar no caminho de volta, parando às vezes para ver o cenário ao nosso redor. Ao passarmos embaixo de uma das várias pontes do trajeto gritávamos para ouvir o eco da nossa voz, que por causa da acústica embaixo da ponte ampliava a voz. Dividíamos o rio com pequenos iates e outros barcos motorizados, além de diversos outros caiaques e remadores que pareciam ser profissionais. Lembrei-me de quando eu assistia as corridas de remo de Oxford vs Cambridge no Tâmisa, quando morava em Londres.

O Enee fez o maior sucesso! Todo mundo que passava olhava e sorria ao vê-lo de colete amarelo fosforescente todo feliz dentro do kayak.

Ficamos 2:15 no passeio, o que foi suficiente para esse primeiro dia. Antes de voltar pra casa nós fomos fazer nosso picnic em Danehy Park, o parque que fica ao lado da casa onde moramos em Cambridge. As mesas de picnic na sombra estavam tomadas já, mas achamos uma que fica bem no topo da elevação no meio do parque, que tem uma vista bonita pra vegetação rasteira selvagem que tem do outro lado. Eu havia preparado pra mim uma salada de folhas com ovo, grão de bico, cenoura, tomate e pepino. O molho de azeite e vinagre estava a parte pra eu colocar na hora. Guardei a salada numa lancheira cooler com um saquinho com gelo em gel pra ficar fresca. Estava deliciosa! Ainda tinha levado nozes salgadas. Foi um almoço muito bom, ao lar livre.


Em casa ainda tive fôlego de lavar os dois carros por dentro e por fora, enquanto o André terminou de pintar o teto da sala. Depois ficamos na no deck do jardim tomando um drink pra terminar um dia fantástico. 

Gostamos tanto do passeio que duas semanas depois resolvemos repetir, desta vez escolhendo a localidade de Medford, onde tem o Mystic river. Confesso que gostei bem mais deste passeio. Era bem mais tranquilo e a beleza da paisagem já outonal estava de tirar o fôlego. O rio era bem mais calmo, não haviam tantas pessoas e foi bastante agradável, tanto que ficamos mais tempo no passeio. O Enee a essa altura já estava altamente confiante e andava pelo caiaque, a ponto de ficar em pé na ponta hahaha






https://youtu.be/l9LETOsFz_w

Wednesday, 5 August 2020

Home, sweet home - verão 2020

Este ano, por motivos óbvios, o nosso verão foi mais quieto e isolado, como o da maioria das pessoas.

Nós temos a sorte de ter um quintal grande e espaçoso, onde o André fez uma horta com tudo quanto é vegetal, que comemos frescos durante o verão inteiro: abobrinha, couve-flor, rabanete, tomate, além de temperos como manjericão, cebolinha, salsinha, hortelã, entre outros. Ele se dedicou bastante a esta horta e fazia todo tipo de poção pra tirar pestes sem ter que usar agrotóxicos. Às vezes dava certo, outras vezes nem tanto e a planta era atacada por pragas que a matavam. Ou então esquilos, que adoravam roubar nossos tomates. O Enee os vive perseguindo, mas ainda não conseguiu pegar nenhum desses ladrões safados!

                      Couver-flor da hora                                   Tomate, abobrinha e pepino orgânicos



Cozinhamos bastante em casa, mais do que o normal, e já inventamos tudo quando é receita, principalmente vegetariana (não quero mais comer bichos!). Fizemos uma receita de abobrinha recheadas com quinoa, milho e cogumelos que fica deliciosa! Se eu já comia pouca carne, agora mesmo que quase não como. Carne vermelha faz meses que não como, frango muito raramente, ficando mais no peixe mesmo. Acabo as refeições sem me sentir pesada, principalmente de noite, então vou basear minha alimentação primariamente em vegetais e proteínas sem ser carne animal.

Além da horta, passamos o verão decorando e cuidando do jardim. O pátio que fizemos ano passado ganhou um sofá, uma mesa e uma cadeira, que de manhã pegava sol e de tarde fica na sombra de uma das árvores. Passamos diversos dias sentados ou deitados ali. O André às vezes trabalhava de lá nos dias mais quentes. Comprei uma mesinha de ferro com duas cadeiras, dessas de bistrô, uma mini fonte que serve de banho para pássaros, e alguns vasos com flores. Ficou um espaço muito legal, o qual utilizamos bastante durante a primavera e verão. 

Drink no fim de tarde                                                           Enee se refrescando na sombra
  

Terraço novo com as flores


Com o passar das semanas e dos meses observávamos quais flores iriam ser as próximas a florirem e quais teriam as folhas verdes a vir no lugar das flores. Eu passei a cortar a grama toda semana, tirar ervas daninhas e remover folhas das árvores que haviam caído dos anos anteriores, fazendo a minha parte pra manter o quintal em ordem e o jardim bonito. Em algumas poucas ocasiões chamamos uma ou duas pessoas pra virem tomar um drink ou almoçar conosco aqui fora. As poucas interações presenciais que tivemos com outras pessoas foi da forma mais segura possível: fora de casa, mantendo distância, todos usando máscara. 

Mas a maior parte do verão nós passamos só nós 3 mesmo, fazendo jantares ao ar livre no nosso quintal, observando a natureza ao nosso redor, ouvindo o banjo e o violino da banda de músicos que são nossos vizinhos. As músicas alegres e muito bem tocadas marcaram nossas noites de verão, tanto que mandei um cartão de apreciação pra eles, que nos responderam alguns dias depois.

Refeições no deck de casa, com a privacidade do nosso quintal





A beleza da natureza era admirada todos os dias

E Enee, como os demais cachorros, só se beneficiou com a pandemia. Nos tem em casa todos os dias e passou o verão brincando no quintal, caçando algum esquilo ou coelho, cheirando alguma coisa.

Enee adora nos ter todos os dias em casa

Fizemos bastante esporta ao ar livre, como caminhadas e kayak (como já relatei em outro post), fazia exercício no deck de casa com alguns pesos, voltei a pular corda (minhas costas parecem estar fortes o suficiente agora), jogamos bola e até badminton (de criança). Mas não importa. Meu objetivo nesse verão foi passar o máximo de tempo possível ao ar livre. 

Num período tão sombrio e de tanta incerteza só posso ser grata de ter minha saúde, emprego onde posso trabalhar de casa, um lugar confortável pra morar, marido, cachorro e família, mesmo que estes últimos estejam distantes, estão todos bem. E assim vamos vivendo dia após dia, esperando essa fase difícil acabar. Temos ajudado como podemos àqueles que estão precisando, fazendo doações e estando "presentes" por vídeo sempre que possível.

Highlights do nosso verão: https://youtu.be/YfEycWHx3bw

Wednesday, 15 July 2020

Lago Chargoggagoggmanchauggagoggchaubunagungamaugg

 

Todo verão gostamos de fazer pelo menos uma viagem para conhecer um lugar novo. Este ano, por causa da pandemia, decidimos ir a lugares onde não precisássemos passar a noite pra minimizar o risco de contrair a doença.

Na nossa semana de férias no começo de julho nós fizemos o que os americanos chamam de “staycation”, junção das palavras “stay” (ficar) com “vacation” (férias), ou seja, ficar em casa nas férias (ou não viajar). Fizemos 2 passeios durante a semana de férias enquanto o resto dos dias ficamos curtindo nossa casa e nosso quintal (mais detalhes sobre isso em outro post).

Meus pais assistem programas sobre venda e reforma de casas aqui nos EUA, que passam num canal da TV a cabo lá do Brasil, e num desses programas a pessoa queria uma casa num lago chamado Chargoggagoggmanchauggagoggchaubunagungamaugg, que é um nome indígena que aparentemente significa “English knifemen and Nipmuck Indians at the boundary or neutral fishing place” e é o mais longo nome de qualquer coisa aqui dos EUA. O nome em inglês é “Webster Lake”, que fica uma hora a oeste daqui de casa.


Levamos o Enee e fomos preparados pra fazer um picnic ao redor do lago. O estacionamento custava U$10 e era bastante grande, com lugar para estacionar ônibus e carros grandes. Depois vimos que o lago tem rampa para barcos, o que explica parte da infraestrutura que tem lá.  Tinha um gramado com parquinho pra crianças, quadra de basquete e uma praia com salva-vidas. Não sei se era por ser uma terça-feira, mas havia poucas pessoas. Infelizmente não pudemos ficar naquela área pois descobrirmos ser proibido levar cachorro na praia ou mesmo na área verde onde tem o parquinho. A salva-vidas informou que haviam trilhas que saem do estacionamento onde poderíamos levar o Enee. Fomos procurar tais trilhas, mas não sei se encontramos aquela à qual ela se referiu. Caminhamos cerca de 3 minutos pela margem do lago, numa pequena trilha, e logo chegamos numa mini praia, cercada de árvores. Foi o suficiente pra montarmos nosso picnic lá. 



O Enee adorou, pois ele podia entrar naquela parte do lago, onde não havia ninguém por perto além de nós e de alguns patos. Estava bastante quente e eu cheguei a entrar no lago com ele (só até certa o joelho). Deitamo-nos em cima da coberta de picnic, colocada estrategicamente embaixo da sombra das árvores, e eu tirei uma soneca. Comemos nosso picnic e fomos dirigir ao redor do lago pra conhecer a área. Obviamente tive que parar pra bater fotos na placa onde tem o nome do lago, que eu não sei pronunciar. Na verdade, poucas pessoas sabem, e pra ajudar aqui vai um vídeo com a música que ensina a pronúncia correta, que os moradores de lá aprendem na escola como forma de memorizar o nome do lago. Eu queria ter encontrado uma loja de souvenirs pra comprar uma camiseta ou alguma outra coisa com o nome do lago, mas não encontramos nada. Não era um lugar turístico e a cidade era bem sem graça.

https://www.youtube.com/watch?v=Ldld7ZMuCsc&feature=youtu.be

 

Nosso outro passeio na semana de férias foi pra Province town (PTown), em Cape Cod. Nós havíamos visitado esta cidade no verão do ano passado, tendo ido de barco até lá por causa do trânsito intenso que é comum no verão. Uma viagem de 2:30 facilmente se transforma numa de 4:00 no verão. Neste ano, por causa da pandemia, nós fomos de carro e não pegamos trânsito algum. Paramos na pequena cidade história de Chatham, uma das primeiras a serem fundadas na região. Lá vimos as casas típicas da região do Cape: grandes, imponentes, cinzas com janelas claras e lindos jardins de hortênsias azuis e brancas. Não nos demoramos por ali e depois de uma urta caminhada seguimos em direção a PTown, onde deixamos o carro num estacionamento central e fomos caminhar pela cidade para explorá-la com calma, pois da última vez que estivemos lá não tivemos oportunidade de fazê-lo. Entramos em algumas poucas lojas, onde compramos dois itens de decoração para a nossa casa. 


Achamos um restaurante com mesas na rua e sentamo-nos numa mesa na sombra, para almoçar. Foi minha primeira refeição em um restaurante desde o começo da pandemia e deu pra perceber o quanto as coisas estão diferentes. Mesas na rua, longes uma das outras, cardápios pelo celular (através de leitura de código de barras em cima da mesa), todos os atendentes de máscara. A cidade estava vazia em comparação com o ano anterior, mas foi bom ver algum movimento. Fomos até uma das praias que aceita cachorro e queríamos achar um lugar quieto pra poder soltar o Enee. Tivemos que caminhar bastante, pois apesar da praia não estar cheia, pelo fato de todos estarem deixando bastante espaço entre um e outro (cerca de 10 metros) a impressão que dava é que tivemos que caminhar até o fim da praia. Soltamos o Enee, que não gostou nem um pouco das ondas e não quis entrar no mar de jeito nenhum. 



A água não estava ruim e eu consegui entrar um pouco, mas fiquei no raso com medo de tubarões. Não é raro aparecerem tubarões por ali. Inclusive ano passado um brasileiro foi morto num ataque de tubarão numa das praias de Cape Cod. Ficamos pouco tempo na praia, cerca de 1h, porque o Enee começou a passar mal vomitando na areia algumas vezes. Não sabemos se era por causa do calor forte ou se porque ele acabou comendo areia, mas decidimos que não valia a pena ficar ali com ele passando mal, coitadinho. No outro dia ele já estava bem novamente, brincando no quintal. Nós descansamos bastante nos últimos 2 dias de férias pra voltar ao trabalho (remoto, de casa) na semana seguinte. Foi uma boa semana de férias, onde aproveitamos alguns passeios de forma segura durante a pandemia.

Video desses 2 passeios: https://youtu.be/TdEODzJP2zE

Visita a Ilha do Campeche

 Sabe aquela história que se repete em todos os lugares, onde as pessoas só fazem turismo em lugares que não são onde elas moram? Existem pa...